"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

sábado, 24 de julho de 2010

Serra e Dilma continuam empatados, diz Datafolha

Blog do Noblat - Folha de S. Paulo - Por Fernando Rodrigues

Tucano tem 37%, e petista, 36%; candidatos oscilam na margem de erro

Marina Silva vai a 10%; na pesquisa espontânea Dilma lidera, com 21%, contra 16% de Serra; 2º turno tem estabilidade.

Na terceira semana oficial da campanha, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) seguem empatados na corrida presidencial. O tucano está com 37% contra 36% de Dilma, mostra o Datafolha. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23, com 10.905 entrevistas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

Na última pesquisa, de 30 de junho e 1º de julho, Serra havia registrado 39%, contra 37% de Dilma. Ambos oscilaram negativamente, mas dentro da margem de erro. Marina Silva (PV) tinha 9% e agora foi a 10%.

Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) pontuou pela primeira vez nesta eleição, marcando 1%. Zé Maria (PSTU) também tem 1%. Outros quatro candidatos de partidos pequenos que concorrem a presidente foram incluídos na pesquisa, mas não atingiram 1%.

O Datafolha continua a captar uma estabilidade no número de eleitores indecisos ou que votam em branco ou nulo: 4%, o mesmo percentual do último levantamento. Os indecisos são 10%, contra 9% no levantamento anterior.

Numa simulação de segundo turno, o cenário repete o de maio, com Dilma numericamente à frente de Serra, mas dentro da margem de erro: a petista tem 46% contra 45% do tucano.


Indio da Costa: 'Datafolha é o esperado'


De posse da pesquisa Datafolha, divulgada hoje (24), o candidato à vice na chapa de Serra (PSDB), Indio da Costa (DEM), avaliou os resultados como previsíveis.

“Datafolha é o esperado. A campanha ganha corpo e vira papo de esquina com a TV”, disse Indio ao blog, por meio do Twitter.

O início do período da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão começa no dia 17 de agosto.

De acordo com a pesquisa, Serra tem 37% das intenções de votos contra 36% de Dilma (PT). Marina Silva (PV) aparece em terceiro com 10%.

Numa simulação de segundo turno, Dilma fica na frente com 46% contra 45% de Serra.

Na pesquisa espontânea, em que não é apresentada uma lista de candidatos, Dilma tem 21% contra 16% de Serra.

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23, com 10.905 entrevistas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Serra promete manter proibida prática do aborto no Brasil

FOLHA.COM - POR GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

O candidato José Serra (PSDB) prometeu, se for eleito, manter proibida a prática do aborto no Brasil. Serra disse que não pretende mudar a lei atual que, apesar de vedar o aborto, determina que a rede pública de saúde dê assistência a mulheres que têm complicações provocadas pela interrupção da gravidez.

"No que depender de iniciativa do Executivo, porque deputado e senador pode tomar, eu não procurarei mudança na lei atual. Ficará como está", disse.


Ontem, o bispo dom Luiz Gonzaga Bergonzini (Guarulhos) pregou boicote à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República por considerar o PT favorável ao aborto. Apesar do artigo não transmitir a posição oficial da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), o texto foi publicado no site da entidade.

Serra também disse que não pretende legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo se assumir a Presidência. Na opinião do tucano, as relações homoafetivas não são de responsabilidade do Estado.

"É um assunto que Estado não entra, é problema das pessoas. Cada crença tem a sua orientação. Se uma igreja não quer casar, mesmo reconhecendo união civil, a igreja não pode ser obrigada a isso. Se duas pessoas querem viver juntas, ter herança, é problema delas, não é do Estado."

O candidato fez as declarações durante gravação do programa "3 em 1", série da TV Brasil que vai entrevistar os três candidatos à Presidência líderes nas pesquisas. Dilma já participou do programa. Hoje (23/07) será a vez de Marina Silva (PV). A entrevista de Serra foi ao ar na noite de ontem (22/07).


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Serra vincula quebra de sigilo de Eduardo Jorge ao aparelhamento político do Estado

Tucano criticou o loteamento político dos cargos e associou, de forma indireta, a campanha feita por Lula à Dilma e a crítica do presidente ao MP

ESTADÃO - Denise Madueño, da Agência Estado

BRASÍLIA - O candidato tucano à Presidência da República, José Serra, vinculou a quebra de sigilo de dados fiscais de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, ao aparelhamento político do Estado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele criticou de forma veemente o loteamento político dos cargos e associou, de forma indireta, a campanha feita por Lula à candidata petista Dilma Rousseff e a crítica do presidente ao Ministério Público, à essa mistura entre Estado e o seu uso em benefício próprio.

Sem citar os recentes discursos de Lula a favor de Dilma em solenidades públicas oficiais e os ataques do presidente às ações dos procuradores que vêm aplicando multas por campanhas eleitorais irregulares, Serra afirmou que há uma mistura entre Estado e governo, com a politização de empresas públicas e as agências reguladoras, por exemplo.
 
"Se politizou. Se confundiu Estado com governo. A mesma coisa quando você faz campanha eleitoral, a mesma coisa quando você utiliza o próprio governo para se apropriar das ações de Estado, intimidações e tudo mais. É uma coisa que parece abstrata, mas é o que dá continuidade para um País", disse.
 
Serra fez as declarações à TV Brasil, emissora do governo federal, dentro da série de entrevistas com candidatos à presidência da República. A entrevista foi gravada e vai ao ar hoje à noite. "A Receita Federal cometeu um crime contra a Constituição: quebrar sigilo. Isso é partidarismo. Evidentemente quebrou para poder usar em uma campanha eleitoral", disse.
 
Na mesma linha de crítica contra o aparelhamento do Estado, Serra atacou: "O PT tem uma gula infinita para controlar tudo". O candidato tucano afirmou ainda que os partidos disputam os cargos e o governo atende para aprovar seus projetos nas votações no Congresso. "Não havia necessidade, para ter essa maioria toda, de fazer esse processo de por de joelhos o Estado no chão em matéria de eficiência. O governo Lula é forte pelo prestígio enorme do presidente. No Congresso, o governo é fraco". Segundo ele, a cada votação, o governo precisa atender a mais exigências para recuperar a maioria.
 
Ao ser questionado sobre os apoios de políticos considerados fichas sujas, a exemplo de Joaquim Roriz, no Distrito Federal, Serra referiu-se a Dilma. "Todo mundo que vem comigo sabe como me comporto. Não faço segredo. É um pouco difícil a gente ficar comparando quem tem quem. Só garanto o seguinte, em um torneio, a candidata do governo perde disparado em matéria de más companhias".
 

Últimas do Roberto Jefferson


Diz a Veja.com que o governo teria pressionado o BC para que o aumento na Selic não fosse excessivo. Mesmo assim, a subida de 0,5% (foi de 10,25% para 10,75%) causou uma grita entre sindicalistas e empresários. Se houve pressão ou não, a verdade é que a tão propalada independência do BC (que, pra mim, é conto da carochinha) será de fato testada na próxima reunião do Copom, em setembro, reta final da campanha. Será nesse momento que veremos se as decisões são baseadas nos fundamentos da economia ou nos indicadores de pesquisas eleitorais.


Mas para aqueles que detêm a maioria dos títulos da dívida pública brasileira (instituições financeiras e investidores estrangeiros), esta subida na taxa básica da economia, a Selic, na qual a dívida está atrelada, mesmo que de 0,5% (o mercado contava com 0,75%), é uma festa!

 
Documento divulgado pela Infraero revela que aeroportos de quatro capitais brasileiras que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 não contam nem sequer com projetos de reforma ou revitalização. O documento vai além: mostra que, dos 13 aeroportos que passarão por obras nas 12 cidades-sede, apenas o do Galeão já teve suas obras iniciadas. É muito pouco para um governo cujo presidente se irrita, dá socos na mesa e afirma que o País não é feito de idiotas que não sabem como organizar um evento do porte da Copa. Irritação e cara feia não serão suficientes para impedir que o País passe por um vexame de proporções globais. O povo brasileiro não merece isso.

