"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DILMA, QUE TEM O MENSALEIRO DIRCEU COMO ARTICULADOR DE SUA CANDIDATURA, NÃO TEM MORAL PRA JOGAR PEDRA EM NINGUÉM







Pára, pára tudo (ainda com acento)!

Estou comovido demais para continuar! A ministra Dilma Rousseff se pronunciou sobre a crise no governo do Distrito Federal. Que alma! Que grandeza! Vejam a sua fala, registrada por Tatiana Farah, no Globo Online:

“Fiquei muito surpresa. Tinha uma impressão muito respeitosa em relação ao governador Arruda. Fiquei surpresa e triste. É muito ruim a gente ver episódios como este acontecerem. É inexorável que se apure, e, havendo delito, que os responsáveis sejam punidos. Não concordo também que a gente parta para a condenação pura e simples. No caso específico, é muito difícil, né, gente?, porque tem imagens e contra imagem não tem argumento”

E mais adiante:

“Não vejo que isso deva servir de capitalização política. Temos de perceber que esse processo no Brasil mudou. Antes, essas coisas ficavam escondidas sob os tapetes, não vinham a público. Acho que o fato de Judiciário e os órgãos de investigação terem assumido uma atitude bem forte no sentido de apurar a corrupção é algo muito importante para a sociedade porque, mais importante que as imagens, que, de fato, são escandalosas, é o fato de que isso foi descoberto. E que será apurado, doa a quem doer, e que haverá punição, com amplo direito de defesa. Não concordo também que a gente parta para a condenação pura e simples. O que é importante é que todas as pessoas que possam ser tentadas a fazer isso pensem duas vezes.”

Comento

Ela não quer “capitalização política”, mas louva o que seria a “mudança do Brasil”, sugerindo, obviamente, que gente como Arruda só está em maus lençóis porque, como é mesmo?, nunca antes nestepaiz se investigou tanto… Ela não quer a “condenação pura e simples”, mas acredita que “contra imagens não há argumentos”.

Olhem, não fosse Dilma quem é e não pertencesse ao partido a que pertence, essa sua fala poderia até ser aceitável. Ocorre que 39 pessoas são processadas no STF justamente por causa do mensalão do PT. No grupo, está toda a então cúpula de seu partido — a começar de José Genoino, presidente da legenda à época do mensalão, e José Dirceu, que ocupava a chefia da Casa Civil e cuidada justamente da articulação política do governo.

Toda aquela gente está de volta à direção do partido, e Dirceu já é o principal articulador da candidata Dilma Rousseff.

Jogar pedra em Arruda? Que se jogue! Dadas as fitas, é mais do que justo. Mas Dilma, não! Dilma tem de ficar caladinha! NÃO TEM MORAL PARA ISSO!

sábado, 28 de novembro de 2009

Em dia de Serra no Ceará, Ciro reitera a candidatura



Num dia em que José Serra (PSDB) desfilou sua não-candidatura no Ceará, Ciro Gomes (PSB-CE/SP) reafirmou sua condição de candidato.

Candidato à Presidência, não ao governo de São Paulo, para onde transferiu, a pedido de Lula, seu domicílio eleitoral.

Disse que, no Ceará, o governador Cid Gomes (PSB), seu irmão, franqueará o palanque a ele e à presidenciável oficial Dilma Rousseff (PT).

“Tudo que você imaginar vai acontecer. Tudo. Aqui, por exemplo, o governador Cid Gomes abrirá o palanque dele, se eu for candidato, para mim e para a Dilma”.

Realçou algo que o distingue do arqui-rival Serra: “Alguns são francos, sinceros, de afirmar que estão sim no esforço de viabilizar sua candidatura, que é o meu caso...”

“...Outros preferem insultar a inteligência alheia dizendo que não são candidatos, que estão só, quem sabe, passeando”.

Na semana passada, depois de uma visita a Aécio Neves, que tenta viabilizar-se como presidenciável do tucanato, Ciro referira-se a Serra como “o coiso”.

Há três dias, pespegou no rival um adjetivo novo: “Ectoplasma”. Tentou explicar-se: “Eu fiz uma brincadeira. Porque não é o Serra...”

“...O coiso é uma entidade que eu criei, que está por detrás de um monte de coisa estranha que acontece”.

Como exemplo de “coisa estranha”, mencionou o caso dos desvios da verba indenizatória de deputados federais, veiculado pela Folha.

Insinuou que a “coisa” teria sido içada às manchetes pelo “coiso” com o propósito de prejudicar Aécio.

A rubrica das verbas indenizatórias fora criada na Câmara sob a presidência de Aécio (2001-2002). Ouça-se a teoria de Ciro:

“Como é que isso funciona? É o coiso. Não é o Serra. O Serra não é o coiso. É o coiso...”

“...Aí perguntaram pra mim: o que é o coiso? O coiso é um ectoplasma. O Serra é uma figura de carne e osso, respeitabilíssima, é o governador...”

