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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Relatório da PF indica propina para grupo de Sarney



Menciona também repasses supostamente feitos a pessoas ligadas ao PT. O documento consta do inquérito da Operação Castelo de Areia.

Investiga a construtora Camargo Corrêa. O processo foi suspenso dias atrás pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Os repasses suspeitos são mencionados em arquivos de computador apreendidos pela PF em poder de Pietro Bianchi, diretor da Camargo Corrêa.

Deve-se a revelação aos repórteres Fernando Barros de Mello e Lilian Christofoletti. Em notícia levada às páginas da Folha, a dupla informa:

1. Somados, os recebimentos atribuídos a membros do grupo de Sarney e ao petismo alçam à casa dos R$ 2,9 milhões.

2. Referem-se à obra da eclusa de Tucuruí, no Pará. Empreendimento a cargo do Ministério das Minas e Energia, controlado por Sarney.

3. O arquivo digital manuseado pela PF faz menção a repasses aos partidos de 3% de uma parcela recebida pela Camargo Corrêa na obra da eclusa.

4. Há no documento uma data: 15 de maio de 2008. Nesse dia, um repasse: R$ 1,5 milhão. E a indicação de um pagamento por fazer: R$ 1,4 milhão.

5. Ao lado da cifra, menções aos destinatários dos pagamentos: “Astro/Sarney”.

6. Em seu relatório, a PF escreve que Sarney é, “provavelmente”, Fernando Sarney, filho do presidente do Senado.

7. Nesse mesmo trecho o arquivo de computador apreendido pela PF faz referência a outra liberação destinada ao PMDB no mesmo dia 15 de mais de 2008: R$ 500 mil.

8. Noutro documento, faz-se menção ao pagamento de R$ 150 mil. Dessa vez, relacionada à obra da usina de Jirau. De novo, a inscrição “Astro”, de Astrogildo.

9. Há também um arquivo digital que registra pagamento de R$ 300 mil. Coisa fracionada. Três parcelas de R$ 100 mil.

10. Neste caso, as cifras são associadas à inscrição “Ex. Min. Sil.”. Para a PF, vem a ser o ex-ministro Silas Rondeau.

11. Indicado por Sarney para a pasta das Minas e Energia, Rondeau deixou o cargo em 2007, sob investigação na Operação Navalha.

12. Não é só: há também um arquivo que cita pagamento, “por dentro”, de R$ 500 mil. O beneficiário? “Lobinho”. Para a PF, trata-se de Edson Lobão Filho.

13. É filho e suplente do senador Edison Lobão, que se licenciou do Senado para assumir a vaga de Rondeau no Ministério de Minas e Energia.

14. O material analisado pela PF relaciona dois pagamentos ao PT. Um destinado associado ao nome “Paulo”, que a polícia alega não ter identificado.

15. O outro traz anotação mais completa: “Paulo Ferreira”. A PF suspeita tratar-se de Paulo Ferreira, sucessor de Delúbio Soares na tesouraria do PT.

16. Procurado, Sarney disse, por escrito: “Essa é uma história infame, sem pé nem cabeça...”

“...Considero um insulto enviado aos jornais com a intenção de atingir minha honra e criar escândalo".

17. Contacto por e-mail, Fernando Sarney não deu retorno aos repórteres.

18. O advogado da Camargo Corrêa, Celso Vilardi, declarou: "Não vou me manifestar sobre provas que estão sub judice...”

“...Se o tribunal [STJ] confirmar a decisão liminar que suspendeu toda a operação [Castelo de Areia] e seus desdobramentos, toda essa documentação será considerada ilegal, ilícita, sem nenhum valor".

19. Silas Rondeau disse: “Fico realmente muito triste com isso. Não tenho nenhuma relação com essa empresa, nunca recebi qualquer valor...”

“...É mais um absurdo dentre tantos que foram ditos, não tem qualquer possibilidade de isso ser verdade".

20. E quanto a Paulo Ferreira, o tesoureiro do PT? "Nós temos com as empresas relação institucional...”

“...Nós tivemos doações da Camargo em 2008, por conta da eleição. As doações estão registradas. O PT recebeu formalmente as doações."

21. Os repórteres tentaram ouvir, sem sucesso, o senador Lobão Filho.

22. Astrogildo Quintal delegou ao advogado Roberto Dias a incumbência de falar em seu nome. Ele não foi localizado, porém, nem no escritório nem no celular.





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