"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

domingo, 22 de agosto de 2010

CNI: 61% dos brasileiros acreditam que educação gera desenvolvimento

“Retratos da Sociedade Brasileira: Educação”

A pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria, “Retratos da Sociedade Brasileira: Educação”, em parceria com o Ibope, aponta que 61% da população brasileira reconhece a educação como fator essencial para o desenvolvimento do País. A análise foi feita entre os dias 18 a 21 de junho, com 2.002 eleitores, entre 16 e 70 anos, de 140 municípios brasileiros. Somente os Estados do Acre, Amapá e Roraima não foram visitados. A maioria dos entrevistados concordam que a baixa qualidade do ensino vai prejudicar o desenvolvimento do País. Outros 24% concordam em parte. Os entrevistados também acreditam que a educação melhora o poder aquisitivo do cidadão: 83% concordam totalmente ou em parte que “a renda de uma pessoa será maior quanto mais anos de educação ela tiver”.


Serra defende ‘multiplicação’ de centros culturais para jovens

Candidato visita unidade construída em sua gestão na Prefeitura de SP.
 
Por Thiago Guimarães
Do G1, em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, visitou neste domingo (22) um centro cultural para jovens construído durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo (2005-2006) e defendeu a expansão dessas unidades no plano federal.

Inaugurado em março de 2006 na Vila Nova Cachoerinha, bairro de classe média baixa na Zona Norte de São Paulo, a unidade recebeu o nome de Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso. Possui equipamentos como biblioteca, anfiteatro, estúdio para gravações musicais e ilhas de edição de áudio e vídeo.

Acompanhado pelo candidato do PSDB ao governo paulista, Geraldo Alckmin, e por Aloysio Nunes Ferreira, nome tucano ao Senado, Serra ficou por cerca de uma hora no local. Visitou biblioteca, oficinas de fotografia e cinema e assistiu a uma demonstração de dança de rua.

“Isso aqui era um mercado em ruínas, em um bairro popular de São Paulo. Nós fizemos aqui um centro cultural da juventude, para que os jovens pudessem se encontrar, reunir, ter educação, lazer, cultura. Isso é muito importante porque tira o jovem da rua e cria um bom ambiente para convivência”, disse Serra.

O candidato disse que sua proposta é “multiplicar” centros semelhantes pelo Brasil. “É uma coisa que não custa muito, exceto dedicação, competência e amor pela juventude.” A unidade visitada por Serra custou R$ 6 milhões aos cofres municipais.

Recebido aos gritos de “Serra, Serra”, puxados por cabos eleitorais, o candidato conversou com eleitores que estavam no local.

Um deles, o estudante de Ciências Sociais Fábio Figueiredo, 25, questionou o fato de a linha mais recente do metrô paulistano ser operada pela iniciativa privada. O rapaz se manifestava com exaltação e Serra deixou a discussão para Aloysio Nunes Ferreira.


O PMDB e a mosca azul


Segundo o "Estadão", a mosca azul picou o PMDB, que, a pouco mais de 40 dias das eleições, passou a ter sonhos de poder, riqueza e glória. Se Dilma ganhar, como hoje parece provável, o partido acredita que terá direito a uma das cópias da chave do Palácio do Planalto. E quer participar, não só da restrita lista dos "ministros da casa", mas do Conselho Político que assessora o presidente da República. Ministérios com "porteira fechada" como objeto de desejo, por óbvio, está implícito, mas vale uma observação: terá de vir acrescido das jóias da coroa - Petrobras e Petro-Sal. Além de já possuir a vice-presidência, com Michel Temer, o PMDB também brigaria pelo comando do Senado e da Câmara. E o presidente do Banco Central, o cristão-novo Henrique Meirelles, se prepara para assumir o Ministério da Fazenda. O que Dilma, que não é Lula, pensa desta listinha de compras? E o igualmente pantagruélico e aliado PT? Será que vão querer dividir o butim ao meio? Ou é tudo culpa da mosca azul, que anulou o senso crítico do pragmático e experiente PMDB, levando-o a cair no pantanoso terreno do autoengano?


TSE libera Serra a usar imagem de Lula

PT havia contestado propaganda do PSDB que mostra tucano junto do presidente


BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o PSDB a usar a imagem do presidente Lula nas propagandas da campanha eleitoral do candidato José Serra e informou por meio de nota em seu site que o mandatário é o único que pode barrar o recurso.

A decisão foi emitida em resposta a uma ação interposta pela chapa da candidata Dilma Rousseff pelo uso da imagem de Lula na campanha de Serra. Segundo a coalizão liderada pelo PT, a oposição teria incorrido no que se define como "uso indevido" da imagem do presidente.

A propaganda eleitoral de Serra na televisão mostra imagens do candidato com o presidente Lula, nas quais ambos são apresentados como "verdadeiros líderes", buscando expor aos eleitores a inexperiência política de Dilma.

Na nota, o ministro Henrique Neves explica que "o direito à imagem é pessoal e somente pode ser reclamado pela própria pessoa que teve a imagem utilizada sem autorização". "No caso, o direito é personalíssimo e, como tal, somente pode ser exercido por seu titular. Dessa forma, ausente uma das condições da ação (legitimidade), não cabe decidir se a imagem foi bem ou mal veiculada", comunicou o magistrado.