“...Portanto ele não é o coiso. Agora, o coiso está atuando e eu vou denunciar. Toda vida que aparecer a obra do coiso, eu vou dizer: isso é coisa do coiso”.

A reportagem da Folha manuseou as notas frias espetadas por deputados nos arquivos da Câmara graças a uma decisão judicial. Nesse caso, uma coisa do STF, não do “coiso”.


NOTA DO BLOG: É com este humor, sempre falando em tom de brincadeira, que o Ciro Gomes quer ser candidato a Presidente do seu país. Uma pessoa com este perfil não pode ser levado a sério.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Aécio garante que estará ao lado de Serra em 2010

Agência TucanaPaula Sholl
 
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reafirmou o seu compromisso com o PSDB e disse, nesta quarta-feira, que não retiraria sua pré-candidatura à Presidência da República em favor do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE).

Aécio garantiu que, nas eleições do próximo ano, estará com o governador de São Paulo, José Serra, também do PSDB.
 
"Não retiraria a candidatura. Eu tenho um compromisso com o PSDB. Ele é absolutamente claro. Serra e eu estaremos juntos", reafirmou o governador que, desde a colocação das duas pré-candidaturas, tem reforçado sua disposição de lutar pela eleição do candidato do partido.
 
Sobre o deputado Ciro Gomes, que se dispôs a eventualmente retirar a sua candidatura se Aécio for escolhido como candidato do PSDB, o governador disse que agradece "a gentileza e generosidade do companheiro Ciro. Ele é sempre muito bem-vindo a Minas Gerais, seja eu governador, esteja eu sem mandato", afirmou e ainda agradeceu, de público, as declarações de Ciro.

Sobre a pressão de partidos aliados ao PSDB para que Serra defina sua candidatura à Presidência, Aécio disse que o momento é de diálogo e que 30 dias a mais ou a menos na definição não vão fazer diferença.

"Acho que não é o caso de pressão. O governador Serra é um homem público experimentado. Ele tem a sua estratégia. Ele não tem escondido essa estratégia. Ele tem a tornado pública e temos que respeitá-lo", disse Aécio.

Fonte: Agência Tucana com agências
 


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Serra rebate queda em pesquisas


SERRA CONTESTA PESQUISA

Serra, em entrevista à rádio Jovem Pan de São Paulo nesta manhã, rebateu resultado da pesquisa que indica uma queda em sua intenção de voto de quase 15 por cento na comparação com dezembro do ano passado.

"Eu não caí, não é verdade, se comparar com um ano atrás, tem que olhar pesquisas que são comparáveis. Se mudar os times não dá para comparar um ano com outro", disse Serra na entrevista.

No final de 2008, o tucano tinha 46,5 por cento das intenções de voto, enquanto Dilma aparecia com 10,5 por cento. No cenário, no entanto, aparecia também a ex-senadora Heloisa Helena (PSOL), que não deve se lançar à sucessão. Ciro e Marisa apareciam nesse quadro de candidatos.

Serra saiu em defesa da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na comparação entre o governo Fernando Henrique e Lula, segundo a Sensus, 76 por cento dos entrevistados dizem que o de Lula é melhor.

"A questão do Fernando Henrique foi enfiada de contrabando na pesquisa, provavelmente para terem o que comentar. O presidente Fernando Henrique largou o mandato em 2002. Todos os problemas apontados na época já poderiam ter sido resolvidos", afirmou Serra, para quem foi nesta época que se conquistou a estabilidade da moeda e foi iniciado o Bolsa Família.

Serra, que manteve o suspense sobre sua candidatura, afirmou que o bom desempenho do cenário econômico não deve ser decisivo na eleição do ano que vem.

"A percepção de que a economia vai bem é um dado da realidade. Eu não acredito que isso vá decidir ou deixar de decidir a eleição."

Aécio diz que exposição de Dilma não dá voto

Da Reuters, no estadao.com.br:

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta terça-feira que a maior exposição da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) não está se revertendo em intenção de voto para a eleição presidencial de 2010.

"O crescimento que ela vem tendo (no conhecimento da população) é mérito dela e talvez do presidente Lula e não acompanha na mesma proporção o nível de intenção de votos dela", disse Aécio a jornalistas antes de visita ao arquiteto Oscar Niemeyer na zona sul do Rio de Janeiro.

Pesquisa CNT-Sensus divulgada na segunda-feira mostrou, no principal cenário, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), com 31,8 por cento de intenção de voto, seguido por Dilma, com 21,7 por cento, pelo deputado Ciro Gomes (PSB-CE), com 17,5 por cento e a senadora Marina Silva (PV-AC), com 5,9 por cento.

