"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

domingo, 28 de fevereiro de 2010

PESQUISA DATAFOLHA: DILMA NÃO EMPOLGA E NÃO DECOLA; SERRA CONTINUA NA FRENTE


Pesquisa Datafolha publicada na edição deste domingo (28) do jornal Folha de São Paulo, mostra que a ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) atingiu 28% nas pesquisas de intenção de voto de dezembro para janeiro. No mesmo período, a taxa de intenção de voto no governador de São Paulo, José Serra (PSDB), passou para 32%.

Em fevereiro de 2006, a pesquisa Datafolha deve ter sido um fator preponderante para a desistência de Serra disputar a eleição presidencial. O “X” de Lula, após superar as acusações do mensalão e a possibilidade de impeachment, já apontavam a vitória do petista.

O levantamento publicada hoje, pelo Datafolha, aponta um cenário completamente diferente. Mostra que Dilma Rousseff, depois de um ano em campanha aberta, somente agora alcança o patamar petista, a média de Lula, o teto do presidente nos seus piores momentos. Lula nunca esteve abaixo de 27%, nem mesmo no auge do mensalão.

Portanto, o resultado é perfeitamente previsível, na medida da exposição desleal da candidatura petista e do lançamento milionário feito na semana anterior(coordenado pelo mensaleiro Fernando Pimentel), com direito à intensa exposição na mídia. Serra, ao contrário, paga o preço das chuvas em São Paulo e do fato de não estar realizando campanha nacional, como ocorre com a candidata da situação.

Os números de Serra parecem razoáveis, dado o andamento da não-campanha do PSDB e de uma posição mais firme dele e da oposição em relação a todos os descalabros do governo Lula. Ainda há um longo caminho a percorrer enfrentando os crimes eleitorais do PT, até que a campanha passe a ter igualdade de condições. Mais do que nunca, é preciso pensar com a cabeça, não com o fígado.

A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro. Foram ouvidas 2.623 pessoas com maiores de 16 anos. Veja os dados divulagdos agora a pouco:

Primeiro turno
Serra - 32% (37%)
Dilma - 28% (23%)
Ciro - 12% (13%)
Marina - 8% (8%)

Segundo turno
Serra - 45% (49%)%
Dilma - 41% (34%

Datafolha reforça Aécio como vice

No cenário de segundo turno, numa eventual disputa entre Serra e Dilma, o tucano lidera com 45% das intenções de voto e a petista aparece com 41%. A eleição será duríssima. Em outro cenário de segundo turno, Dilma vence com 48%, contra 26% de Aécio. Nesta mesma época, em 2006, Alckmin tinha 35% contra 53% de Lula, quando a oposição mudou de candidato. Só mesmo quem não tem a mínima visão política para defender que o PSDB cometa o mesmo erro. A grande estratégia, consolidada pela pesquisa Datafolha, é uma chapa pura, com Aécio de vice-presidente.

Empate técnico entre Serra e Dilma?

A margem de erro da pesquisa do Datafolha é de dois pontos para mais ou para menos. Serra pode ter, pois, entre 30% e 34%, e Dilma, entre 30% e 26%. Pode-se falar em empate na hipótese pouco provável de que ele tenha dois a menos (margem inferior), e ela, dois a mais (margem superior): 30% a 30%. Mas essa possibilidade é a mesma de a diferença ser, então, de 8 pontos: 26% (dois a menos para ela) a 34% (dois a mais para ele). O mais provável? Ora, o número encontrado: 32% a 28%. O que é inequívoco, como se pode ver nos posts abaixo, é que ela cresceu em todos os cenários. Serra oscila na margem de erro (40% para 38%) quando Ciro não está na disputa e cai quando ele está (de 37% para 32%).

O Nordeste já dá a liderança para a “mulher do Lula”. Nas demais regiões, Serra lidera.