A alegação do PT é baseada na Lei Eleitoral 9.504/97, segundo a qual é proibida a participação de membros de partidos integrantes de outra coligação que não seja a responsável pela peça. Os alvos das medidas são dois jingles divulgados no dia 19 pela coligação de Serra em emissoras de rádio.

Serra, por sua vez, defendeu o uso da imagem do presidente Lula na campanha, alegando que, ao mostrar que ambos são "líderes e experientes", estaria "dizendo verdades". "Não sei por que estão se incomodando", reagiu o tucano.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Roseana Sarney só regularizou acordo pouco antes da intervenção no Banco Santos

Por Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo


Ponte. Documentos do Banco Santos indicam que Roseana simulou empréstimo para lavar dinheiro Documentos obtidos pelo Estado mostram que o empréstimo de R$ 4,5 milhões concedido pelo Banco Santos a Roseana Sarney e seu marido, Jorge Murad, foi regularizado no Brasil poucos dias antes da intervenção judicial na instituição bancária, em 12 de novembro de 2004.

O dinheiro foi liberado no dia 29 de julho daquele ano, mas só em 5 de novembro - uma semana antes da quebra do banco e da decretação da intervenção da Justiça - as garantias foram registradas, conforme certidões reprográficas obtidas pela reportagem no livro 2.820 do 16 Cartório de Notas de São Paulo. Ou seja, quando o Banco Santos liberou o empréstimo em julho não havia formalização de fiança bancária.

O Estado revelou ontem que esse empréstimo teria sido simulado para ser uma ponte para a governadora do Maranhão e seu marido movimentarem dólares que tinham no exterior. Documentos que estão nos arquivos do Banco Santos indicam que, no dia 3 de agosto de 2004, cinco dias após a liberação dos recursos no Brasil, eles transferiram US$ 1,5 milhão para Edemar Cid Ferreira, então dono do banco, por meio de um banco suíço. Esse "pré-pagamento" - expressão usada nos próprios papéis - justificaria então a ausência de garantias de pagamento no Brasil.

Só que, três meses depois, o banco passou a viver o risco de intervenção e abertura de sua caixa-preta. O registro das garantias do empréstimo, às vésperas da tomada judicial do banco, evitou qualquer questionamento por parte das autoridades brasileiras quanto à transação.

Naquele período, o senador José Sarney (PMDB) envolveu-se em outra polêmica ao sacar R$ 2,2 milhões do Banco Santos um dia antes da intervenção. Sarney negou, na época, ter recebido informação privilegiada. Sua família e Edemar cultivam uma amizade de mais de 30 anos.

Esquema. Para regularizar o empréstimo, Roseana e Murad registraram e assinaram, de próprio punho, hipotecas de imóveis pessoais e salas dos shoppings que teriam comprado com o dinheiro do Banco Santos em nome da Bel-Sul Participações, uma das empresas da família. De acordo com o contrato, eles deveriam adquirir, com os R$ 4,5 milhões, ações em dois shoppings, um em São Luís e outro no Rio. As ações pertenciam à empresa Participa Empreendimentos, que tem como sócio Miguel Ethel Sobrinho, amigo da família Sarney. Ele foi presidente da Caixa no governo de José Sarney e conselheiro da fundação que leva o nome do senador.

E-mails obtidos pelo Estado, e que também estão nos arquivos do Banco Santos, revelam uma tentativa de inflar os valores dos imóveis contidos na hipoteca dada como garantia do empréstimo. "O ponto mais relevante alterado foi o valor dos imóveis oferecidos em hipoteca", diz mensagem eletrônica enviada por um diretor jurídico a outros funcionários do banco às 10h02 do dia 22 de setembro de 2004. "Indicamos que a garantia hipotecária oferecida era de mais de 130% do valor do crédito, ou seja, em torno de R$ 6 milhões, de maneira que indiquei que cada imóvel era avaliado em R$ 3 milhões", informa o funcionário na conversa.

Arquivo. Um memorando interno "confidencial", elaborado um dia depois pelo departamento jurídico, dá detalhes do acerto entre Edemar, Roseana e Murad. Procurado pela reportagem em São Paulo, o administrador judicial do Banco Santos, Vânio Aguiar, confirmou que esses papéis estão nos arquivos oficiais da instituição bancária.

Segundo o relatório, "em contrapartida à concessão do crédito no Brasil, a Bel-Sul (empresa administrada por Jorge Murad) efetuou o pré-pagamento ao grupo, no exterior, do montante equivalente ao crédito recebido". "No dia 3 de agosto foi confirmado o recebimento do montante equivalente no exterior", relata o documento. O mesmo relatório cita as parcelas que deveriam ser pagas no Brasil, com uma ressalva: "O cronograma acima deverá ser observado pelo grupo na devolução à Bel-Sul, no Brasil, dos montantes lá indicados", o que indica que havia um acordo para Roseana e Murad quitarem o empréstimo, mas receberem de volta os recursos de Edemar.