Quem é o ‘Filho do Brasil’





“O chefe da propaganda de Benito Mussolini era seu genro, Galeazzo Ciano. Lula, por sua vez,tem de se arranjar com Franklin Martins”

Luiz Carlos Barreto, o Filho do Brasil.” Ele, Luiz Carlos Barreto, é um personagem um tantinho menos oco do que aquele outro, canonizado em sua última obra, Lula, o Filho do Brasil. Quem é Lula? Eu o resumiria numa única linha: um retirante maroto que sonha em se transformar em José Sarney. Ele é Vidas Secas sem Graciliano Ramos. Ele é Antônio Conselheiro sem Euclides da Cunha. Ele é, citando outra patetice sertaneja produzida por Luiz Carlos Barreto, quarenta anos atrás – os filhos do Brasil repetem-se tediosamente de quarenta em quarenta anos –, o cangaceiro Coirana, sem Antônio das Mortes.

Quem já assistiu a um cinejornal do “Istituto Luce” sabe perfeitamente o que esperar de Lula, o Filho do Brasil. Benito Mussolini, em Roma, conclamando as massas, é igual a Lula, no ABC, imitando Bussunda. O chefe da propaganda de Benito Mussolini era seu genro, Galeazzo Ciano. Lula, por sua vez, tem de se arranjar com Franklin Martins, coordenador do MinCulPop lulista. Mas o fato é que, a cada dia mais, o “filho de Dona Lindu” macaqueia o “filho do ferreiro de Predappio” – só que num cenário mais indigente e embolorado.

Se o crack de 1929 consolidou aquilo que Benito Mussolini chamou de “estado empreendedor”, o crack de 2008 fez o mesmo com Lula. A economia fascista tinha IMI e IRI, bancos públicos que forneciam crédito à indústria italiana, privilegiando os aliados do regime. A economia lulista tem Banco do Brasil e BNDES, que desempenham um papel semelhante. Benito Mussolini era celebrado na propaganda oficial por ter “restringido as desigualdades sociais”. Lula? Também. Os triunfos italianos nas Copas do Mundo de 1934 e 1938 foram creditados ao Duce, que compareceu aos jogos finais, assim como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 foram creditadas a Lula. Recentemente, Lula arrumou até seu próprio ditador antissemita, que promete repetir o holocausto: o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, recebido com pompa na capital do lulismo. Os “anos do consenso” de Benito Mussolini duraram de 1929 a 1936. Quanto podem durar os de Lula?

Luiz Carlos Barreto, em 1966, produziu um curta-metragem de propaganda para José Sarney. O curta-metragem foi dirigido por um conhecido marqueteiro: Glauber Rocha. Desde aquele tempo, Luiz Carlos Barreto, “o Filho do Brasil”, é quem melhor sintetiza o caráter nacional. Durante a ditadura militar, ele tomou conta da Embrafilme. No período de Fernando Henrique Cardoso, ele fez propaganda para a Embratur e para o BNDES. Quando o lulismo foi desmascarado, em 2006, ele disse: “O mensalão não era mensalão. Era uma anuidade. Faz parte da ética política. E a ética política é elástica”. A ética cinematográfica é igualmente elástica. E, no caso de Luiz Carlos Barreto, é uma anuidade.

Luiz Carlos Barreto, homenageado no Senado por Roseana Sarney, que o chamou de “grandalhão dócil e amável do cinema brasileiro”, agora planeja filmar o romance Saraminda, de José Sarney. É dessa maneira que Lula passará para a história: como uma mera anuidade no intervalo entre o José Sarney de 1966 e o José Sarney de 2010.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Novo tesoureiro do PT preside uma entidade suspeita

Por Josias de Souza


Chama-se João Vaccari Neto o novo Delúbio Soares do PT. Será empossada, em fevereiro, na função de tesoureiro do partido.

Vaccari vai comandar as arcas petistas nas eleições de 2010. A repórter Ana Flor levou às páginas da Folha uma notícia, digamos, inquietante.

Ela conta que o novo senhor das finanças do PT preside, desde 2004, uma entidade chamada Bancoop.

Trata-se de uma cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo. Encontra-se sob investigação do Ministério Público estadual.

A Bancoop convive com um rombo estimado em R$ 100 milhões. Tenta buscar no bolso dos associados dinheiro para saldar o débito.

Como se formou o buraco? O promotor José Carlos Blat, que conduz a investigação, diz que de que a Bancoop desviou recursos.

Para onde? Para empresas ligadas a alguns de seus dirigentes, que repassaram as verbas para campanhas do PT. O tema tem frequentado o noticiário.

O inquérito do Ministério Público foi aberto em 2007. O promotor Blat chega mesmo a dizer que a Bancoop é "uma organização criminosa" com objetivos "político-partidários".

Desde o mensalão, um escândalo de 2005, a tesouraria do PT é vista –ou deveria ser— como uma zona de alta sensibilidade.

Delúbio Soares foi o único petista expurgado da legenda por conta da parceria valeriana que injetara nos cofres do PT verbas de má origem.

Sucessor de Delúbio, o petista Paulo Ferreira gerenciou a caixa registradora do partido sem deixar máculas.

O problema é que o estatuto do PT veda a recondução de Paulo Ferreira à tesouraria. Daí a troca de comando.

Vaccari desfruta da confiança do atual presidente do PT, Ricardo Berzoini, também ele um fundador e ex-presidente da Bancoop.