SUDESTE
Serra - 38%
Dilma - 24%
Ciro - 12%
Marina - 9%

SUL
Serra - 38%
Dilma - 24%
Ciro - 9%
Marina - 6%

NORTE/CENTRO-OESTE
Serra - 32%
Dilma - 29%
Ciro - 11%
Marina - 13%

NORDESTE
Dilma - 36%
Serra - 22%
Ciro - 15%
Marina 6%

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ciro agora diz que há muita corrupção no governo Lula

De Isabela Martin no Globo Online:

Ex-ministro do governo Lula, o deputado Ciro Gomes (PSB) voltou nesta sexta-feira a atacar duramente a aliança entre PT e PMDB e disse que há muita corrupção no governo federal. Ciro, que quer ser candidato à Presidência pelo PSB mas sofre pressão do presidente Lula para disputar o governo de São Paulo, começou chamando a aliança entre PT e PMDB de "ajuntamento oportunista". Quando perguntado se há corrupção na gestão Lula, respondeu:

- E muita. Já falei que essa aliança é um roçado de corrupção, um roçado de escândalos - disse, em entrevista à rádio O Povo/CBN, em Fortaleza.

Ciro disse já ter mostrado para o presidente Lula os pontos vulneráveis à corrupção em seu governo.

- Se a gente está chocado com os escândalos do Sarney, com os escândalos do Renan, nós vamos ter uma oportunidade agora. E aí é que está a minha questão dessa aliança do PT com o PDMB. Não pela aliança, que também não quero desqualificar como se eu quisesse governar o Brasil sozinho. A questão de uma aliança é se ela pode ser negociada na frente de vocês. Mas como é que se junta aqui? É no suborno, é no clientelismo.

O PT tem evitado rebater porque tenta fazer de Ciro candidato em São Paulo, tirando-o do caminho da candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência. Nesta sexta, a executiva do PT paulista decidiu que até o fim de março seu candidato terá de estar definido. O nome será apresentado ao Diretório Nacional no dia 6 de abril.

Caso Ciro recuse mesmo a proposta de ser o candidato da frente de nove partidos liderada pelo PT, a direção poderá indicar o senador Aloizio Mercadante para a disputa. Ciro reafirmou que é candidato à Presidência, mas não descarta a disputa paulista.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Serra e Aécio a união para mudar o Brasil



MANIFESTO:

O Brasil, definitivamente, deixou de ser um projeto com potencialidades e se transformou em uma nação referencial para todo o mundo. Embora ainda com fortes desequilíbrios e demandas sociais não atendidas, o país já conta com uma economia dinâmica e instituições democráticas estáveis. O povo brasileiro pode ousar mais e avançar em sua persistente aventura democrática.

O ano de 2010 surge no cenário como mais um momento crucial para renovar esperanças, formular projetos, estabelecer parcerias políticas corajosas voltadas para construir novos modelos de crescimento econômico e de desenvolvimento. Em seu centro, as eleições presidenciais, que definirão os rumos do país em um mundo que experimenta grandes transformações e enfrenta ainda os impactos de uma crise econômica global.

Os caminhos de um país continental como o Brasil devem ser traçados sem qualquer concessão ao maniqueísmo, ao espírito salvacionista, a acordos eleitorais espúrios e imediatistas. Devem se amparar em idéias e projetos reais, factíveis, democráticos, éticos, e se sustentar no espírito público.

Nesse sentido,conclamamos os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, a comporem uma chapa para disputar o próximo pleito presidencial. Em poucos momentos da história é possível unir duas lideranças ilibadas e representativas em um torno de um projeto nacional democrático e progressista, vivemos um deles.

Serra e Aécio, nos cargos públicos que ocuparam, e ao longo dos anos, deram demonstração de competência, vocação pública e de compromisso com mudanças. Para dirigir o Brasil não precisam apresentar credenciais, já estão prontos, pois são o resultado do que tem de melhor a experiência política nacional nos últimos 20 anos.

Nenhuma opção política pessoal que possa envolver esses dois grandes homens públicos brasileiros é mais estratégica que um projeto presidencial para 2010. Projeto esse que ultrapassa os limites do próprio PSDB e já se coloca como representativo de amplos segmentos políticos e sociais da nação brasileira.