 
Está aberta a temporada do chororô de despedida do presidente Lula. Em uma entrevista exclusiva concedida à TV Record, que foi ao ar ontem à noite, Lula chorou por duas vezes ao lembrar das ações de seu governo em benefício da população mais pobre. Ainda vamos ter que aguentar muito choro pela frente, pois, a partir de agora, a cada entrevista, a tendência é Lula continuar chorando: seja relembrando seus feitos, seu passado de dificuldades, as pessoas que ele ajudou... Nós preferimos o presidente chorando do que agredindo as pessoas, destilando raiva e veneno em suas declarações. Por isso, chora presidente!
 

Serra liga PT a 'forças que mandam drogas para o Brasil'

Blog do Noblat - Por Elder Ogliari, do blog Radar Político

Em entrevista à rádio Guaiba nesta quinta-feira, 22, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, voltou a cobrar explicações do PT por sua ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

O tucano repercutiu as declarações polêmicas de seu vice, Índio da Costa (DEM), que na semana passada associou o PT ao narcotráfico.

"O que ele falou foi uma banalidade, de que o PT é ligado às Farc”, afirmou Serra. “Tem evidências abundantes do que são as Farc. São sequestradores, cortam cabeças de gente, são terroristas. Fazem narcotráfico. Curiosamente, ninguém do PT veio …Estão devendo essa explicação, inclusive a Dilma, para dizer que eles não têm nada com as Farc, quando na verdade é a vinculação com forças terroristas que fazem narcotráfico e mandam drogas para o Brasil. O Índio não disse que o PT faz narcotráfico. Isso, o Índio nunca pensou e nem eu. Eles podem fazer crimes contra a Constituição, como fazer quebra de sigilo”, completou o tucano.

“As Farc vieram ao Brasil e aqui, abrigadas. A Dilma nomeou a mulher de um deles. O principal assessor da Presidência de Relações Exteriores os trata como não terroristas, no fundo companheiros meio equivocados. A única coisa é que acontece que é ligado a uma força que é ligada ao narcotráfico”, acrescentou o candidato.

Serra ainda teceu elogios a Índio da Costa: “Na minha opinião, ele é melhor que os outros vices. Teve mais votos que o Temer, que se elegeu na repescagem. Foi líder importante no Ficha Limpa e tem livros publicados sobre administração pública.”


José Serra: 'não votar ajuda os piores'

O candidato à Presidência José Serra (PSDB), afirmou que a reforma política é essencial para mudar diversas distorções existentes no país, e que os eleitores desinteressados em votar acabam favorecendo os maus candidatos. “Pensem, por favor, que seu voto pode ajudar a mudar. Procura ver em quem você vai votar. Não votar ajuda os piores. Vamos fazer um esforço importante. Vamos comparar”.

Entre o que participaram da entrevista, estavam os jornalistas Tereza Cruvinel, diretora-presidente da EBC e João Bosco Rabello, diretor da Sucursal de O Estado de S. Paulo. As informações foram dadas no Programa 3 a 1 , da TV Brasil, que vai ao ar nesta quinta (22).


terça-feira, 20 de julho de 2010

PT quer tirar do foco escândalos envolvendo partido, diz oposição

FOLHA.COM - POR GABRIELA GUERREIRO
ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA

Líderes tucanos e democratas afirmaram nesta terça-feira que a decisão do PT de processar criminalmente o deputado Indio da Costa (DEM-RJ) é uma estratégia para tirar do foco recentes escândalos envolvendo o partido.

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse que a campanha de Dilma Rousseff (PT) usou a técnica do "fogo de encontro" para minimizar o episódio da quebra do sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas.

"Isso chama-se fogo de encontro, quando não se têm como explicar fatos de maior gravidade. É lógico que usaram essa declaração [de Indio] para transformar isso num escândalo com o objetivo de minimizar assuntos mais graves", disse Caiado.

Candidato ao governo de Goiás, o senador Marconi Perillo (PSDB) afirmou ser pública a constatação de que o PT tem relações próximas com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O tucano, porém, seguiu a linha de José Serra (PSDB) ao desvincular o PT do narcotráfico.

"Sempre houve simpatia do PT com as Farc. Daí a dizer que o PT está ligado ao narcotráfico é outra coisa", afirmou.

Adversário de Dilma na disputa ao Palácio do Planalto, Serra visita hoje Goiânia ao lado de lideranças do DEM e PSDB no Estado. O tucano desembarcou na capital de Goiás sem o vice, Indio da Costa, que causou polêmica ao vincular o PT às Farc e ao narcotráfico em entrevista para um site do PSDB na internet.

Ontem, Serra afirmou que o PT tem ligação com as Farc, mas não relacionou o PT ao narcotráfico, como havia feito Indio.

VISITA

É a segunda visita de Serra a Goiás em menos de um mês. No Estado, Serra tem liderado as pesquisas de intenção de voto e tem ao seu lado aliados que prometem divulgar a imagem do tucano em seus programas eleitorais de rádio e TV.

"A campanha em Goiás é bem estruturada do ponto de vista de apoio. Temos palanques em todos os 246 municípios e o maior tempo de TV", disse Perillo.


Últimas do Roberto Jefferson

Agora é tarde

Lula afronta a lei eleitoral, a mesma lei que poderia ter mudado, promovendo a reforma política. Agora não dá mais, lei é lei, e nem o presidente da República está acima dela.

O mais importante o PT não fez

O PT aproveitou a declaração do candidato a vice Indio da Costa (que o partido tem ligação com as Farc) e fez um carnaval, para no final concluir que vai entrar com duas representações contra o democrata, além de pedir ao TSE direito de resposta no site do PSDB. Melhor faria o PT se desse uma declaração pública (uma nota nos jornais, por exemplo) condenando as práticas da guerrilha colombiana. Mas prefere continuar judicializando a política, dando uma de donzela ofendida, como se não tivesse culpa no cartório.

Medo do quê?

E apesar de toda a atividade judicial do PT nesta semana que acabou de começar, sempre voltada contra o PSDB, ainda não há uma decisão unânime no partido de Lula sobre o que fazer com a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau. De acordo com o "Estadão", apesar de a acusarem de ser mais rigorosa ao pedir investigações contra Lula do que contra o PSDB, a cúpula da campanha de dona Dilma está dividida, com parte querendo evitar comprar briga com o Ministério Público. Às vezes é verdade que cachorro que ladra, não morde, mas neste caso é difícil saber se o PT está só latindo porque sabe que vai perder qualquer representação contra a procuradora que está fazendo seu trabalho ou porque está com medo do que pode sair dos porões do poder concursado. Quiçá, é medo dos dois.

Fim do "quadrilátero amoroso"

O cenário político-eleitoral mostra que chegou ao fim o "quadrilátero amoroso" entre o Partido dos Trabalhadores, Ministério Público, imprensa e os movimentos sociais (as ONGs). Os quatro agiram em conjunto por anos destruindo reputações e afrontando quem encontrasse pela frente, em nome de um purismo militante. Mas o arranjo se desfez: o PT hoje é um partido no poder e não consegue mais controlar o MP e a imprensa, independentes que são; restaram as ONGs, assim mesmo porque o governo federal as financia.

‘O PT perdeu o rumo’, diz Plínio Arruda Sampaio

Candidato do PSOL à Presidência se reúne com membros da ABL

O Globo - Blog do Noblat - Por Cássio Bruno

O candidato do PSOL à Presidência, Plínio Arruda Sampaio, participou ontem, no Centro Cultural Austregésilo de Athayde, no Cosme Velho, Zona Sul do Rio, de um almoço com intelectuais e membros da Associação Brasileira de Letras (ABL).