Ontem, o Estado publicou troca de e-mails entre Edemar e sua ex-secretária, Vera Lucia Rodrigues da Silva, em que ela comunica o pagamento efetuado no exterior logo após a liberação dos recursos à família Sarney no Brasil. Ela cita uma mulher de nome Esther, do banco suíço UBS. Trata-se de Esther Kanzig, diretora do banco suíço UBS em Zurique.

O Banco Santos não tinha aval legal para atuar no exterior e, segundo as investigações sobre sua falência, Edemar usava offshores laranjas para receber recursos fora do Brasil.

Dilma afirma que só se manifesta após ver documentos

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse ontem que só depois de conhecer os documentos do Banco Santos sobre a operação que permitiram à sua aliada política, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e seu marido Jorge Murad, resgatar US$ 1,5 milhão depositados na Suíça, é que se manifestará sobre o fato.

Dilma alegou que não pode se basear em "acusações de jornais". "Eu tenho de ver as provas e aí, sim, eu me manifesto", alegou, ao falar na Feira do Produtor, na localidade de Vicente Pires, a cerca de 20 quilômetros do centro de Brasília.

Rodeada por candidatos e simpatizantes, a candidata citou o combate à lavagem de dinheiro entre as políticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que serão mantidas, no caso de ela ser eleita.
Dilma sugeriu que, ao publicarem reportagens sobre lavagem de dinheiro, os órgãos de imprensa informem também que, ao contrário do que acontecia antes, o combate tem sido intenso no País

ELEIÇÕES 2010 - BRASIL

Serra diz que não mudará estratégia de campanha e promete distribuir 100 milhões de livros por ano a estudantes e professores

O Globo - Por Adauri Antunes Barbosa

SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra disse neste domingo à tarde em visita à Bienal do Livro, no Anhembi, em São Paulo, que caso seja eleito presidente vai distribuir gratuitamente 100 milhões de livros anualmente para estudantes e também para os professores. Segundo Serra, cada aluno do ensino fundamental das escolas públicas, a partir da quarta série, receberá três livros por ano, para estimular o hábito da leitura. Também os professores ganharão livros dentro desse programa.

-A ideia é a distribuição de três livros por cada aluno a partir da quarta série. Serão 100 milhões de livros por ano. Também para professores. Para incentivar o hábito da leitura.

Serra disse que apesar de estar em queda nas pesquisas não mudará sua campanha eleitoral. Ele também não quis comentar a reportagem publicada pelo GLOBO neste domingo informando que o Tribunal de Contas da União encontra uma irregularidade a cada duas semanas no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

- Não vou comentar porque não li, mas vou procurar me informar para comentar - disse Serra, ao final de uma rápida entrevista coletiva, tumultuada pela professora Lucia Valeria, que leciona Física no ensino médio de uma escola pública em São Paulo, e começou a gritar que os tucanos não pagavam bons salários para os professores no governo de São Paulo, o que levou Serra a encerrar a entrevista e deixar o local. Serra ficou uma hora e meia visitando estandes e comprou três livros do médico Drauzio Varella.


domingo, 15 de agosto de 2010

Roseana Sarney lavou dinheiro, indicam papéis

Governadora teria simulado empréstimo de R$ 4,5 milhões no Banco Santos para resgatar US$ 1,5 milhão na Suíça; ela diz descohecer o caso

Por Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Documentos que estão nos arquivos do Banco Santos indicam que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e seu marido, Jorge Murad, simularam um empréstimo de R$ 4,5 milhões para resgatar US$ 1,5 milhão que possuíam no exterior.

Veja também:


Os papéis obtidos pelo Estado – incluindo um relatório confidencial do banco – dão detalhes da operação, montada legalmente no Brasil, com um prazo de seis anos. Os relatórios mostram, no entanto, que o empréstimo foi pago por meio de um banco suíço cinco dias depois da liberação dos recursos no Brasil.

O dinheiro foi, segundo os documentos, investido na compra de participações acionárias em dois shoppings, um em São Luís e outro no Rio de Janeiro. O Banco Santos teria servido apenas como ponte para Roseana e Murad usarem os dólares depositados lá fora. É o que o mercado financeiro batiza de operação "back to back".

O acordo ocorreu em julho de 2004 entre a governadora, seu marido e Edemar Cid Ferreira, até então dono do Banco Santos, que quebrou quatro meses depois e passa por intervenção judicial até hoje. Afastado do banco, Edemar é íntimo da família Sarney. Foi padrinho de casamento de Roseana e Murad. Os documentos, obtidos pela reportagem com ex-diretores do Banco Santos, reforçam os indícios que a família Sarney sempre negou: que tem contas não declaradas no exterior.

Arquivo. De posse dos documentos, o Estado procurou em São Paulo o administrador judicial do Banco Santos, Vânio Aguiar, para se certificar de que os papéis estão nos arquivos oficiais da instituição bancária. Ele confirmou a veracidade dos documentos. "Eu não sabia da existência deles. Mandei levantar e confirmo a existência desses documentos que você me mostrou nos arquivos do banco", disse Aguiar ao Estado. "Foram encontrados na área de operações estruturadas."