Uma chapa Serra-Aécio significaria, antes de tudo, concretizar uma alternativa ao atual governo federal, que acertou ao dar curso a orientações que emanam de administrações próximas anteriores e fracassou ao não executar reformas agendadas e de grande alcance histórico como a política e a tributária. Seria sinalizar a toda a sociedade que um novo projeto ético na vida pública e na política é possível. Também simbolizaria a união de dois grandes estados - São Paulo e Minas Gerais - para a construção de um novo pacto federativo, reclamado pelas regiões e demais estados brasileiros. Ao mesmo tempo, alimentaria um grande esforço político e eleitoral de abrangência nacional, com reflexos positivos imediatos no processo de renovação dos governos estaduais e das representações nos diversos parlamentos republicanos.

Uma grande janela está aberta para que as esperanças se reacendam no Brasil.

Justiça condena cunhado de Roseana a indenizar ex-governador do Maranhão


Sócios do extinto jornal "Veja Agora", o secretário da Saúde do Maranhão, Ricardo Murad (PMDB), e o jornalista Hostílio Pereira da Costa, foram condenados pelo Tribunal de Justiça a pagar R$ 16,8 mil, acrescidos de juros de 1% ao mês, ao ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) por publicação de texto ofensivo a sua honra.

Murad é cunhado da governadora Roseana Sarney (PMDB), adversária política de Tavares. O jornal foi criado em 2005 e deixou de circular depois da eleição de 2006.

A condenação, segundo o advogado Rodrigo Lago, que representa o ex-governador, é referente a uma das 20 ações cíveis e criminais protocoladas contra o jornal por Tavares durante sua gestão (2003-2006).

A relatora do processo, desembargadora Maria das Graças Mendes, da 1ª Câmara Cível do TJ-MA, entendeu que a publicação dos textos ocorreu sem a utilização de "fonte de veracidade e com uso de termos ofensivos sobre assuntos relativos à vida privada do ex-governador". De acordo com a decisão, os órgãos de imprensa têm "obrigação de publicar matérias com veracidade, possibilitando a defesa e resposta das pessoas envolvidas".

Segundo o advogado do ex-governador, o jornal publicou diversos textos e charges que atingiam a mulher e os filhos de Tavares. "Até uma briga da filha dele de seis anos no colégio foi publicada no jornal. Qual a necessidade de informar isso?", disse o advogado.

O advogado disse que não as ações buscam proteger a família do ex-governador e não limitar a liberdade de imprensa.

A assessoria de Murad disse que ele vai recorrer da decisão e não quis se pronunciar sobre a condenação.

Charge da Semana

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Lula e o Bolsa-Família - As duas faces de Lula


Que a política é a arte de ser camaleão é novidade mais velha que a de não cumprir o que prometeu. E desqualificar o que o adversário fez, também. Mas, de acordo com as circunstâncias, vale tudo. É o que mostra um vídeo comparando o Lula candidato à Presidência em 2002 e o Lula de alguns meses atrás, chamando de "imbecis" e "ignorantes" os críticos do programa que é o carro-chefe de seu governo. Parece que o feitiço da palavra de ontem engoliu o feiticeiro de hoje.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Não parece. Mas Lula garante que há uma universidade nesta foto


“E pasmem para uma coisa que é importante”, gabou-se Lula de novo. “Eu, torneiro mecânico, já sou o presidente da República que mais fez universidades neste país”. Jura que construiu 13. Para chegar a esse número, inclui, por exemplo, o campus de São Bernardo do Campo da Universidade Federal do ABC, inaugurado em 25 de agosto de 2009. A imagem que ilustra este post registra o momento da inauguração. Não parece, mas Lula garante que há uma universidade na fotografia.

No dia da festa, o maior governante desde Tomé de Sousa irrompeu no berço político ao lado da primeira-dama e escoltado pela procissão de ministros. Na discurseira para a plateia reunida num auditório, contou que construíra aquele templo do conhecimento por temer a ciumeira de Marisa Letícia, que exigiu para a cidade natal uma universidade igualzinha à de Garanhuns. Atribuiu o ligeiro atraso das obras ao Tribunal de Contas da União. Avisou que o campus começaria com 500 alunos, chegaria a 15 mil até o fim do governo e logo se tornaria mundialmente conhecido como um viveiro de gênios da engenharia.