No encontro, Plínio criticou o PT, partido de sua adversária Dilma Rousseff, defendeu a redistribuição de renda com reforma agrária e debateu o papel da mídia nas eleições deste ano, além de apresentar propostas para as áreas de saúde e educação.

À tarde, fez caminhada no centro comercial da cidade.

— O PT perdeu o rumo. Desviou-se do seu caminho. Era um projeto socialista, mas deixou de ser. Agora, é um projeto de poder normal como a política burguesa do Brasil — disse o candidato.

Na reunião, que contou com a presença dos imortais Cícero Sandroni, Candido Mendes e Murilo Melo Filho, entre outros, estavam ainda alguns ex-petistas, como o deputado federal Chico Alencar (PSOL), que também subiu o tom contra a legenda:

— O que aconteceu com o PT foi a peemedelização (referência ao PMDB). O velho PT não volta mais.

Charge do Sponholz

Sponholz



segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cortina de fumaça

Por Roberto Jefferson

A gritaria petista sobre as declarações do candidato a vice da chapa da oposição, Indio da Costa (a ligação do PT com as Farc), não passa de cortina de fumaça para não esclarecer dois fatos graves: o caso da fita que comprovaria o encontro entre Dilma Rousseff e a ex-secretária da Receita Lina Vieira (negado por Dilma), ocasião em que a petista teria pedido proteção ao aliado Sarney, e do aloprado que violou os dados do tucano Eduardo Jorge.

Indio não disse nada mais do que muitos outros já falaram, inclusive a imprensa. Vamos aos fatos!

José Serra: 'Todo mundo sabe' da ligação do PT com as Farc

Tucano salientou que relação não significa que partido tenha vínculos com o narcotráfico

O Estado de S.Paulo - Blog do Noblat - Por Eduardo Kattah

O presidenciável tucano José Serra afirmou nesta segunda-feira, 19, em Minas Gerais, que "todo mundo sabe" da ligação do PT com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas salientou que isso não significa que o partido tenha vínculos com o narcotráfico.

Ao participar de inauguração de um comitê no centro de Belo Horizonte, Serra foi questionado sobre as declarações de seu vice, Índio da Costa (DEM).

Em uma entrevista gravada em vídeo e publicada no site do PSDB, Índio disse: "Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso". O vídeo foi retirado do ar.

Apesar de dizer que os esclarecimentos cabem a Índio, o candidato tucano endossou o vice no que se refere às ligações das Farc com o Partido dos Trabalhadores. "A ligação do PT com as forças armadas revolucionárias colombianas, isso todo mundo sabe, tem muitas reportagens, tem muita coisa. Apenas isso. Agora, as Farc são uma força ligada ao narcotráfico. Isso não significa que o PT faça o narcotráfico."


Procurador-geral da República critica ação do PT

O Globo - Blog do Noblat - Por Isabel Braga e Carolina Brígido

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reagiu nesta segunda-feira à ameaça feita pelo PT de entrar com representação contra a vice-procuradora eleitoral , Sandra Cureau, no Conselho Nacional do Ministério Público.

A procuradora pediu cópias das fitas de vídeo do evento em que Lula afirmou que Dilma foi a grande responsável pelo projeto do trem-bala , que ligará o Rio a São Paulo.

A procuradora disse que analisará as fitas para decidir se entra ou não com ação de investigação eleitoral contra presidente por uso da máquina pública em favor da candidata, o que é proibido por lei.

Na nota, o procurador diz que o Ministério Público Eleitoral (MPE) vem exercendo, de maneira correta, sua função de fiscalizar o cumprimento da lei, e lamenta o que considerou uma tentativa de intimidação da atuação da instituição. Gurgel acumula as funções de procurador-geral e procurador-geral Eleitoral.

- O Ministério Público tem exercido corretamente suas funções eleitorais, atuando adequadamente para o fiel cumprimento da lei eleitoral. É lamentável que qualquer partido político, que deveria estar preocupado em cumprir a lei, tente de forma equivocada intimidar a atuação legítima da Instituição. O Ministério Público Eleitoral continuará a atuar com a firmeza que a sua missão constitucional impõe - diz a nota de Gurgel.


domingo, 18 de julho de 2010

DILMA NÃO DECOLA SEM LULA. E AGORA PT?


Ao observador atento não terá escapado a percepção de que no interregno entre a publicação da última bateria de pesquisas e o momento atual os estrategistas da candidatura Dilma executaram um teste do potencial de vôo da candidata sem os empurrões de Lula. Ao que tudo indica o teste fracassou.

No momento que Dilma ultrapassou Serra nas pesquisas publicadas pelo Ibope e pelo Vox Populi, na última semana de junho, Lula deu declarou à imprensa que sua candidata havia adquirido condições de seguir sozinha. Ato contínuo Lula viajou para a África e Dilma começou a se expor sem a presença de Lula ao seu lado em diversos eventos.

No entanto, no início de julho, após semanas seguidas de propaganda na TV, nos horários do PPS, do PTB e do PSDB, Serra buscou a diferença e empatou com Dilma, segundo o Datafolha, e nova pesquisa do Ibope.

Desde então não se viram mais pesquisas publicadas. Mas, observaram-se mudanças de comportamento de Lula que, desde o lançamento do edital do trem-bala voltou a pedir votos para sua candidata e a se expor ao lado de Dilma, afrontando a legislação eleitoral ao ponto de, inclusive, colocar-se na delicada posição de alvo de processo por improbidade administrativa e de deixar Dilma sob risco de impugnação por uso da máquina pública.

No campo adversário, as manchetes recentes emergem da boca de Serra estampando a afirmação: “Dilma não tem condições de andar sozinha”. Isto é, Dilma não teria condições de crescer nas pesquisas sem o apoio explícito de Lula.

As evidências, portanto, partem de ambos os lados. Ninguém mais do que os estrategistas de Dilma e Serra tem acesso a pesquisas diárias, não publicadas, a partir das quais monitoram o pulso do eleitor e tomam as decisões sobre os movimentos táticos das candidaturas. E os movimentos táticos de ambas as campanhas sugerem que essa é a leitura feita nos bastidores.

Sem o empurrão de Lula, Dilma pode ter caído, ou, no mínimo, parado de crescer num momento em que Serra, em função da exposição na TV, antes da última bateria de pesquisas publicadas, ganhou fôlego ao alcançar o empate técnico nas pesquisas.

A se confirmar essa análise, constitui-se um impasse estratégico para a candidatura de Dilma. Por quê? Porque o eixo estratégico da candidatura Dilma está na transferência do prestígio de Lula. E o eixo estratégico da candidatura Serra está na aposta de que, num determinado momento da disputa Dilma precisará provar ao eleitor que tem luz própria para conduzir a nação sem a tutela de Lula.

Cedo ou tarde chegará a hora de verdade para Dilma. Afinal, como pretenderia alguém comandar a nação se não tem capacidade de andar com as próprias pernas na eleição e assumir superioridade no contraste de imagens com seu principal adversário?

Nos debates da reta final da eleição, a se confirmar a polarização Dilma versus Serra, e mesmo na comparação de Dilma com Marina Silva, ou a criatura de Lula rompe a dependência química com seu criador, ou sucumbirá ao contraste com seus adversários.

Essa é a posta de Serra. Na tribuna dos debates na reta final do primeiro turno, e no segundo turno, Dilma não poderá levar Lula aos estúdios da TV Globo, sequer para assisti-la de corpo presente, sem reforçar a impressão de que, sem Lula ao seu lado, a candidata do PT é um zero à esquerda.

Os estrategistas de Dilma, segundo informações que circulam na imprensa, avaliariam que é necessário que a petista abra uma diferença de dez pontos percentuais sobre Serra até o início do horário eleitoral gratuito, como forma de garantir condições de a criatura de Lula alçar vôo solo. No entanto, o espaço de crescimento de Dilma pela via da transferência de prestígio de Lula está se estreitando.