Ex-secretário-geral da CUT e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Vaccari é, hoje, segundo suplente do senador Aloizio Mercadante.

No alvorecer do governo Lula, de cuja amizade tem o privilégio de desfrutar, Vaccari chegou a ser cogitado para a presidência da Caixa Econômica Federal.

Lula preferiu acomodá-lo em posição de menor realce, o Conselho de Administração de Itaipu. Procurado pela reportagem, Vaccari não telefonou de volta.

Mas, noutras oportunidades, ele sempre negou que a Bancoop esconda malfeitos em suas escriturações. O amigo Berzoini acusa o Ministério Público de promover uma investigação política.

Como o inquérito da Bancoop é coisa ainda inconclusa, sempre se poderá argumentar que Vaccari e a entidade que preside têm a seu favor o benefício da dúvida.

Mas, ao acomodar a interrogação numa tesouraria de triste memória, o PT revela-se uma legenda irremediavelmente afeiçoada ao risco.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Entrevista com FHC: a conclusão de um passeio pela história real do Brasil

Na América do Sul, governos que se qualificam de esquerdistas usam o Estado como instrumento de dominação e procuram consolidar o populismo autoritário, constatou Fernando Henrique Cardoso no terceiro e último bloco da entrevista concedida a VEJA.com. Uma semana depois, no artigo publicado pelo Estadão com o título Para onde vamos?, o ex-presidente se apoiaria nessa frase para desenvolver a tese segundo a qual a democracia brasileira se arrisca a desembocar num “subperonismo”.

Nesse e em vários outros momentos ─ ao rever os conceitos de “esquerda” e “direita”, por exemplo ─ fundiram-se no entrevistado o político FHC e o sociólogo que reivindica com naturalidade a condição de intelectual. “Intelectual é alguém que formula imagens da sociedade e, nesse sentido, é claro que sou”, resume, contendo o espanto que lhe causa a conotação negativa atribuídas ultimamente a palavras como intelectual ou elite. Mas continuará nadando contra a corrente com prazer ─ e alguma ironia, sugere o título do próximo livro: “Lembrando o que escrevi”.

O ex-presidente completou o passeio de quase duas horas pela história real do Brasil com escalas em numerosas estações, todas relevantes. Recordou os programas sociais localizados na gênese do Bolsa Família, analisou o sistema de saúde e questões ligadas à educação, alertou para a obesidade da máquina administrativa, discorreu sobre as diferenças entre a política externa adotada por seu governo e a instituída desde janeiro de 2003.

No mesmo tom de voz, registrou o crescente prestígio internacional do Brasil, lastimou os equívocos cometidos na crise em Honduras e, sempre bem humorado, atribuiu a agressividade crescente de Hugo Chávez ao preço do petróleo. “O Chávez que conheci foi o do barril a 15 dólares”, comparou. Longe da aposentadoria, como reitera diariamente a agenda movimentadíssima, nem sequer examina a possibilidade de voltar a ocupar cargos públicos. “Cada um é bom para determinado momento”, repete. “E o Brasil fica melhor a cada governo, até porque não para de crescer”.

A entrevista com Fernando Henrique Cardoso sugere que não é preciso renunciar à vida inteligente para alcançar a presidência da República. Também ensina que é possível fazer política sem revogar o convívio dos contrários, sem transformar eleição em guerra e sem recorrer à aplicação da lei da selva para garantir a permanência no poder.

Veja a entrevista completa: Coluna do Augusto Nunes


O PSDB E O FUTURO


Afirmei num post de ontem que voltaria ao tema dos embates no tucanato e da antecipação do debate eleitoral.

A tese do governador de Minas, Aécio Neves, de que José Serra leva a disputa para a polarização — e ele, Aécio, não — é, desculpem-me seus partidários, pura espuma. A avaliação parece embutir, ademais, a admissão de que o paulista é mais tucano do que o mineiro, o que nos remete a um paradoxo interessante: o primeiro não poderia ser candidato porque muito identificado com o… seu partido? Se isso for uma interdição, o contrário disso não pode dar certo, não é? Mas isso é só a velha lógica um tanto ranzinza deste escriba. A avaliação é que é essencialmente errada.

Para ganhar, o PT polariza com qualquer um que esteja fora do seu projeto. E, se preciso, vai polarizar com Aécio. Ou ele acredita que, uma vez candidato, seria ainda tratado a rapapés e pão-de-ló? Continuaria preservado apenas se fosse visto como inviável. Se disparasse nas pesquisas, mísseis começariam a cair no seu quintal. Não há hipótese de o PT condescender com ele. Zero!!! Em muitos sentidos, Aécio é o que aquela legenda mais despreza: flana acima dos partidos; tem um nome de família; goza de prestígio imenso na imprensa (só perde para o próprio PT). Vale dizer: não é “um” inimigo enquanto não é “o” inimigo. E a máquina petista de sujar reputações é a mais bem-azeitada do país.