Encerrada a discurseira, foi visitar a maravilha — sem plateias por perto. A foto congela o instante histórico. Aplaudido pela companheira primeira-dama, pelo companheiro prefeito Luiz Marinho e pelo companheiro vice-prefeito Frank Aguiar, o Primeiro Companheiro não descerra nenhuma placa. Apenas movimenta uma pá. Como o monumento ao saber só existia no palavrório de palanque, o JK de chanchada inaugurou uma pedra fundamental. E deu por inaugurada outra universidade federal.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - Com 36%, Ibope mostra Serra à frente de Dilma

da Folha de S.Paulo

Realizada entre os dias 6 e 9 deste mês, pesquisa Ibope/Diário do Comércio registra uma vantagem de 11 pontos do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), sobre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), no cenário que inclui o nome do deputado Ciro Gomes (PSB) na disputa presidencial.

Segundo a pesquisa, Serra tem 36% da preferência contra 25% de Dilma. Como a margem de erros é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Ciro aparece tecnicamente empatado com a pré-candidata do PV, Marina Silva. Ele tem 11%. Ela, 8%.

Na simulação que exclui o nome de Ciro, Serra conta com 41% das intenções de voto contra 28% de Dilma. Marina tem 10%.

Se o segundo turno fosse hoje, Serra venceria Dilma por 47% a 33%.

O Ibope ouviu 2002 eleitores em 144 cidades. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo 3196/20.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Candidatura inelástica

Senador Arthur Virgílio analisa resultados da última pesquisa CNT/Sensus


Não vou discutir questões técnicas relacionadas com a última pesquisa eleitoral CNT/Sensus, cujos resultados desencadearam, nas hostes governistas, euforia certamente mais fingida — para forçar uma motivação — do que verdadeira, diante do que seria o desempenho da candidata palaciana. Não vou entrar no mérito da metodologia usada na pesquisa, universo selecionado, distribuição do eleitorado por regiões, faixas etárias ou de renda. Outras pesquisas estão sendo feitas e logo teremos mais elementos para análises e comparações.

Os resultados da pesquisa CNT/Sensus, de qualquer modo, não são de molde a suscitar a satisfação que o governo quer demonstrar para a opinião pública. Não há, nem de longe, o empate técnico que alguns, talvez querendo ser agradáveis ao poder, procuraram ver entre o governador paulista, José Serra, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A margem de erro de 3%, conforme a leitura que se faça, tanto pode favorecer um nome quanto outro. A vantagem de Serra sobre Dilma poderia chegar a 12 pontos, bastando entender que Serra poderia ter 3% a mais e Dilma 3% a menos.

Fiquemos, porém, nos índices divulgados, descartando a margem de erro. O eleitorado brasileiro, nas eleições de 2008, era, em números redondos, de 127.464.000. Dele devem ser excluídos os 10,5% de votos brancos ou nulos apurados na pesquisa. Então, ficam 114.080.000 de votos válidos. Como se distribuiriam? No primeiro cenário, com Ciro Gomes, Serra teria 33,2%, ou seja, 37.874.000 de votos; Dilma, com 27,8%, 31.714.000; Ciro, com 11,9%, 13.575.000; e Marina, com 6,8%, 7.757.000.

Mesmo nesse cenário, Serra ganharia de Dilma por uma diferença de 6 milhões de votos. A candidatura de Ciro Gomes, contudo, ainda está revestida de muita incerteza, por mais que ele insista em proclamar que será candidato. Até que ponto ele resistirá a um apelo do presidente Lula — que já o levou até a transferir seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo — que não faz segredo de querê-lo fora do páreo? Então, num segundo cenário, mais realista, sem Ciro, Serra iria para 40,7%, com 46.430.000 votos; Dilma para 28,5%, com 32.512.000; e Marina para 9,5%, com 10.837.000. Ou seja, Serra teria 8.556.000 votos a mais do que no primeiro cenário e Dilma apenas 798.000. O governador paulista venceria no primeiro turno. E se houvesse segundo turno, Serra teria 50.195.000 votos contra 42.323.000 de Dilma – uma folgada diferença de quase 8 milhões de votos!