Se, por um lado, os números indicam que ainda resta um contingente de eleitores que dizem que votarão em quem Lula indicar, e que não conhecem Dilma, por outro lado, é preciso considerar um dado qualitativo sobre esse contingente de eleitores.

Ao que parece esse contingente se compõe de eleitores com baixo grau de instrução, renda e informação política, que talvez somente tome conhecimento da existência da candidatura Dilma depois de algumas semanas de propaganda eleitoral gratuita na mídia, quando as circunstâncias da disputa já serão outras. Observe-se que Dilma passou a ser atacada duramente pelo vice de Serra, com acusações de ateísmo e de vínculos do PT com as FARC e o narcotráfico, num contexto em o currículo de Dilma revela vínculos pregressos com os grupos terroristas Colina e Var-Plamares no tempo do regime militar.

Esse é o impasse no qual se encontram os estrategistas do PT: Lula precisará se expor mais e mais para empurrar Dilma para cima nas pesquisas. No entanto, quanto mais Lula se expuser para empurrar sua criatura lomba acima nas pesquisas, mais reforçará a tese dos estrategistas de Serra: Dilma não decola sem Lula. Se Dilma vencer, quem irá governar: Dilma ou o PT dos radicais e do mensalão?

Quando chegar a hora de verdade, será Serra versus Dilma. Quem tem melhores condições de conduzir o Brasil para o futuro? É Serra, apostam os estrategistas de Serra.


Serra avalia que Lula vai acabar por ofuscar Dilma

Folha de S. Paulo - Blog do Noblat - Por Catia Seabra

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, alimenta, em conversas com interlocutores, a expectativa de que uma superexposição do presidente Lula ofusque sua candidata Dilma Rousseff.

A torcida é para que o comando da campanha petista exagere na dose, reforçando uma imagem de dependência de Dilma. Nas palavras de um íntimo colaborador de Serra, "quanto mais forte Lula, mais fraca é Dilma".

Uma overdose de Lula poderia facilitar a estratégia desenhada na oposição: abalar a confiança em Dilma. Sob dúvida, ela seria obrigada a se expor sozinha. Não é à toa que, nas conversas, Serra diz que insistirá na tecla de que governo não se terceiriza.

"Vamos explorar a debilidade da adversária. Uma candidata que não aparece, não debate, que assina um documento e volta atrás", afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE).

"Quero vê-la num palanque sem o ventríloquo", desafia o líder do PSDB na Câmara, João Almeida.


Últimas do Roberto Jefferson

No patíbulo com o PT

Com a Receita estrelando mais um escândalo, o encontro entre a ex-secretária da Receita, Lina Vieira, com Dilma volte à baila. Mas o que "Veja" publica é um enredo de ameaças, chantagens e um tapete bem recheado onde estariam escondidas as imagens do tal encontro. Com a entrevista do técnico de informática que um dia já viu os corredores da Casa Civil, a dona de nosso sigilo fiscal já soma dois escândalos. O PT leva a Receita para o patíbulo, onde todo o sigilo será eliminado. Dá nisso o aparelhamento das instituições de estado: desmoraliza.
 
Erro grave
 
Apesar de crível, a história divulgada pela “Veja” tem tudo para ser desmentida. Afinal, o ex-técnico de informática que trabalhava, terceirizado, no Planalto, Demetrius Sampaio Felinto, errou feito ao tentar chantagear deus e o mundo para falar ou calar. Ao tentar vender sua história para o próprio PT, para senadores e até para a imprensa Sampaio boicotou sua credibilidade. Pode até ser verdade que, em informática, nada seja destruído, como disse o técnico à revista. Mas suas palavras já nasceram com dispositivo de autodestruição, para azar de todo o país, pois há muitos porões, inclusive o da Receita Federal, que agora ganha holofotes, que precisam urgentemente ser abertos.
 
Quem guarda o Guardião?
 
Primeiro foi o Guardião, programa da Polícia Federal, e que já foi distribuído para outros tantos órgãos, que colocou nossa privacidade no patíbulo. Fomos e somos gravados por meses e mesmo anos, até que algumas frases possam ser usadas em alguma midiática operação.

A orgia com o Guardião foi tanta que um dia até o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, foi gravado. Mais vozes se levantaram contra a festa dos delegados, promotores e arapongas, o que fez com que os vazamentos diminuíssem sensivelmente, mas não necessariamente as gravações em si, já que o Guardião continua ativo e a todo vapor.

Até hoje ninguém explicou os dossiês montados clandestinamente dentro da PF com a Operação Satiagraha, a imensa quantidade de ofícios que as empresas telefônicas dizem receber com ordens de interceptação telefônica ou quem tem a tal mala, caríssima, usada para fazer gravações ambientais. Tudo isso apenas foi parar debaixo de algum tapete para morrer pelo esquecimento e pela discrição.

Mas com o Guardião agindo de um modo mais discreto o espaço se abre para que as outras técnicas ganhem publicidade, mesmo que negativa. É aí que a Receita Federal entra: se um analista qualquer, por ordem de aloprados, consegue quebrar o sigilo de um tucano, dá só para imaginar o que o poder concursado vem fazendo no Fisco... Fato é que ninguém guarda o Guardião!


Ciro está fora

Por Cláudio Humberto

O deputado Ciro Gomes não irá participar da campanha de Dilma Roussef (PT) nem mesmo quando ela visitar o Ceará.

O ressentimento dele com o presidente Lula continua cada dia mais intenso.


Operação Bozó

Folha de S. Paulo - Blog do Noblat - Por Ranier Bragon

A propaganda eleitoral na TV começa apenas em 17 de agosto, mas para a cúpula das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) a busca pelo voto das massas tem início exatos 15 dias antes.

Em 2 de agosto, o "Jornal Nacional" começa a veicular reportagens diárias sobre o dia dos presidenciáveis.

Na estratégia para aparecer bem no horário nobre entram agendas com baixa possibilidade de susto e boa plasticidade, além da orientação aos candidatos para respostas objetivas nas entrevistas.

Serra, Dilma e Marina Silva (PV) também vão, alternadamente, comparecer às bancadas do "JN", "Jornal da Globo", "Bom Dia Brasil" e "Jornal das Dez", da Globonews.


Macumba

O Globo - Blog do Noblat -  Por Elio Gaspari

O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, não dá detalhes sobre o resultado da sindicância em torno do vazamento da declaração de Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Ele sustenta que isso poderia levar ao pré-julgamento dos responsáveis pelas "cinco ou seis" entradas nos números sigilosos de suas declarações de renda.

Sem violar sigilos, Cartaxo pode responder às seguintes perguntas:

1) Foram "cinco ou seis" acessos de cinco ou seis funcionários? Ou seis acessos de um só auditor?

2) O endereço fiscal de Eduardo Jorge está no Rio de Janeiro. Se a pesquisa partiu de lá, pode haver uma explicação para o caso. Se não partiu, é preciso que se explique a migração da curiosidade.

3) Quantos acessos partiram do setor de programação, alertado pelos computadores que, impessoalmente, apontam movimentações atípicas? Essas listas têm milhares de nomes. Se um programador entra na declaração de um desses contribuintes, não está xeretando, mas trabalhando. Qualquer acesso estranho ao setor de programação é batom na cueca. Com uma exceção: se ele partiu de alguma superintendência, trata-se de caso de jabuti em forquilha. Alguém o pôs lá.

4) Numa operação rotineira, um auditor, advertido pelo sistema, deve acessar a declaração suspeita. Admitindo-se que viu algo esquisito, pode pedir apoio a um analista. Se o negócio é ainda mais esquisito, pode recorrer ao socorro do chefe. Assim, são três os acessos. Como se chega a "cinco ou seis"?