Os papéis mostram que coube à então secretária de Edemar, Vera Lucia Rodrigues da Silva, informar o patrão do pagamento lá no exterior. "Dr. Edemar. A Esther/UBS confirmou hoje o crédito de 1.499.975,00, aguarda instruções. Vera Lucia", diz mensagem eletrônica enviada por ela às 11h56 do dia 3 de agosto de 2004.

A secretária Vera Lúcia refere-se a Esther Kanzig, diretora do banco suíço UBS em Zurique que, segundo ex-diretores do Banco Santos ouvidos pelo Estado, representava os suíços nas relações com Edemar Cid Ferreira. Edemar responde à secretária às 12h47 e mostra que essa era uma prática rotineira do banco: "Vera, proceder da mesma maneira que da vez anterior com a distribuição entre administradores qualificados. Grato, ECF." O Banco Santos não tinha autorização para atuar no exterior e, segundo as investigações sobre sua falência, Edemar usava offshores laranjas para receber recursos fora do Brasil.

Veja a matéria completa, clicando aqui


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

No Jornal Nacional, Serra diz que próximo presidente não pode vir na garupa

Sem citar o nome de Dilma, tucano diz no Jonal Nacional não ter medo da popularidade de Lula, mas afirma que a discussão agora é sobre o futuro

O Globo

RIO - Em entrevista ao Jornal Nacional, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, explicou por que evita fazer críticas ao presidente Lula, mas não deixou de apontar os erros da gestão do PT. Ele defendeu ainda a escolha do vice na chapa, Indio da Costa (DEM), e criticou a falta de investimentos nas estradas federais. Serra foi o terceiro e último presidenciável a ser sabatinado na bancada do telejornal.

- O próximo presidente não pode vir na garupa - defendeu. - O Lula fez coisas boas e outras nem tão boas. A discussão é o que vai acontecer daqui para frente. Nós não estamos fazendo uma disputa sobre o passado - diz ao explicar por que evita críticas ao presidente Lula.

Ao ser questionado se não sentia constrangimento de o PSDB ter feito aliança com o PTB, cujo presidente é Roberto Jefferson, um dos protagonistas do mensalão, Serra diz que não tem compromissos com os erros dos outros:

"Os personagens principais do mensalão não foram do PTB, mas do PT"

- Eu não tenho compromisso com o erro. Os responsáveis pelos erros são eles mesmos. Os personagens principais do mensalão não foram do PTB, mas do PT - ressaltou.

O tucano explicou que o nome de Indio da Costa já havia sido cogitado nos bastidores.

- Ele é jovem, um dos líderes do movimento Ficha Limpa e preparado. O que vale é a experiência na vida pública.

Serra acusou o governo Lula de não ter investido os R$ 65 bilhões arrecadados com o CIDE (imposto sobre os combustíveis) nas rodovias federais, conforme a legislação exige.

- Foram revertidos para as estradas apenas R$ 25 bilhões. R$ 40 bilhões não foram utilizados. Eu vou usar esse dinheiro para melhorar as estradas.

Nas considerações finais, Serra lembrou a infância humilde ao lado dos pais.

- Nunca meus pais imaginaram que eu estaria aqui no Jornal Nacional um dia - comentou.

Quando foi falar de seus planos para o Brasil, Serra foi interrompido porque o tempo de 12 minutos da entrevista, com acréscimo de 30 segundos, havia se esgotado.

Aécio Neves: "Querem meu peso eleitoral, não político"

O Globo - Reuters/Brasil Online - Por Natuza Nery

BELO HORIZONTE (Reuters) - Aécio Neves rebateu uma a uma as alegações de que não se engaja na campanha do aliado José Serra em Minas Gerais. Reagiu às críticas veladas, mas frisou que o presidenciável tucano nada tem a ver com as maledicências.

Candidato ao Senado pelo PSDB, é um popular cabo eleitoral no Estado, patrimônio longe do desprezível nesta sucessão polarizada. Minas é o segundo maior colégio do país e, possivelmente, o fiel da balança desta eleição.

"Eles querem minha força eleitoral e não querem minha força política", ponderou o ex-governador. "Algumas pessoas têm preocupação de perder a hegemonia do partido", alfinetou, sem nomear os "preocupados" nem explicar se essa hegemonia seria a de São Paulo.

"Na cabeça de alguns analistas, se o Serra ganhar, ganha apesar de Aécio. Se perder, perde por causa de Aécio", acrescentou, falando na terceira pessoa e reproduzindo a versão já feita algumas vezes por membros do PSDB fora de Minas.

A intenção de ser ele o candidato do partido ao Planalto no ano passado alimentou a avaliação de que não gastaria verbo nem sola de sapato pelo colega. Contra essa tese, Aécio apresenta contas.

"A base de apoio ao Serra é mais ampla em Minas que em São Paulo. O PP, que é muito forte no Estado, não está com ele lá e está aqui", rebate. "O PSB, PDT e PR, coligados a Dilma Rousseff (candidata do PT) no âmbito federal, eu consegui, num esforço enorme, trazer para nossa campanha e isso beneficia o Serra."

Foi por sugestão do mineiro que Serra intensificou sua agenda no Estado. Passa por lá ao menos uma vez por semana. Também por conselho do aliado, o comando nacional decidiu montar um comitê exclusivo para o presidenciável em Minas.