Isso, sem falar que a pesquisa — volto a dizer, sem discutir sua metodologia — refletiria o quadro de hoje, em que somente a candidata palaciana está efetivamente em campanha, levada a tiracolo pelo presidente Lula a todo canto do país, a pretexto de "inaugurar" ou "lançar" obras do PAC, programa que, como se viu no último balanço, não vai muito bem das pernas. Quando a campanha começar mesmo, quando os candidatos estiverem em confronto direto, publicamente, em debates nos palanques e na televisão, a superioridade de Serra deverá tornar-se mais nítida e sua vantagem ampliar-se ainda mais. Ele tem longa e vitoriosa experiência política e administrativa e imensa folha de serviços prestados à nação, seja como ministro de Estado, seja como prefeito da maior capital brasileira, seja como governador do Estado de São Paulo.

Por maior aprovação que o presidente Lula tenha, ele não conseguirá transferi-la para a sua candidata além de certo limite. E este já teria sido alcançado, ao menos na avaliação de quem tem autoridade técnica para discorrer sobre pesquisas, que é Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope. Há dias, segundo o Blog de João Bosco Rabello, ele disse que "o eleitor sabe que Dilma é o PT no poder mais quatro anos, só que, dessa vez, sem Lula". "Não é a mesma coisa — acrescentou — e faz toda a diferença." Segundo seu raciocínio, o PT deixou o governo no mensalão e Lula deixou o PT antes disso. Montenegro considera que, mesmo no Nordeste — onde é mais forte o prestígio do presidente Lula —, o PT não terá tanta vantagem, a ponto de compensar a derrota no restante do país.

Portanto, segundo o presidente do Ibope, o Planalto já teria conseguido esticar ao máximo o potencial de votos transferíveis para a candidata. Esteja ele certo ou não em sua avaliação, o fato é que, quando a ministra Dilma deixar o cargo e sair às ruas, sozinha, como candidata, ela deverá encontrar muita dificuldade para ir muito além do ponto em que chegou. Será uma candidatura quase inelástica.

Arthur Virgílio é Senador da República pelo PSDB/AM

Fonte: Correio Braziliense

FHC: Sem medo do passado

Presidente de Honra do PSDB lista fatos que precisam ser lembrados

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que, se a oposição ganhar, será o caos.

Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse "o Estado sou eu". Lula dirá: "o Brasil sou eu!" Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês...). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições.

Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote — o governo do PSDB foi "neoliberal" — e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social.

Os dados dizem outra coisa. Mas, os dados, ora os dados... O que conta é repetir a versão conveniente.

Há três semanas, Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.

Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país.

Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de "bravata" do PT e dele próprio.

Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI — com aval de Lula, diga-se — para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte.

Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto "neoliberalismo" peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista.

Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010:

"Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha seis milhões de barris de reservas. Dez anos depois produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela".

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia.

Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo.

De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo.

O Bolsa Escola atingiu cerca de cinco milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras seis milhões, já com o nome de Bolsa Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB "não olhou para o social". Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da Aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa "Toda Criança na Escola" trouxe para o ensino fundamental quase 100% das crianças de 7 a 14 anos.

Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de três milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas, se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

Fernando Henrique Cardoso é o presidente de Honra do PSDB e ex-presidente da República.

Fonte: O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Aécio nega em público, mas já avalia ser vice

Deu na 'Folha de São Paulo' - de Catia Seaba e Paulo Peixoto:

Em conversas com aliados, governador se mostra receptivo a argumento de que sua ajuda será reconhecida pelo partido.

Para evitar pressão, mineiro mantém discurso de que vai disputar Senado; decisão só deverá ser anunciada depois que tucano deixar o governo

Embora continue negando publicamente, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), já admite, em conversas com interlocutores, a hipótese de ocupar a vice na chapa do governador de São Paulo, José Serra, à Presidência da República.