Mas por que escrevo isso? Para convencê-lo? Como diria Ciro Gomes, não serei eu a dar aulas ao neto de Tancredo, não é? Avô não é destino, sei, mas é fato que ele tem tino político. Sabe de tudo isso. Está muito longe de ser idiota. E isso nos propõe, então, uma questão: “O que quer Aécio?” Será que realmente acredita que pode ser o presidente já em 2011?

Vendo a forma como atua, penso, às vezes, que não. Será que também ele está no grupo que se imagina, a exemplo dos Maias, naquelas arcas que sobreviverão à hecatombe política, como no filme 2012?… Na hipótese de ser candidato, estaria ele jogando para perder, mas se consolidando como liderança nacional, preparando-se para, no futuro, embaralhar o quadro partidário ou para, sendo Serra o escolhido tucano, cristianizar o paulista em Minas? Colaboraria para o outro se esborrachar e surgiria como líder nacional do PSDB… Será?

Farei, nesse caso, a mesma pergunta que fiz para e sobre os Maias? Seria “líder” do que mesmo??? Políticos costumam gostar de historinhas, mas tendem a desprezar a história. O PT não está aí só brincando de disputar eleições. Está construindo um ente de razão. A depender do que vocês façam, senhores, eu posso lhes assegurar que vocês não estarão no convés da arca. O PT pode preservar girafa, hipopótamo, macaco, jararaca… Mas não vai querer tucano — ou gente que ambiciona vôo próprio — nem como memória empalhada da fauna.

Não há setor social que não esteja mais ou menos cooptado pelo petismo. Há não-petistas que, sem enxergar uma saída, aderem ao grupo dominante como periferia e pronto! Mas Aécio, por exemplo, não tem vocação para o arrabalde; busca ser o centro. Essa centralidade no jogo político, goste ele ou não, passa pela vitória do PSDB em 2010 — uma tarefa dificílima; postos os termos da equação na mesa, já é tarefa hercúlea para Serra, que tem o dobro de votos. Imaginem para quem se vê obrigado a entrar na campanha nacional do partido dizendo: “Talvez você não me conheça…”

“Ah, Reinaldo é serrista; Reinaldo é paulista; Reinaldo é anti-Aécio”… Quanta asneira!!! Reinaldo apenas acha essencial para a democracia a alternância de poder e acredita que, numa guerra, vence quem está mais preparado e sabe usar com eficiência as armas que tem. O petismo não admite parceiros ou sócios; só subordinados. Vejam a coisa miserável em que Lula transformou Ciro Gomes. De certo modo, o rapaz entregou ao chefe até a sua identidade política. Deixou de ser um dos “modernizadores” — lá no marketing dele — do Ceará para ser uma peça do jogo do atraso político em São Paulo. Ou alguém acha que essa mudança de domicílio honra a alta política?

O tal “filho do Brasil” tem ainda uma longa carreira política pela frente, e não existe altivez à sua volta. O esforço que setores do tucanato e do DEM fazem para atingir Serra, entendo, coloca em risco a sua (deles) própria sobrevivência política. Ninguém sabe a forma do futuro, claro! Mas é possível planejar, ao menos, a vitória. E é também possível planejar o desastre. Lula conta com um interregno Dilma e, depois, quem sabe mais uns oito aninhos. O PSDB poderia estar sonhando com 16 — e não vou me dar o trabalho de fazer a conta, né?

Claro, o jogo é cheio de incertezas; ninguém faz planos com tanta antecedência etc. Ninguém que não seja petista. O partido, escrevo isso há bem uns cinco anos, se constrói e exerce o poder para tornar as eleições nacionais meros processos homologatórios.
A tese de que a polarização serve ao PT, entendo, é só um auto-engano — eventualmente, um auto-interesse. A única maneira de não polarizar com o PT é ser engolido por ele. O correto é justamente o contrário: é polarizar! E que se note: estou me referindo ao partido de Lula, não a Lula. Ele não disputa eleições.

Diogo Mainardi escreveu em sua coluna há três semanas:

“Eu tento sabotar o PT. Como é que se sabota o PT? Atualmente, só há um jeito: unindo José Serra e Aécio Neves, em 2010.

E concluiu assim o seu texto:

Pronto: sabotei o PT. Agora só falta o PSDB sabotar o PSDB.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O que não fazer para mudar o Brasil! A culpa que carregamos pelo estado em que nos encontramos.

Do Blog Boa Política
Eu vou mudar o Brasil!


Após ler uma mensagem (dessas criadas por um anônimo bem chateado, inspirado e cheio de razão) que nos generaliza como estimuladores e financiadores do caos social, é impossível não parar para refletir.

O quanto será que cada um de nós já fez para nos colocar nesse estado insano onde tudo que parece errado, injusto, obsceno às vezes, vira normal, comum, cotidiano? O quanto de culpa paira sobre nossas costas?

Mas agora o importante é olhar para frente. Não podemos repetir os mesmos erros e manter essa rotina de atos espúrios justificados pela normalidade. A aceitação geral de desvios de conduta é o paraíso dos picaretas que se beneficiam dessas situação para se beneficiar como se tudo fosse normal. Não é. Não tem que ser.