5) Por que a Receita levou mais de um mês para divulgar uma informação que podia ser obtida em 15 minutos?


Charge do Sponholz

Sponholz



sábado, 17 de julho de 2010

Serra faz caminhada no centro comercial de Itabuna e volta a defender criação do Ministério da Segurança

Por Biaggio Talento - Agência A Tarde

ITABUNA (BA) - Com duas horas de atraso e debaixo de chuva, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, realizou neste sábado uma caminhada na Avenida Centenário, centro comercial da cidade de Itabuna (sul da Bahia, a cerca de 400 quilômetros de Salvador). Com ele estavam o candidato ao governo do estado pelo DEM, Paulo Souto, o deputado federal ACM Neto, candidatos a deputado e cerca de 200 cabos eleitorais de PSDB, DEM e PPS, muitos portando cartazes, faixas e balões.

Esta foi a primeira visita de Serra à Bahia depois de ter sua candidatura à Presidência homologada oficialmente. Ele passou uma hora cumprimentando pessoas, abraçando-as e tirando fotos, em meio a grande tumulto. O candidato também entrou várias vezes em lojas que começavam a fechar suas portas, no início da tarde deste sábado.

Durante a caminhada, o presidenciável botou o dedo na principal ferida do estado: a questão da segurança pública. "Aqui na Bahia, o quadro de segurança tem piorado muito, e eu quero criar o Ministério da Segurança Pública precisamente para ter uma união nacional na luta pela segurança das famílias", afirmou.

Ele comentou, ainda, que a questão do contrabando de armas e drogas é uma tarefa exclusiva do governo federal.

Dilma volta a negar que tenha pressionado Lina Vieira

Em resposta à reportagem de Veja, a candidata do PT, Dilma Rousseff, voltou a negar que tenha se encontrado com a ex-secretária da Receita Lina Vieira


Veja.com

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a negar que tenha se encontrado com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, para pressioná-la a encerrar uma investigação fiscal contra a família Sarney. "Afirmo que tive reuniões com ela (Lina Vieira), que não foram as que ela relatou", disse no início da tarde deste sábado, antes de encontro político realizado em Jales, no interior de São Paulo.

A ex-ministra voltou a ser questionada sobre a denúncia da controversa reunião com Lina Vieira, supostamente ocorrida em 9 de outubro de 2008, porque a revista Veja publicou reportagem neste final de semana trazendo novos indícios que confirmariam a história contada pela ex-secretária da Receita Federal. "Não tive acesso ainda à reportagem e não acredito nisto", reafirmou.

Na reportagem de Veja, o técnico de informática Demetrius Sampaio Felinto afirma que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República escondeu imagens gravadas pelo circuito interno de TV do Palácio do Planalto que comprovam a suposta reunião. Única maneira de provar quem diz a verdade (Dilma ou Lina Vieira), as imagens teriam sido apagadas, segundo informações divulgadas à época pelo serviço de segurança da Presidência, levando o caso a ser encerrado.

À Veja, Felinto disse que vinha sofrendo pressão para não revelar a existência do vídeo. Ainda de acordo com a revista semanal, o denunciante vinha há sete meses negociando com o comitê de campanha do PT a não divulgação das imagens. E que também vinha tentando obter vantagem para divulgar ou não, dependendo do interesse de quem se propusesse a pagar.


Disputa pela sede do PT-MA causa confusão entre integrantes do partido


Uma disputa pela sede da executiva estadual do PT, no Centro Histórico de São Luís, acabou em confusão entre os integrantes do partido. Na última semana, o comitê eleitoral do candidato do PCdoB, Flávio Dino, foi montado na sede da executiva estadual do PT, porém, a ala petista ligada à governadora Roseana Sarney, revoltada com o que chamaram de "provocação", retirou todas as propagandas do candidato.

A situação reascendeu a briga entre petistas ligados à Roseana Sarney e os que apóiam Dino. Mesmo após o tumulto, os "dinistas" afirmaram que manterão o comitê de Dino na sede.


O candidato à vice-presidência na chapa de José Serra (PSDB), Indio da Costa acusa PT de ligação com Farc


O candidato à vice-presidência na chapa de José Serra (PSDB), Indio da Costa, criticou o PT e a presidenciável Dilma Rousseff na noite de sexta-feira (16), quando respondia a internautas e jornalistas em entrevista organizada pelo site mobilizapsdb. Ele acusou o Partido dos Trabalhadores de estar ligado às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ao crime organizado: "Todos sabem que o PT é ligado as Farcs, ao narcotráfico, a tudo o que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso".

Após atraso de mais de três horas, Indio apareceu para a conversa e pediu que mandassem perguntas "picantes". O candidato a vice afirmou que o PT estava usando recursos da máquina pública para fazer campanha. "O Ministério Público deveria ficar atento porque não falta material para poder enquadrar essa gente abusando do dinheiro público, fazendo campanha pra se beneficiar com o dinheiro dos impostos". Dilma Rousseff fazia campanha no Rio ao lado de Lula no momento em que Índio respondia as perguntas para o site.

Indio evitou criticar Lula e questionou como seria o governo de Dilma sem o atual presidente. "No dia primeiro de janeiro, se a Dilma é eleita, Lula volta pra casa, mas o PT fica. Fica com todos aqueles mensaleiros". E acrescentou: "O Lula tem poder sobre ele, mas eles têm muito poder sobre a Dilma".

Depois da conversa com o site, o vice de Serra ironizou no Twitter a declaração de Dilma, que disse que seu vice "não caiu do céu". Indio respondeu: "candidata do PT diz que eu caí do céu na chapa do @joseserra_ Para uma ateia, deve ser duro ter um adversário que cai do céu...".


Aloprado no telhado e na água


A tabelinha dos aloprados que apareceram com os dados fiscais de Eduardo Jorge já estava apertada: cumprido fielmente o prazo de 120 dias para encerrar a sindicância, a Receita daria um nome logo após o 1º turno das eleições. Mas agora já tem aloprado no telhado do QG petista, pois o corregedor-geral da Receita disse que pretende encerrar as investigações em 60 dias, sem pedir a prorrogação prevista na lei (no auge da campanha). Mas não se empolgue: é sinal de que as negociações com o aloprado que vai virar boi de piranha devem estar indo bem.

Sindicatos cooptados lutam por votos

O Globo - Editorial

A crise na Força Sindical devido a um conflito entre tucanos e petistas é apenas a ponta visível de algo maior, o envolvimento de sindicatos no processo eleitoral de uma forma jamais vista desde a redemocratização, em 1985.

A briga na Força se trava em torno da decisão do presidente interino da central, Miguel Torres, de assinar um documento de apoio à candidata Dilma Rousseff, sem consultar as bases. Como há nelas correntes tucanas, deu-se a confusão.

Isso acontece porque, em quase oito anos de governo, Lula conseguiu, com extrema competência — devidamente azeitada com recursos públicos —, cooptar a Força Sindical, aproximá-la da CUT — algo improvável há alguns anos — e, com outros agrupamentos sindicais, formar uma extensa frente para apoiá-lo.

No primeiro mandato, dentro da ideia de constituir fóruns multiclassistas para tecer propostas consensuadas e levá-las como prato feito ao Congresso, Lula colocou representantes dos empregados e patrões frente a frente para chegarem a um projeto de reforma sindical e trabalhista.

Pouco ou nada se avançou, até porque o governo tinha a palavra final e, quando havia divergência, sempre ficava do lado dos sindicatos dos trabalhadores. Era clara sua opção preferencial. No loteamento do governo, o Ministério do Trabalho foi doado aos sindicatos.

Porém, o gesto mais substantivo para sedimentar a cooptação das entidades foi o reconhecimento das centrais por parte do Estado, para que elas pudessem entrar na repartição do dinheiro fácil do imposto sindical, e sem precisar prestar contas sobre o destino dos recursos.