Segundo aliados, Aécio se mostra maleável ao argumento de que seu esforço será reconhecido pelo partido se aceitar a vice. O momento mais tenso dessas conversas ocorre quando aliados ponderam que Aécio poderá ser responsabilizado por uma eventual derrota do PSDB, caso resista ao apelo.

Apesar de já conversar sobre a hipótese, Aécio reserva essa decisão para depois de abril. Ele pretende deixar o cargo em março, mas poderá deixar para traçar seu destino político nas convenções de junho.

Até lá, poderá acompanhar o desempenho de Serra nas pesquisas, caso o governador de São Paulo se afaste mesmo do cargo para concorrer.

Aécio ainda sonha com a hipótese de ser o candidato tucano à Presidência, encabeçando uma chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin na vice.

Eleições 2010 - Dilma não é títere de Lula


É interessante essa insistência dos partidários da candidatura da ministra Dilma Rousseff em comparar os governos de Fernando Henrique e de Lula.

A quem interessa esta comparação? A Lula, certamente.

Mas interessa a Dilma? Duvido.

Fernando Henrique governou o Brasil no século passado, Lula no início deste século.

Mas Dilma, se vencer, vai governar já em pleno século XXI. Levar uma campanha à base da comparação entre dois governos passados é olhar pelo retrovisor, é consolidar o passado em vez de apontar para o futuro.

Sem falar na profunda deselegância com a candidata. É como se Dilma não existissse, como se fosse apenas uma marionete dos desejos de Lula de se perpetuar.

Mas Dilma não é nada disso -- e sua história está aí para desmentir o perfil de títere.

Dilma é mulher de carreira própria, personalidade forte, ideias próprias. Podemos até não concordar, mas não há dúvida de que ela não é um cérebro vazio.

Transformar Dilma em fantoche, apenas para satisfazer a vaidade de uns e outros é, não apenas deselegante, mas politicamente equivocado.

E daí se o governo Lula for melhor do que o de Fernando Henrique? Em que isso vai ajudar Dilma a governar?

Quem senta naquela cadeira de presidente é pressionado todos os dias por lobistas, "amigos da onça", gente bem e mal intencionada, gente com propostas interessantes, gente com sonhos que talvez se transformem em realidade daqui a muito tempo.

Em que saber se o governo Lula foi melhor ou pior do que o de Fernando Henrique vai ajudar Dilma a lidar com o apetite dos senadores do PMDB? Como vai ajudar a presidente a lidar com Sarney, Renan e seus blue caps?

Enfraquecer a candidata, transformá-la em títere de Lula, em papagaio de conquistas de um governo que não será o seu pode atender aos interesses de Lula e de seus companheiros que querem voltar em 2014 junto com o chefe.

Mas não honra a candidata. Nem a história do PT. E, convenhamos, nem a trajetória do próprio Lula.

Se Dilma vencer, será por méritos próprios -- claro que o cabo eleitoral de luxo vai ajudar, e muito -- e não porque será apenas um "laranja" de Lula.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ciro Gomes: A Metralhadora Giratória


"Eu posso falar coisas que o PT não pode. Até porque as bases da aliança PT-PMDB não permitem. Não aguenta falar porque a moral dessa aliança é um roçado de escândalo. Não tenho que fazer homenagem ao (ex-governador Orestes) Quércia (PMDB-SP), como o Serra, e não tenho que fazer homenagem ao (senador) Renan Calheiros (PMDB-AL), como a Dilma."

Ciro Gomes (PSB-CE), aspirante a candidato à sucessão de Lula




terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Para que serve Ciro

Comentário do Noblat

Ora Lula diz que o PT paulista deve repetir nomes de canditatos ao governo e às prefeituras até que eles se afirmem depois de duas ou três eleições e vençam a seguinte. Assim como ele, que disputou e perdeu três eleições presidenciais, mas venceu a quarta e a quinta.

Ora insiste em empurrar goela abaixo do PT a candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) à sucessão do governador José Serra.

Nada mais natural, pois, que o PT paulista se declare confuso, como admitiu na semana passada, por exemplo, o deputado José Genoino.