Nós temos que levantar a voz sempre que identificarmos algo errado. Mesmo entre amigos! As pequenas “vantagens nossas de cada dia” estão nos custando caro demais. Chega!

Segue o e-mail para que possamos todos pensar.

O BRASILEIRO É ASSIM:

» Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

» Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas..

» Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

» Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

» Fala no celular enquanto dirige.

» Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

» Para em filas duplas, triplas em frente às escolas

» Viola a lei do silêncio.

» Dirige após consumir bebida alcoólica

» Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

» Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

» Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

» Faz gato de luz, de água e de tv a cabo.

» Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

» Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.

» Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

» Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.

» Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

» Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

» Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

» Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.

» Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

» Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

» Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

» Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

» Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis…. como se isso não fosse roubo.

» Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

» Falsifica tudo, tudo mesmo… só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado….

» Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem…

» Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos.

Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas.

Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não ?

Brasileiro reclama de quê, afinal ?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eleições 2010 - Brasil



Ciro Gomes e Aécio Neves desceram ao pano verde, nesta terça (17), como jogadores de truco.

O jogo é de dupla. Baseia-se na sorte. E na esperteza do blefe. Para blefar, o silêncio é dispensável.

Melhor falar. Gritar às vezes. O ideal, aliás, é que o desafio seja feito aos berros. Assim, Ciro berrou:

"Se o governador Aécio Neves se viabilizar candidato a presidente da República...”

“...Eu penso que a sua presença é tão importante para o Brasil que...”

“...A minha candidatura não é necessária mais". E Aécio:

"Temos uma visão muito parecida de quais são os grandes desafios do Brasil...”

“...Vamos conversar hoje como fazemos permanentemente sobre o Brasil [...]...”

“...Na política, se pudéssemos estar juntos, para mim seria extraordinário”.

Diz-se que Serra tem o quatro de paus (zápete), a carta de maior valor.

Afirma-se que Dilma dispõe do sete de copas, a segunda carta mais relevante.

Porém, na sucessão, como no truco, a calma e a dissimulação contam muito.

Aécio insinua que, prevalecendo sobre Serra, vai desarrumar a mão de Dilma, arrastando-lhe as cartas.

O vaivém de Ciro reforça-lhe a estratégia. Mas, por enquanto, Aécio não está senão blefando.

Nem o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), parece apostar na dupla Aécio-Ciro.

Fonte: Blog de Josias de Souza às 18h39

domingo, 15 de novembro de 2009

Dilma, o apagão e os marqueteiros


Na primeira aparição depois do apagão, a ministra Dilma Rousseff forneceu a seus marqueteiros um excelente exemplo de como eles vão ter que trabalhar para construir sua imagem na campanha.

Dilma negou o que disse há duas semanas ("Não vamos ter mais apagão".) Desdenhou da repórter, ora ironizando ("Minha querida..."), ora sendo claramente descortês e impaciente ("Você está confundindo, minha filha...").

Não admitiu falar em "apagão", mas em "blecaute", explicando doutamente a diferença entre os dois.

E foi por aí, deitando regra, ensinando ao Brasil como é que se faz. O quê? Tudo.

A ministra entende tudo de tudo. No momento, transformou-se em expert em meio ambiente. Esverdeou geral.

O trabalho dos marqueteiros vai ser complexo. Dilma tem se revelado difícil.

E mais: não adianta ser falso, criar alguém que não existe.

Dois exemplos podem ser lembrados aqui.

Primeiro, é falso creditar a eleição de Lula em 2002 ao publicitário Duda Mendonça. Lula tomou um banho de loja, aparou a barba, cuidou da pele. Isso é trabalho de marqueteiro.

Deu tão certo, que o presidente tomou gosto. Passou a andar elegantíssimo.

Mas aqueles que o conhecem sempre afirmaram que, por trás do sindicalista feroz e mau-humorado, havia uma pessoa simpática, brincalhona, piadista. O brasileiro típico, que gosta de futebol, de mulher e de uma bebidinha com os amigos.

Foi só deixar este Lula aparecer. Os acordos de José Dirceu com empresários e banqueiros fizeram o resto. O Lula que venceu as eleições já estava lá. Não é uma construção de marqueteiros.

No exemplo contrário, na campanha para a reeleição em 2004, Duda Mendonça tentou transformar a então prefeita Marta Suplicy numa florzinha sempre sorridente e humilde.

Deu tudo errado.

Marta é mulher de temperamento forte, e não há nada de mau nisso. É parte do seu capital, a periferia de São Paulo gostava daquele estilo "Chanel na lama", como dizia o próprio presidente Lula.

Mas, apertada no figurino da mocinha bem comportada, na primeira saída às ruas, Marta pôs tudo a perder. Bateu boca com uma eleitora, disse umas palavras ríspidas a uma repórter.

Em suma, destruiu a imagem de boazinha. Era falsa.


Por isso, não adianta comparar a Dilma de 2010 com o Lula de 2002. Dilma não é Lula.