Um presentaço. No mês passado, estimava-se que CUT e Força Sindical já haviam recebido, em 2010, R$ 50 milhões por conta do novo status.

Não espanta que haja relatos de desvios deste dinheiro para financiar mordomias de dirigentes, nem que tenha ganhado força uma indústria de criação de sindicatos, montada para disputar o acesso aos cerca de R$ 2 bilhões anuais retirados compulsoriamente do contracheque dos assalariados.

Lula, desde que surgiu no cenário político, no final da década de 70/início da de 80, até hoje mudou em 180 graus.

Ele e, depois, PT e CUT, dos quais foi fundador, nasceram com propostas de sepultar o aparato getulista: acabar com a subordinação dos sindicatos ao Estado e desmontar a CLT. Defendiam, ainda, o fim do imposto sindical e do monopólio cartorial de cada sindicato sobre sua região de atuação.

Foi tudo esquecido. As centrais — CUT à frente, a maior de todas — marcharam alegremente para os braços do Estado, foram se aconchegar no Tesouro e se sentar na mesa do banquete eterno do imposto sindical.

A CLT passou a ser defendida como “conquista do trabalhador” — embora o custo e rigidez dessa legislação mantenham metade do mercado de trabalho na informalidade.

Neopelega é termo justo e adequado para designar a atual liderança sindical. Renasce em cada uma delas a figura daqueles senhores que, à frente de sindicatos, tinham trânsito fácil no Palácio do Catete, sem esquecer, como hoje, a chave dos cofres públicos.

Parece uma grande conspiração irônica da História contra a biografia política de Lula.


Sanatório Geral

Veja.com - Por Augusto Nunes

O cara e as caras

“Querem me inibir para eu fingir que não conheço a Dilma. Mas não sou homem de duas caras”.

Lula, nesta sexta-feira no Rio, no comício de Dilma Rousseff, insinuando que quem tem duas caras é gente como José Sarney (que ele achava com cara de ladrão até descobrir a cara de sócio) ou Fernando Collor (que tinha cara de corrupto até ficar com cara de amigo).



O horário do expediente

O Globo - Blog do Noblat - De Merval Pereira

O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, já havia anunciado que faria campanha para a candidata oficial Dilma Rousseff na hora do almoço que, segundo ele, “é hora da militância”. Como se deixasse de ser uma autoridade durante as refeições. Agora é o presidente da República que programa comícios a favor de sua predileta “após o horário do expediente”. Como se presidente tivesse expediente de funcionário público.

Após o comício de ontem no Rio, Lula estará ao lado de Dilma em Recife (23/7), Curitiba (30 ou 31/7), Belo Horizonte (6 ou 7/8) e por fim em São Paulo (13 ou 14/8), sempre “depois do expediente”, que ficou convencionado que expira diariamente às 18 horas.

Ficamos sabendo agora que quem usa o Palácio da Alvorada após as 18 horas, residência oficial do presidente da República, é um usurpador, pois o presidente de verdade deve estar em outro lugar com sua família, pois só tem direito a usar a residência oficial quando está cumprindo o expediente do emprego público para o qual foi eleito.

Deve ser esse, então, o papel do vice-presidente da República, José Alencar. É ele quem assume a presidência “fora do expediente”, e nunca ninguém notou essa sutileza tão brasileira quanto a jabuticaba.

E pensar que há muitas pessoas que consideram uma inutilidade a figura do vice-presidente nesses tempos modernos, em que o presidente pode estar à frente dos assuntos do país em qualquer lugar do mundo em que esteja.

Esse hábito tão brasileiro de passar o governo para o vice quando o titular viaja ao exterior, como se não fosse possível assinar documentos, dar ordens e acompanhar qualquer assunto de qualquer lugar do mundo, até mesmo de dentro do Aerolula em pleno vôo.

Mas está explicado, o presidente da República na versão do lulismo tem hora de entrada e de saída, e também de almoço, está livre das obrigações do cargo depois das 18 horas e até as 9 horas do dia seguinte, e entre as refeições.

É por isso também que o presidente Lula anunciou outro dia que pode aparecer em portas de fábricas a qualquer momento, em cima de um caminhão, para relembrar os velhos tempos de líder operário, fazendo comício para Dilma Rousseff. Ou distribuindo “santinhos” de sua candidata para os operários que chegam para o batente.

Também o governador Sérgio Cabral aderiu à prática, como se um governador que concorre à reeleição sem necessidade de se desincompatibilizar do cargo precisasse dessas sutilezas para separar sua campanha dos atos de governo.

Seria risível se não fosse trágico para a democracia brasileira, e é preciso que rapidamente o Tribunal Superior Eleitoral regulamente a atuação dos governantes nas eleições, especialmente a do presidente da República, para que o país não viva essa situação esdrúxula de ter durante três ou quatro meses um presidente que bate ponto como um burocrata qualquer, fingindo estar cumprindo a lei.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Suspensa distribuição de cartilhas com discurso de Dilma


Decisão foi tomada após conversas entre AGU, departamento jurídico da campanha e Casa Civil.


Por Leandro Colon, de O Estado de S.Paulo

O Palácio do Planalto mandou nesta quinta-feira, 15, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres interromper a distribuição do kit com cartilhas, livros e cartazes que pede voto para mulheres e inclui um discurso de seis páginas da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

A decisão foi tomada após conversas entre o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, o departamento jurídico da campanha de Dilma e integrantes da Casa Civil. A distribuição do kit foi revelada ontem pelo Estado.

Comentário do Noblat:

Se o jornal não tivesse descoberto a existência de cartilhas pagas pelo governo e que promovem Dilma a distribuição delas a essa altura teria sido suspensa?

É claro que não.

Se as tais cartilhas configuram crime eleitoral o crime deverá ser esquecido por que a distribuição foi interrompida?

É claro que não.


Planalto promove Dilma em kit por voto em mulheres


Desfaçatez! Do Blog do Noblat

Distribuição do material, por parte do governo, começou no mês passado, pouco antes do início oficial da campanha eleitoral

Por Christiane Samarco e Leandro Colon, de O Estado de S.Paulo

O governo federal produziu e distribuiu 215 mil cartilhas, 20 mil cartazes e 3 mil livros defendendo o voto nas mulheres. Também foi incluído no material um discurso de seis páginas da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

O kit foi enviado em caixas de papelão pela Secretaria de Políticas para as Mulheres - órgão vinculado à Presidência da República - a partidos políticos, deputados, senadores e demais candidatos nos Estados.

Apesar de ter sido elaborado em 2008 e 2009, o material só foi impresso em maio. A distribuição, por parte do governo, começou no mês passado, pouco antes do início oficial da campanha eleitoral.

A capa da cartilha, intitulada Mais Mulheres no Poder Plataforma 2010, traz a imagem de um botão verde com a expressão "confirma" - similar a uma urna eletrônica - e a frase "eu assumo este compromisso".

Ontem, a Secretaria para as Mulheres distribuiu a publicação em Brasília numa conferência sobre a mulher na América Latina.

Comentário do Noblat:

O mundo desabará sobre a cabeça de quem sugerir que a candidatura à presidência de Dilma Rousseff poderia ser impugnada - tantos são os abusos e violações de leis cometidos para torná-la vitoriosa.

De fato, ela jamais será impugnada porque sobram motivos, mas faltam coragem e independência à maioria dos juízes com assento no Tribunal Superior Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal.

É preferível aplicar multas de pequeno valor aqui e ali a enfrentar o risco de ver o próprio presidente da República, do alto dos seus 80% de popularidade, arregimentar os chamados movimentos sociais para que saiam em defesa da candidatura ameaçada.

Quem duvida que ele procederia assim?

Uma conflagração social? Jamais! Bate na madeira! Isola! Fere as nossas tradições.