O objetivo é conferir mais densidade e energia cinética à campanha, inclusive para resolver problemas operacionais como a distribuição de material na quantidade que o desafio local exige. A ausência de adesivos e santinhos com a imagem de José Serra já foi apontada como evidência de problema.

"Falam do material de campanha. Eu não cuido deles, não controlo quando chegam nem se são entregues de maneira casada. O que eu posso garantir é que não há nenhum outro lugar tão engajado na campanha do Serra como Minas."

Nesta manhã, o ex-governador concedeu entrevista a uma rádio local e enfatizou o projeto conjunto para eleger o tucano presidente. Citou o nome do aliado apenas uma vez menos que o do seu afilhado político, Antonio Anastasia, a quem tenta reconduzir ao Palácio da Liberdade.

Para ele, o desenho da atual corrida presidencial aponta para uma definição apenas no segundo turno e o desempenho estadual é decisivo para o resultado nacional.

"A vitória do Anastasia é fundamental para a vitória do Serra", afirmou. "Temos que trabalhar para Serra chegar no segundo turno e que nossos candidatos vençam em São Paulo e aqui no primeiro turno. São Paulo e Minas vão fazer a diferença", explicou.

A frase expõe um cálculo: o sucesso de José Serra em outubro depende fortemente do desempenho de Anastasia e Geraldo Alckmin. O segundo é o favorito das sondagens. O primeiro, vice de Aécio e atual governador do Estado, está bem atrás, mas tende a crescer à medida que aumentar sua associação com o padrinho.

"Com essas duas vitórias, teremos uma convergência muito grande em torno desses governos e em torno da candidatura Serra. Atrairemos mais apoios. Por isso, a vitória nesses dois colégios é vital."

O último levantamento do Ibope realizado no Estado indicou Dilma com vantagem de 12 pontos percentuais sobre Serra.

"Não é bom pra ninguém que ela vença as eleições."


Aécio rebate Hélio e diz repudiar oportunismo político

Em nota divulgada nesta quarta-feira, o candidato do PSDB ao Senado, Aécio Neves, rebateu as declarações do peemedebista Hélio Costa, candidato ao governo de Minas, de que o tucano poderia ter sido o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto se tivesse deixado o PSDB e se filiado ao PMDB ou a outro partido.

"Este é mais um equívoco do senador Hélio Costa. Coragem na vida pública é honrar compromissos assumidos com a população. É priorizar a coerência e a lealdade às próprias convicções e princípios. Por isso sempre repudiei com veemência o oportunismo político como meio de ascensão política", disse Aécio.

O tucano ainda criticou o peemedebista. "Tenho dificuldade em compreender como o senador não se constrange em caminhar de braços dados com quem já o atacou de forma tão violenta, como é o caso da CUT e do PT, que, num passado pouco distante, talvez até de forma injusta, chegou a pedir a impugnação da candidatura dele ao governo do Estado. Na vida pública, cada um faz as suas escolhas e tem a sua trajetória própria. E por elas será julgado."


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

'O que não falta em cima de mim é dossiê fajuto', diz Serra

Candidato tucano colocou-se como vítima de espionagem do PT em evento com empresários em SP

Por Carolina Freitas, da Agência Estado

SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou nesta segunda-feira, 9, a colocar-se como vítima de suposta espionagem feita pelo PT. "O que não falta em cima de mim é dossiê fajuto e o que falta é achar alguma coisa que eu tenha feito errado", afirmou em entrevista coletiva após participar de evento com empresários em São Paulo. "Eu estou há décadas na vida pública e nunca teve uma acusação fundamentada de qualquer coisa de irregularidade. Minha vida pública é limpa do começo ao fim, apesar de todas essas tentativas de baixaria."

Serra fez os comentários ao ser questionado sobre a afirmação de um ex-diretor da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, à Revista Veja desta semana. Segundo Gerardo Xavier Santiago, o fundo funcionaria como uma "fábrica de dossiês" contra a oposição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Serra classificou o cenário apresentado por Santiago como "mais uma baixaria" que tentaram fazer contra ele e citou o caso do dossiê dos aloprados, de 2006.

O candidato classificou como "lamentável", mas "normal" a ausência da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, no evento "Candidatos à Presidência falam aos empreendedores do Brasil", organizado pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). "A candidata Dilma tem evitado ao máximo debater e se expor. Não estão aqui fazendo nada diferente." Participam do evento ainda Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Marina Silva (PV). Cada candidato tem 20 minutos para expor suas ideias aos empresários e 40 minutos para responder às perguntas da plateia.


José Serra: político não pode ser tratado como iogurte ou pão

Por Flávio Freire, O Globo

Ao defender mudanças na legislação eleitoral com o objetivo de tornar as campanhas eleitorais mais baratas, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aproveitou o tema para criticar sua principal adversária, a petista Dilma Roussef.

Durante encontro com empreendedores de todos o país, em evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo, Serra disse que os candidatos precisam se expor mais para que não sejam tratados como um produto. Embora sem citar o nome da candidata do PT, o tucano disse que não é possível terceirizar um governo.