Pois fique sabendo o PT de uma vez por todas: Lula fará tudo o que puder para que Ciro concorra à vaga de Serra.

É útil para Dilma que Ciro continue aparecendo nas pesquisas de intenção de voto para presidente. Se o nome dele tivesse sumido, a vantagem de Serra sobre Dilma, hoje, seria maior. Por enquanto, Ciro transfere mais votos para Serra do que para Dilma.

Mais adiante, talvez não.

Aí terá chegado a ocasião de forçar Ciro a desistir do sonho de ser candidato a presidente. E Lula acredita que o convencerá a disputar a sucessão de Serra.

Para ganhar?

Não. Lula não aposta um tostão na vitória de Ciro em São Paulo - nem na vitória de nenhum nome do PT.

A missão de Ciro será bater duro em Serra, dentro do reduto de Serra, para diminuir ali a vantagem de Serra sobre Dilma.

Ciro topará servir de boca de aluguel do PT?

No momento, jura que não. Depois, não se sabe.

Até aqui, Lula tem conseguido tudo o que quer.

A briga começa agora


Eleições 2010

A superexposição da ministra Dilma Rousseff ao lado do presidente Lula nos últimos dois meses começa a render frutos.

Na última rodada de pesquisas (CNT/Sensus, CNI-Ibope e Datafolha), Dilma amargava baixos índices de intenção de votos e altíssimo indíce de rejeição.

Enquanto isso, José Serra navegava em altos índices de intenção de votos e baixos índices de rejeição.

Pois parece que as coisas estão mudando.

A mais recente pesquisa de intenção de votos, a CNT-Sensus mostra um avanço significativo da posição de Dilma. Cresceu de 21,7% em novembro de 2009 para 27,8% (quando Ciro Gomes consta da cédula), isto é, robustos seis pontos percentuais.

Também diminuiu a rejeição ao seu nome, na exata medida do crescimento das intenções de votos. A rejeição a Dilma caiu seis pontos percentuais, de 34,4% em novembro de 2009 para 28,4%.

Enquanto isso, a situação do governador José Serra já foi mais confortável. Continua liderando, mas estacionou. Cresceu dentro da margem de erro (três pontos). Passou de 31,8% em novembro de 2009 para 33,2% (quando Ciro Gomes consta da cédula).

Ao mesmo tempo, aumentou a rejeição ao seu nome, também dentro da margem de erro. De 27,7% em novembro de 2009 para 29,7%.

O elemento-chave é a presença de Ciro Gomes. Ao contrário do que desejam os estrategistas do Planalto, a presença de Ciro na disputa leva a eleição para o segundo turno. Sem Ciro, Serra pode liquidar a fatura no primeiro turno. Neste cenário, Serra tem 40,7% e Dilma, 28,5%, mesmo tendo crescido bastante.

Portanto, talvez seja necessário rever os projetos de uma eleição plebiscitária. É preciso que a candidatura de Dilma tenha muito mais fôlego para ameçar Serra num tal cenário.

Quanto às simulações de segundo turno, também houve algumas modificações. Serra continua liderando, mas caiu de 46,8% em novembro de 2009 para 44,0% (dentro da margem de erro), enquanto Dilma disparou, de 28,2% para 37,1%.

Se pesquisa, a tanto tempo da eleição, é retrato de momento, como gosta de dizer o governador José Serra, o retrato é o seguinte: Dilma cresceu substantivamente, enquanto o governador Serra ficou estacionado.

O imporante numa pesquisa é a tendência. Neste retrato da CNT/Sensus, a tendência de Dilma é um viés de alta, enquanto a de Serra é de ligeira queda, ainda dentro da margem de erro.

A campanha eleitoral começou para valer. Façam suas apostas.

Nota do Blog: Mesmo com "a superexposição da ministra Dilma Rousseff", o Governador José Serra continua à frente nas pesquisas, imagine quando ele começar a fazer a campanha com comparações de programas e curriculum dele e de Dilma. Por enquanto a Dilma está se valendo da popularidade do Presidente Lula. Dilma não tem como andar sozinha, não tem carisma e nem força política.