Melhor pagar o preço de promover uma eleição onde há muito que foi pelo ralo o princípio da igualdade de condições entre os candidatos.

Porque é isso o que está em curso. E é isso o que será consumado em 3 de outubro próximo.


Acerto de contas


Hugo Chávez chamou o arcebispo de Caracas, Jorge Savino, de troglodita e disse que o papa "não é nenhum embaixador de Cristo na Terra". E promete rasgar um acordo que o governo venezuelano tem com o Vaticano. O mesmo vai acabar acontecendo aqui. A CNBB ainda vai pagar caro por ter ajudado a criar essa anomalia chamada PT, que nada respeita, tudo viola em nome do poder. E a imprensa também tem sua responsabilidade nisso: no passado se acumpliciou com o PT, como faz agora com o Ministério Público. Mas a conta vai chegar - e não vai ficar barato.


PSDB de Minas acusa instituto Sensus de fraude em pesquisa


A campanha do governado de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), protocolou nesta quinta-feira uma representação contra o instituto Sensus na Procuradoria Regional Eleitoral do Estado.

Segundo a coligação, o instituto é suspeito de fraudar pesquisa ao governo mineiro registrada na terça-feira.

O presidente do PSDB de Minas, Narcio Rodrigues, diz que a pesquisa tem fortes indícios de favorecimento à chapa do PMDB-PT que tem Hélio Costa na disputa ao governo e Patrus Ananias, como vice.

O partido diz que a primeira irregularidade está na divulgação da pesquisa um dia depois do registro feito. A lei eleitoral pede um prazo mínimo de cinco dias. Apesar de não ter sido publicada oficialmente, a pesquisa tem sido vazada para a imprensa, afirma o PSDB.

O PSDB também reclamar da forma com as perguntas foram feitas. Em uma delas, Patrus --ex-ministro do Desenvolvimento Social-- é apresentado, segundo o partido, como "ministro do Bolsa Família".

"Trata-se de despudorada tentativa de vincular a chapa ao programa assistencial que constitui o carro-chefe do governo federal, vinculação essa que cabe à propaganda eleitoral e não ao instituto de pesquisa quando da elaboração de questionário", diz o PSDB na representação.

A campanha de Anastasia diz haver ainda outras irregularidades como a não identificação das cidades onde houve a pesquisa.

A reportagem ligou para o Sensus por volta das 20h30. No entanto, o diretor do instituto, Ricardo Guedes, não estava para comentar a representação.


MP vê abuso de poder em elogio de Lula a Dilma


Como antecipou o Radar on-line, a vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, abriu uma investigação preliminar para analisar se Lula cometeu abuso de autoridade ao elogiar, em cerimônia oficial na última terça-feira, Dilma Rousseff pelo projeto do trem-bala. Cureau decidiu pedir a gravação de imagens e de áudio do evento realizado em Brasília em que Lula atribuiu o “sucesso” do projeto à presidenciável petista.

Diante da polêmica, o presidente tratou de pedir desculpas, também publicamente. Em entrevista à imprensa na última quarta-feira, Lula afirmou que não pretende desafiar a lei e sim fazer um reconhecimento histórico a Dilma. Mas a atitude pode não ser suficiente para livrá-lo de uma punição, na opinião de especialistas ouvidos por VEJA.com.

De acordo com o artigo 73 da Lei 9.054 (Lei das Eleições), é proibido a agentes públicos “fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato”. Ou seja, o presidente só pode fazer campanha fora do horário de expediente.

Divergência – O especialista em direito eleitoral e ex-presidente da comissão de direito eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) Luciano Pereira dos Santos acredita que Lula teria cometido uma irregularidade se tivesse pedido votos a Dilma. “A ministra tinha atribuições e, se a obra efetivamente teve a participação dela, ele somente fez menções à pasta quando a obra foi projetada”, afirma.

“O discurso de Lula não configura crime eleitoral. Ele se referiu a uma colega de Ministério, que julgou relevante para o projeto [do trem-bala]. Não pediu voto, não disse que ela é candidata. Não é um ato ilícito”, concorda o jurista Torquato Jardim.


Serra critica uso da máquina e diz que Dilma não anda com as próprias pernas

VEJA.COM - POR SAMANTHA LIMA, DO RIO

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, condenou nesta quinta-feira o uso da máquina pública nas eleições e criticou o que chamou de "máquina de fazer mentiras" contra sua campanha.

"Eu penso que usar a máquina pública com objetivo eleitoral não é bom para a eleição, e não é justo do ponto de vista de valores da nossa sociedade, numa eleição em que as pessoas devem fazer seu julgamento individual", disse ele em entrevista à rádio "Tupi".

Serra votou a dizer que o uso da máquina na campanha de sua adversária petista, Dilma Rousseff, ocorre porque "ela não anda com as próprias pernas". "Ela é fruto de marketing, foi construída. A verdadeira Dilma não está aparecendo, é produto de uma construção da qual faz parte a máquina do governo [federal]."

Segundo o tucano, existe uma máquina de inventar mentiras contra sua campanha. "Estão dizendo que eu quero privatizar os Correios. Eu quero é estatizar os Correios, que agora está apropriado por partidos políticos. É uma fábrica de mentiras que daqui a pouco vai cobrar quinquênio, férias em dobro e adicionais trabalhistas."

TREM-BALA

O tucano ainda condenou o uso de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar o trem-bala.

"Estão dizendo que o trem-bala será construído com recursos privados. Acho difícil, são R$ 35 bilhões, precisamos ver como será financiado, porque se tiver dinheiro do BNDES, então não é financiamento privado, é dinheiro público."

Para Serra, o dinheiro do BNDES não deve ser usado para financiar fusões e aquisições de empresas, movimento intensificado nos últimos quatro anos.

"O BNDES usa recursos do Tesouro, subsidiado por todos nós. Ele deve usar o dinheiro para criar empregos no Brasil e não frigoríficos que estão criando empregos lá fora. Nem financiar fusões de empresas porque esses processos acabam cortando empregos."

Para ele, o dinheiro do banco deve financiar a produção de bens de capital.

CPMF

Questionado sobre uma possível recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), Serra não descartou a hipótese.

Ele disse que é necessário rever os gastos em saúde para ver se há necessidade ou não, mas depois disse acreditar que há recursos suficientes para a saúde.


Prática antidemocrática

O Globo - Por Merval Pereira

Há no Brasil de Lula uma predisposição para se aceitar quebra de normas legais como se fosse a coisa mais normal do mundo. A tradição de existirem leis "que pegam" e outras que nem tanto, que marca negativamente a nossa sociedade, passou a ser um parâmetro considerado válido para o comportamento, do cidadão comum ao presidente da República.

O cidadão que não respeita sinal ou usa a calçada para estacionar o carro se sente no direito de fazer isso, ou está contando com a impunidade. Ou ainda considera o custo-benefício da multa favorável.

O presidente da República que, como Lula, joga o peso do cargo para favorecer sua candidata se sente no direito de fazer isso, ou conta com a impunidade da legislação eleitoral.

O belo verso de Fernando Pessoa em "Mar português" ("Tudo vale a pena se a alma não é pequena") já virou "Tudo vale a pena se a multa é pequena" na internet.

A quebra do sigilo da declaração de Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, admitida pelo próprio secretário da Receita Federal em depoimento no Senado, não provoca nenhum estremecimento na máquina pública, que deveria existir para servir aos cidadãos, e não ao governo da ocasião.

Os dados de declarações de renda do dirigente oposicionista, que foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, foram parar em um dossiê montado pelo comitê de campanha da candidata oficial Dilma Rousseff, o que foi denunciado pelo jornal "Folha de S. Paulo".

Por outro lado, o fato inédito de o presidente da República ter sido multado seguidas vezes por transgredir a lei eleitoral passa a ser considerado normal, porque todos concordamos que a lei em vigor é fora da realidade e deveria ser alterada.