- O político tem que meter a cara e falar o que pensa, tem que se expor mais, apresentar ideias. Quem vai ser governo é insubstituível e aí não tem terceirização. Não se pode tratar um político como um produto, como se fosse um iogurte, como se fosse um pão de centeio - disse Serra.

No evento, Serra voltou a criticar o loteamento de cargos no governo. Segundo ele, esse tipo de iniciativa cria brechas para corrupção na máquina pública e atravanca o desenvolvimento do país.

Embora, tenha dito que não comentaria declarações de outras pessoas, o tucano, diante de uma pergunta sobre a declaração de um ex-presidente do Banco do Brasil, de que haveria uma fábrica de dossiês na Previ, o fundo de pensão da instituição, o candidato chamou o episódio de baixaria.

- Essa é mais uma baixaria como tentaram fazer contra mim em 2002, em 2006 duas vezes, e agora nessa eleição, como ficou provado - disse Serra.


domingo, 8 de agosto de 2010

Uma semana nada morta na eleição


A semana que está começando é a última antes de a televisão tomar conta da eleição — a partir do dia 17, a propaganda gratuita ditará os rumos da campanha. Aparentemente, é uma semana morta. Não é. Serão dias importantes para José Serra.

Por que? Para manter sua ambição de vitória, Serra precisará situar-se nas pesquisas empatado ou o mais junto possível de Dilma Rousseff quando forem dados os primeiros tiros na guerra da tevê.

Quem vai definir se Serra acordará no dia 17 em condições de boa disputa com Dilma é o Datafolha. O instituto bota amanhã em campo seus pesquisadores para ouvirem 10 770 pessoas. O resultado será publicado na edição de sábado da Folha de S. Paulo.

Essa pesquisa e também a do Ibope/Rede Globo, que será divulgada na véspera do Datafolha, no Jornal Nacional, mostrarão como Serra e Dilma iniciarão a quadra decisiva da campanha.

Estas duas sondagens refletirão dois eventos de televisão. Primeiro, a entrevista que Dilma, Marina Silva e Serra darão, nesta ordem, entre segunda-feira e quarta-feira no Jornal Nacional. É ali diante de cerca de 40 milhões de pessoas, numa audiência entre os 30 pontos e os 35 pontos é que os candidatos terão um palanque de verdade.

E há também o debate da Band, da semana passada. Antes que alguém pense no magérrimo ibope do debate de quinta-feira passada — ridículos três pontos — um alerta: a audiência foi baixa, mas a repercussão não é desprezível. Está estampada nas primeiras páginas dos jornais desde sexta-feira, virou assunto de debates e entrevistas de rádios, não sai da mira de milhares de blogs, está nos portais e nas conversas das ruas.

Foi um debate em que Serra ganhou por pontos, mas não por nocaute, como gostaria. Mas a análise objetiva dos desempenhos não é o fundamental: como pouca gente viu o debate, vale mais a versão, a repercussão. E essa batalha que está sendo travada por petistas e tucanos desde sexta-feira.

O resultado do novo Datafolha será também fundamental para Serra entrar na guerra da tevê convencido – e tentando convencer os seus aliados estaduais e eleitores mais fieis – que pode superar Dilma e seu poderoso padrinho em outubro.


A máquina petista de produzir dossiês


A máquina petista de produzir dossiês é ampla, bem organizada e atua como um apêndice oficial para satisfazer interesses do próprio governo. E, o mais surpreendente, ela não é abstrata e tem até endereço comercial: a sede da Previ, o poderoso fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Em entrevista a VEJA, o advogado Gerardo Santiago revela que o gabinete da presidência da Previ foi usado como centro de montagem de dossiês para constranger e intimidar adversários do governo. Ex-diretor e ex-assessor da presidência do fundo, Gerardo conta que, cumprindo ordens superiores, elaborou dossiês contra deputados e senadores da oposição. Entre os alvos dos petistas já esteve até o atual candidato à Presidência da República José Serra. “A Previ é um braço partidário; é um bunker de um grupo do PT, uma fábrica de dossiês”, acusa o advogado, que garante ter cumprido missões determinadas diretamente por Sérgio Rosa, que presidiu o fundo até maio passado”.


sábado, 7 de agosto de 2010

Previ é fábrica de dossiês do PT, diz ex-diretor

Folha.com - Blog do Noblat

Ex-diretor e ex-assessor da presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Gerardo Xavier Santiago diz que o fundo funciona como "fábrica de dossiês" contra a oposição do governo Lula e máquina de arrecadação para o PT.

Gerardo foi gerente-executivo da Previ entre 2003 e 2007, sendo ligado diretamente ao ex-presidente do fundo Sérgio Rosa, que deixou o cargo em junho de 2010. Gerardo saiu da Previ após brigar com Rosa em 2007, quando deixou o PT.

As declarações sobre a espionagem foram feitas à revista "Veja" desta semana. À revista ele afirma que o fundo é "um bunker de um grupo do PT" e que "a Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini, Sérgio Rosa, Luiz Gushiken e João Vaccari Neto".

Segundo revelou a Folha neste mês, um dossiê sobre a filha do ministro Guido Mantega foi feito por essa ala do PT, ligada ao sindicalismo bancário. O Planalto atribui o dossiê ao grupo de Rosa, que perdeu espaço na campanha de Dilma Rousseff.

