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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

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Direto do Blog do Jefferson

Lua-de-mel

Segunda-feira foi a Globo, terça, a Bandeirantes e, quarta, uma entrevista coletiva ao lado (e com a participação) de Lula. A nova presidente está mesmo em lua-de-mel com a imprensa e vice-versa. Mas não se enganem, esta tem dia e hora para terminar, assim como este casamento.

Má companhia

Logo após a vitória Dilma afirmou que não cogitava ressuscitar a CPMF para financiar a saúde. Mas ontem houve uma inflexão (seria a 1ª de uma série?). Ao lado de Lula - que não engole a extinção do imposto -, a presidente eleita recuou e admitiu recriá-lo agora como Contribuição Social para a Saúde (CSS). Em vez de se desgastar com o Congresso e a população pela volta da taxa, não seria melhor para ela dar força ao projeto que cria o Fundo Social do Pré-Sal, que inclui a saúde, já aprovado no Senado e na bica de ser votado pela Câmara?

Só não vê quem não quer

Não seria esta - a proposta de recriação da CPMF, uma arenga exclusivamente lulista - uma demonstração da interferência do criador sobre a criatura, deixando explícito que ela não terá a liberdade tão sonhada por qualquer presidente eleito para escolher sua equipe de governo?

A revanche

Lula derrotou na eleição as principais vozes da oposição que se posicionaram contra a CPMF (principalmente do PSDB e do DEM), que acabou por levá-la à extinção, em dezembro de 2007 (não podemos esquecer que a rejeição do imposto também contou com a ajuda de defecções na base de apoio ao governo, que na teoria possuía os votos necessários para aprovar a emenda). E agora quer fazer a oposição se dobrar, obrigando-a a engolir a volta do imposto. O presidente erra ao colocar no colo de uma liderança ainda frágil um tema de tamanha gravidade. Embora seu discurso vá na direção oposta, agindo assim ele vai açular os ódios do passado contra a presidente eleita.

A cruzada de Lula

Com a enfática defesa que fez do imposto na entrevista coletiva desta quarta, Lula mostrou que não permitirá que o assunto esfrie. Na impossibilidade de aprovar uma PEC até o final do ano para recriar a CPMF, o presidente deixa entrever que, ao voltar à planície no ano que vem, vai incendiar os governadores para que pressionem suas bancadas no Congresso em função da recriação do imposto. A senha já foi dada: pressionado por governadores, algum deputado apresenta o projeto e, se aprovado, ninguém poderá acusar o Palácio do Planalto de ter reinventado o imposto. Pelo visto, esta será uma das futuras cruzadas de Lula para se manter em evidência. Ao contrário do que ele prega, 2014 já começou.


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