Ora, como diria o deputado federal José Genoino nos áureos tempos do mensalão, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".

O fato de uma lei eleitoral não resistir à realidade de uma campanha política não significa que ela deva ser simplesmente ignorada pelos competidores, ainda mais pelo presidente da República, que deveria dar o exemplo de respeito às leis do país.


Em encontro com artistas no Rio, Serra diz que Estado foi loteado entre partidos

O Globo - Por Natanael Damasceno

RIO - O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou, na noite desta quarta-feira, que o Brasil tem assistido a uma partidarização frenética do Estado, que está comprometendo a capacidade de investimento no país. Segundo o tucano, que participou de um encontro com artistas e intelectuais em um restaurante da Zona Sul do Rio de Janeiro, há hoje uma elite sindical amarrada ao governo que está privatizando toda a estrutura do Estado em benefício próprio.

"Privatizar aqui não é vender para uma área privada, é ver um órgão estatal ser apropriado por interesses partidários"

- A partidarização (do Estado) é evidente. Você tem uma empresa boa, a de Correios e Telégrafos, hoje no chão justamente por causa do loteamento político. Isso prejudica a empresa, que tem bons funcionários,que tem que permanecer estatal. Isso porque foi entregue a um grupo que não tem nada a ver com a finalidade da empresa. Isso é geral, no Estado brasileiro inteiro. Tudo loteado, dividido, tudo privatizado. E privatizar aqui não é vender para uma área privada, é ver um órgão estatal ser apropriado por interesses privados, partidários.

Serra chegou ao encontro por volta das 23h e cumprimentou cada um dos presentes. Foram convidados mais de 300 artistas e intelectuais de diversas áreas, como música, teatro, TV, cinema e literatura. Mas menos de 150 pessoas foram ao local. Entre eles, os atores Carlos Vereza, Stephan Nercessian, Maitê Proença, e Rosa Maria Murtinho; os músicos Fausto Fawcet, Charles Gawin, Sandra de Sá; os cineastas Zelito Viana e Andrucha Waddington; o humorista Marcelo Madureira; e o escritor Iva Junqueira, entre outros. Muitos chegaram a afirmar que foram ao encontro para ouvir as propostas do candidato para o setor. Serra, no entanto, limitou-se a pedir que os convidados enviassem sugestões para serem debatidas.

Em um discurso longo, ele lembrou do seu envolvimento com a cultura quando era dirigente estudantil - época em que conheceu o poeta Ferreira Gullar, seu amigo, que ficou o tempo todo ao seu lado - e de projetos elaborados na época em que foi prefeito e governador de São Paulo. Ele defendeu que o Estado divida com a sociedade as decisões relativas aos incentivos à indústria cultural e afirmou que não basta a Lei Rouanet para fomentar o setor.

"Tem que se diversificar as fontes de financiamento. Não basta a Lei Rouanet"

- Para mim, um aspecto básico da cultura é a diversidade. Nessa perspectiva, acho que as decisões a respeito de projetos culturais deveriam ser diversificadas. Deveriam ser tomadas por empresários, artistas, governo, organizações da sociedade, ONGs. Não deveria haver um centro de decisões tutelando isso pois esse é um trabalho que deve ser feito em conjunto, mesmo com todos os problemas e contradições que isso acarreta. Tem que se diversificar as fontes de financiamento. Não basta a Lei Rouanet. É preciso de recursos maiores que cheguem de alguma outra forma. Na prefeitura da capital, duplicamos o orçamento para a Cultura. No Governo, triplicamos. Aproveitamos a Lei Rouanet, mas também fizemos isso criando fundos, incentivos - disse o candidato aos convidados.

Além dos artistas e intelectuais, estiveram presentes ao encontro o candidato a vice na chapa de Serra, o deputado federal Indio da Costa (DEM); o candidato do PV ao governo do Rio, Fernando Gabeira; o candidato do PPS ao Senado, Marcelo Cerqueira; e o deputado federal Marcio Fortes (PSDB). Serra deixou o restaurante por volta de 1h30m.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Campanha dos bacharéis


Esta campanha tem tudo para entrar para a história, o problema é que se dará pela porta dos fundos. Com os procuradores da Justiça Eleitoral soltos pelas ruas como pitbulls enfurecidos, os candidatos serão obrigados a gastar mais dinheiro com assessorias jurídicas do que com propaganda e marqueteiros. Em vez de propostas à população, os candidatos terão que escrever defesas.

No lugar de encontros políticos e reuniões com representantes da sociedade, audiências com juízes. Ou seja, mais valerá um acórdão na mão do que dois "santinhos" voando.


Secretário da Receita diz já ter identificado servidores que acessaram dados de tucano

FOLHA.COM - POR GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, admitiu nesta quarta-feira em depoimento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado que já identificou os servidores responsáveis por acessar os dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Pereira.

Cartaxo disse que sabe nomes, dia e hora dos acessos, mas se recusou a revelar as informações à comissão ao sustentar que elas estão protegidas por sigilo.

"Houve diversos acessos, por vários funcionários, que estão sendo investigados. Sei dia, mês, hora e a máquina em que foram feitos os acessos. As informações estão protegidas por sigilo, até mesmo para não condenar inocentes", afirmou.

Cartaxo revelou à comissão que foram feitos cinco ou seis acessos aos dados. Nenhum dos acessos, segundo o secretário, ocorreu em Brasília --o que significa que esses servidores da Receita não trabalham na sede do órgão, na capital federal.

Como um funcionário pode realizar mais de um acesso aos dados fiscais de um cidadão, a informação do secretário não permite definir a quantidade de servidores da Receita envolvidos no caso.

O presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), pediu para transformar a sessão em secreta para que o secretário revelasse a identidade dos servidores e o modelo dos acessos. Cartaxo, porém, não atendeu à solicitação do parlamentar.

"Não foi um único funcionário que acessou as declarações. Foram vários funcionários e vários acessos. Eu não posso entre esses funcionários formular nenhuma acusação. Tem que se revelar primeiro se houve quebra de sigilo do funcionário que está nesse rol. Vossa Excelência me desculpe, mas eu invoco o sigilo", disse.

Em junho, a Folha revelou que os dados fiscais do vice-presidente do PSDB, foram levantados pelo "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). Os dados saíram diretamente dos sistemas da Receita Federal, como atestam documentos aos quais a reportagem teve acesso.

Em todas as páginas de um conjunto de cinco declarações completas do Imposto de Renda (entregues entre 2005 e 2009) de EJ, como o dirigente tucano é conhecido, consta a seguinte frase: "Estes dados são cópia fiel dos constantes em nossos arquivos. Informações protegidas por sigilo fiscal".

Os dados seriam usados na montagem de um dossiê contra o candidato José Serra (PSDB), principal adversário de Dilma na corrida presidencial --uma vez que Eduardo Jorge é um dos dirigentes do PSDB, ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

APARELHAMENTO

Apesar de reconhecer a quebra do sigilo de Eduardo Jorge, Cartaxo negou aparelhamento político da Receita Federal.

"O seu corpo pessoal [da Receita] é selecionado através de processo de seleção interna. (...) A Receita não acoberta qualquer tipo de comportamento. A Receita não se envolve em demandas políticas nem em coloração política."

Ao longo do depoimento, Cartaxo disse reiteradas vezes que a Corregedoria da Receita Federal investiga as acusações, por isso deve manter o sigilo das informações que estão sendo analisadas pelo órgão. "Está em processo de apuração. A comissão haverá de dar resposta conclusiva sobre essa matéria."

O secretário disse não ter conhecimento se os acessos nos dados de EJ foram "motivados ou imotivados". Segundo Cartaxo, todos os acessos a declarações de Imposto de Renda são monitorados.