"Estranharia se na minha época tivessem me pedido coisa semelhante contra o Mantega. Uma coisa é fazer com o adversário. É uma involução do PT por causa da disputa interna", afirmou Gerardo à Folha. Ele também disse que concedeu a entrevista à "Veja" há dois anos e confirmou as acusações à revista nesta semana, antes da publicação.

O ex-diretor, que também já foi do Sindicato dos Bancários do Rio, disse à Folha que, além de montar dossiês, a Previ serviu a interesses do partido para aumentar a arrecadação. Segundo ele, a Previ montou uma rede de conselheiros ligados ao PT em empresas nas quais o fundo tem participação. A intenção era influenciar as doações das companhias para beneficiar o partido.

Santiago diz que o primeiro dossiê produzido por ele na Previ é de 2002, no governo FHC. O material deveria, diz ele, comprometer a gestão tucana e provar a ingerência do governo na Previ.

"Dossiês com conteúdo ofensivo, para atingir e desmoralizar adversários políticos, só no governo Lula mesmo, na gestão do Sérgio Rosa", diz o ex-diretor à "Veja".

Santiago lista os oposicionistas que teriam sido investigados com base em dados sigilosos, cujo acesso teria sido ordenado por Rosa: o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), já morto, o governador José Serra (PSDB) e o então presidente do DEM Jorge Bornhausen.

O ex-diretor diz na entrevista que reuniu denúncias sobre eles em 2005, na CPI dos Correios, e que Rosa solicitou "informações sobre investimentos problemáticos da Previ que estivessem ligados a políticos da oposição".

O PT não se manifestou. A Previ disse que "a atual cúpula desconhece essa prática e está muito tranquila em relação a suas recentes práticas de governança". Rosa não comentou o assunto.


De FHC sobre o debate: “PT cospe no prato em que comeu”

Poder Online - Por Tales Faria

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assistiu apenas a um pedaço do debate. Mas anotou a parte em que falaram que Serra o esconde do eleitorado.

Poder Online mandou duas perguntas a ele por email. Chegaram as respostas. Fica evidente que FHC está irritado com as críticas do PT a seu governo. Diz que o PT não engole o fato de ele ter derrotado Lula duas vezes e que os petistas querem ir à forra, “só que não tem jeito”.

Veja abaixo as respostas:

- Presidente, o que o senhor achou do debate? Não lhe irrita ficarem insistindo nessa história de que o PSDB e o Serra estão escondendo o Senhor.

- Vi apenas parte do debate. Acho muito sem sentido a insistência com que a turma do PT cospe no prato em que comeu. Ademais é uma bobagem querer comparar políticas econômicas em momentos históricos distintos. Se eu não tivesse feito tudo para manter a economia no rumo certo, como o governo Lula poderia estar se jactando agora de que está se saindo bem ? E pulam a parte da história em que eles se opunham a tudo que hoje gabam, inclusive as bolsas. Pura falta de respeito a verdades históricas.

- O Senhor gostou da resposta do Serra?

- Acho que o Serra foi sucinto e preciso: “você, Dilma, critica hoje a política econômica do governo FHC que seu principal assessor, Pallocci, sempre elogiou”. Mas, enfim, parece que não tem jeito: eles não conseguem engolir que eu derrotei Lula duas vezes, e no primeiro turno. Querem ir à forra só que não tem jeito.

FHC acabou com a chance de um porra-louca vencer eleições


Aqui e ali, li que o debate da Band foi chato porque todos falaram mais ou menos a mesma coisa etc e tal; por isso, disseram, Plínio teria ajudado a sacudir a pasmaceira. Olhem: eu avalio que faltou, sim, POLÍTICA ao embate. Os candidatos optaram por uma abordagem mais administrativa e gerencial, talvez em excesso. Mas atenção! Essa suposta “chatice” é um dado positivo. Debates animados eram aqueles do tempo em que Lula, com ar enfezado, ia à televisão defender o socialismo, o calote na dívida, o fim do Plano Real, a punição para aqueles que fizeram o Proer, o fim da Lei de Responsabilidade Fiscal — aquela baboseira toda que já constituiu o discurso do PT e que hoje é vocalizado por Plínio de Arruda Sampaio.

O fato de Serra, Dilma e Marina falarem muitas coisas parecidas é uma boa notícia — porque, afinal de contas, já superamos a fase do candidato que ia à TV para declarar que, se vencesse, iria virar a mesa. Eleição ruim, desastrosa, foi a de 1989. Se Lula tivesse vencido, teria levado o Brasil à breca. Se Brizola tivesse vencido, teria levado o Brasil à breca. Como o vitorioso foi Collor, então o Brasil foi à breca. Entenderam? Mas os debates eram quentíssimos, do tipo que deixaria acordados alguns analistas que cochilaram anteontem e que depois escreveram os comentários com os joelhos ou com o copo, sei lá eu.