Vai dar um trabalho ao marqueteiro...

Fonte da matéria: Blog da Lúcia Hippólito



sábado, 14 de novembro de 2009

Deu na Coluna de Cláudio Humberto

Vox Populi: Aécio na frente pela primeira vez

Pesquisa espontânea do instituto Vox Populi mostra o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), pela primeira vez à frente dos rivais. À pergunta “qual o seu candidato a presidente”, feita a dois mil eleitores em todo o Brasil, 13% citaram espontaneamente Lula, Aécio 11%, José Serra (PSDB) 10%, Dilma Rousseff (PT) 6%, Ciro Gomes (PSB) 3%, Marina Silva (PV) 2%, Heloisa Helena (PSOL) 1% e Não sabem 53%.

Pesquisa recente

A pesquisa do instituto Vox Populi, que será divulgada pela revista IstoÉ deste fim de semana, foi fechada no último dia 2.

Recall

Aécio Neves não ficou surpreso com a pesquisa Vox Populi. Ele disse que tem recebido “um recall impressionante” de sua pré-candidatura.



Charge - Ique


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eleições 2010 - Brasil


Segundo ele, encontro com deputado 'não é fato construído artificialmente'

Por Eduardo Kattah, BELO HORIZONTE

O governador de Minas, Aécio Neves, afirmou ontem que o encontro com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), previsto para terça-feira, em Belo Horizonte, não tem por objetivo enfraquecer a pré-candidatura de José Serra (PSDB). "Vejo que algumas análises podem até ir nessa direção, mas isso não é um fato construído artificialmente", disse, referindo-se à sua relação com o deputado do PSB.

O Estado revelou na terça-feira passada que Aécio e Ciro, ambos pré-candidatos à Presidência, acertaram uma estratégia conjunta para se fortalecerem na corrida de 2010. Os dois articularam agenda pública comum para mandar mensagem de unidade e de capacidade de aglutinar forças políticas a seus partidos e adversários.

Como confirmação dessa estratégia, Aécio disse ontem que o PSDB começa a perceber que sua eventual candidatura ao Planalto poderá evitar uma "eleição plebiscitária" em 2010, conforme desejo do presidente Lula. O mineiro voltou a argumentar que se considera capaz de agregar outras forças políticas, inclusive de partidos que são da base aliada ao governo.

Aécio e Ciro ensaiaram uma aliança durante a campanha para a eleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), em 2008. Em julho, o deputado causou desconforto no PSDB ao criticar duramente Serra, tendo o governador mineiro ao lado. Ciro também chegou a alegar que poderia desistir de concorrer à Presidência caso Aécio seja o candidato tucano. O deputado também é cotado para disputar o Palácio dos Bandeirantes com apoio do PT.

"Tenho com o ministro relações pessoais que são públicas e as manterei, pelo menos da minha parte, sempre. Isso não significa que estaremos no mesmo campo político", afirmou Aécio, destacando que ambos possuem seus "limites". "Somos todos nós, de alguma forma, reféns das nossas circunstâncias."

Segundo ele, as conversas com Ciro, desafeto declarado de Serra, "são sempre muito estimulantes". "Temos visão muito próxima de questões necessárias ao País e, no mínimo, essas conversas sinalizam para um entendimento futuro."

Charge - Amarildo


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Charge - Renato Machado


Lula monta operação para proteger Dilma do apagão



Lula mobilizou os operadores políticos do governo numa operação destinada a proteger a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Tenta-se evitar que o apagão contagie a candidatura presidencial de Dilma.

Acionados pelo Planalto, os líderes do governo se mobilizam no Congresso para evitar a convocação de Dilma. PSDB e DEM tentarão aprovar na Comissão de Infraestrutura do Senado requerimento do líder tucano Arthur Virgílio (AM).

Pede a presença de dois ministros: Dilma e Edison Lobão (Minas e Energia). A depender de Lula, só será admitida a presença de Lobão.

Dilma tomou chá de sumiço nesta quarta (11), dia em que o governo buscava explicações para o breu. Uma precaução adotada para evitar que a voz da ministra soasse em público antes que o governo dispusesse de explicações palusíveis.

Lula abespinhou-se com o excesso de entrevistas e a escassez de dados objetivos. No início da tarde, ordenou que só Lobão falasse pelo governo.

Leia a matéria completa: Blog do Josias de Souza


Apagão no Brasil

Planalto protege Dilma

O apagão que atingiu 18 estados brasileiros impediu que o Planalto comemorasse a subida da ministra Dilma na pesquisa Vox Populi, divulgada essa semana.

É verdade que ela subiu apenas um ponto percentual, de 19% para 20%, portanto, dentro da margem de erro. Mas o importante é que se moveu. E para cima.

Enquanto isso, o governador José Serra caiu quatro pontos, de 40% para 36%.

Numa simulação sem Serra, Dilma lidera (20%), mas está embolada com Ciro Gomes (19%) e Aécio Neves (18%), todos com chance.