Debate chato é um bom sinal. Esta foi a grande conquista do governo Fernando Henrique Cardoso: não há mais espaço para porras-loucas na política. O da vez é um velhinho de 80 anos, que diz mais irresponsabilidades do que algum sectário de 17, mas que não consegue nem mesmo pontuar na pesquisa — embora se diga representantes dos “movimentos sociais”. De quais, cara pálida? Que “movimentos” são esses que não conseguem tirá-lo do traço? O governo FHC, que conquistou a estabilidade da economia, que conseguiu pôr fim à inflação crônica, coisa de que o povo gostou, estreitou o espaço dos aventureiros.

O GOVERNO FHC, EM SUMA, CIVILIZOU UM TANTO O PT, QUE FOI OBRIGADO A ADERIR À CARTILHA DO ADVERSÁRIO E FAZER UM GOVERNO DE CONTINUIDADE.

Quem quiser emoção em política que migre para o Iraque, o Irã ou o Afeganistão.

Tudo igual?
Isso quer dizer, então, que todos os candidatos são mesmo iguais, exceção feita a Plínio? Ora, é claro que não. O PT tem uma visão autoritária da política e ainda não desistiu de se constituir, para todos os feitos, como o Partido Único, transformando a democracia num ritual apenas homologatório. Sonha juntar racionalidade econômica com ditadura. Mas não vai confessá-lo, é óbvio. O discurso de Marina é uma colcha de patchwork do onguismo. Na política, o discurso de Serra é o mais adaptado àquilo que o Ocidente conhece por democracia. E seria, sim, conveniente que essas diferenças ficassem mais claras.

Não obstante isso, a tal “chatice” de algumas respostas consensuais em matéria de economia é, à diferença do que dizem os tolos, um bom sinal. Lula já falou as bobagens que Plínio diz hoje, e havia o risco efetivo de que ganhasse a eleição. Aquele era um período perigosamente… emocionante!


Internautas acham que José Serra venceu o debate

O Globo - ENQUETE

RIO - Na opinião dos internautas do site do GLOBO, o candidato José Serra, do PSDB, foi o vencedor do primeiro debate dos presidenciáveis , realizado na noite de quinta-feira pela TV Bandeirantes.

Dos mais de quatro mil leitores que responderam até a noite de sexta-feira à enquete no site, 48% disseram que Serra foi o candidato que se saiu melhor no debate.

Dilma Rousseff, do PT, ficou em segundo lugar, com 29% dos votos, seguida por Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), com 11%, e Marina Silva (PV), com 9%. Para 3% dos internautas, nenhum dos candidatos se saiu bem no debate.

O leitor Gilberto Alves Rangel disse que gostou do debate e achou o Serra melhor. "Esperava mais da Dilma,que a meu ver, procurou ser mais representante do governo Lula do que candidata com luz própria", comentou no site do Globo.

Já o leitor Danilo Vicwente Filgueiras achou que a petista se saiu melhor: "Para os que não viram o debate pode parecer piada, mas o programa de saúde do tucano Serra se resumiu em organizar mutirão para tratar de varizes", observou.

Houve leitor, porém, que defendeu os mutirões do tucanos: "Como sergipana e nordestina, quero dizer que defendo o Serra na questão dos mutirões. Vocês não sabem o quanto isso é importante para nós. E quantas pessoas já foram salvas com esse tipo de trabalho", postou.

De acordo com Enrico Visconti, Dilma se saiu bem, "considerando sua inexperiência em debates e na política formal". "É claro que ficou insegura no começo e deu alguns tropeços. Mas depois melhorou bastante", comentou no site.

Para o leitor Fernando Franco, foram todos iguais: "O único que apresentou uma proposta diferente foi o Plínio", disse.


Para Tucanos, Dilma tem pensamentos tortuosos e Serra é claro

Veja.com - (Fernando Mello e Adriana Caitano)

Os tucanos acharam que ficou muito clara a diferença de qualidade entre Serra e Dilma, que o candidato do PSDB conseguiu trazer o debate para questões do futuro e não do passado, fazendo comparações entre os governos.

Ao final do debate, Aécio Neves deu um longo abraço em Serra e falou: “Muito bom, muito sereno e firme, vamos avançando.” Questionado pela reportagem, Aécio disse que Dilma não conseguiu levar o debate pra trás, mas Serra conseguiu levar para frente. Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, Serra foi capaz de ter sentenças claras, falar com conhecimento e ter frases com começo meio e fim. Para ele, o que Dilma a fala não é inteligível, é uma construção de pensamentos tortuosos, que as respostas da petista para as perguntas não faziam sentido e serviam para as demais. “O que o Plínio falava tinha começo meio fim, a Marina era firme, mas a Dilma não fala, não pensa, e não tem conteúdo. A população vai perceber isso”, concluiu o senador.

O vice da chapa de José Serra, Indio Costa (DEM-RJ), avaliou a participação do candidato à presidência como “super light”. O democrata continuou falando sobre o desempenho da petista Dilma Rousseff: “Não sei se ela estava gaguejando por inexperiência, insegurança ou desconhecimento das matérias de que tratava. A maior parte do que ela disse no final foi lido e demonstrou que ela tava insegura.”

O tucano Geraldo Alckmin avaliou que Serra foi bem principalmente em respostas sobre a área de saúde. Ele comentou com interlocutores que em 2006, teve como Lula como adversário e que foi mais difícil.