Por isso mesmo, qualquer coisa que aponte para falhas na gestão pública respinga em Dilma.

A construção de sua candidatura está fortemente amparada na fama de grande gestora. O PAC, o modelo energético brasileiro, o programa Minha casa, minha vida. A exploração de petróleo na camada pré-sal. Tudo isto foi ou está sendo coordenado por Dilma Rousseff.

No caso do apagão, Dilma foi a primeira ministra de Minas e Energia do governo Lula e é a principal responsável pelo desenho do atual modelo.

Embora o setor de energia tenha sido entregue aos interesses clientelistas e fisiológicos da famiglia Sarney, Dilma ainda tem forte influência no setor. Ministros de Minas e Energia e dirigentes de estatais do setor despacham com ela até hoje.

Como as obras do PAC estão encontrando dificuldades para deslanchar em vários pontos do país -- parlamentares petistas nos estados enviam relatórios frequentes à ministra -- uma falha na gestão do setor elétrico pode contribuir para trincar a couraça de grande gestora que os marqueteiros da candidatura Dilma tentam construir.

A própria Dilma Rousseff não ajuda muito, pois há cerca de duas semanas, afirmou em programa da Radiobrás: "Nós também temos uma outra certeza: que não vai ter apagão. É que nós hoje voltamos a fazer planejamento".

Isto explica um pouco a aflição de membros do governo. O ministro da Justiça afirmou que a oposição estava tentando "transformar um tropeço em catástrofe", o ministro Edison Lobão botou a culpa nos raios (seriam raios de Zeus?!), embora os técnicos do Inpe e vários especialistas contestem, afirmando que a rede tem para-raios e raios não derrubam redes.

Enfim, muitas perguntas sem resposta. E a ministra, escondidinha, escondidinha.

Charge - Néo


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagão (Twitter)

TWITTER:

11/11/2009 às 23:25 h



"Dilma foi ministra de Energia e eis o apagão. À frente do PAC, as obras não andam. Se vigiar 2 tartarugas, 1 foge e a outra leva a bronca. "

Senador Demóstenes

RT @demostenes_go Boa, @BrunoDornellas: "Se Dilma vigiar duas tartarugas, uma o Lula nomeia no ministério e a outra ele lança à Presidência"



Eleições 2010 - Brasil


Apesar das pressões em contrário, não faltam motivos para José Serra assumir-se candidato para valer à presidência só em março. Um deles traduz-se em números: uma pesquisa encomendada por Serra assegura que cerca de 70% dos paulistas o querem candidato a presidente, mas concordam (neste caso, concordam com Serra) que a data ideal para lançar-se oficialmente na disputa é mesmo 2010.

Apagão (Twitter)

TWITTER:

11/11/2009 às 09:00 h


MiriamLeitaoCom



"É espantosa a falta de intimidade do ministro da Energia com assuntos de energia. isto é que dá nomear pela interligação com sistema Sarney."

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Alvaro Dias critica Lula por comparar tucanos aos nazistas


O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou nesta segunda-feira (9) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em discurso no fim de semana durante o 12º Congresso do PCdoB, em São Paulo, disse sentir "pena" dos tucanos por eles planejarem um programa de treinamento de cabos eleitorais no Nordeste do Brasil com vistas às eleições de 2010.

"É um pouco o que o Hitler fazia, para que os alemães pegassem os judeus. Ou seja, vamos treinar gente para não permitir que eles sobrevivam", disse ele, em referência ao ditador nazista alemão, Adolf Hitler, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.

Lula reagia às críticas dirigidas ao seu governo pelo sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado em vários veículos de comunicação no fim de semana anterior. No texto, ao qual Alvaro Dias fez menção, FHC disse verificar no governo Lula uma espécie de autoritarismo popular.

- Não podemos aceitar passivamente que o presidente ofereça a cada dia lições que deveriam ser repudiadas pelos que acreditam no regime democrático - disse o senador.

No caso do PSDB, prosseguiu ele, a afirmação feita "não é apenas injusta, mas desonesta intelectualmente". Ele desaconselhou o presidente da república a lançar mão de argumentos históricos, sob pena de cair na mediocridade.

Venezuela

No mesmo pronunciamento, Alvaro Dias criticou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que, em meio à tensão daquele país com a Colômbia, pediu aos seus soldados que se preparem para a guerra para garantir a paz.
O senador lembrou que o Plenário do Senado deve deliberar nesta quarta-feira (11) sobre o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul e disse que, a seu ver, o Congresso Nacional deveria sobrestar a decisão "até que a democracia voltasse à plenitude no país".

- Os valores democráticos devem ser preservados, sobretudo no Parlamento. É evidente que o que se assiste na Venezuela é o contraponto a essa realidade. Seria como se colocássemos macaco em casa de louças - disse o senador.

CPI da Petrobras

Alvaro Dias também anunciou que, nesta terça-feira (10), PSDB e DEM concederão uma entrevista coletiva em que anunciarão decisão conjunta quanto à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Na última semana, os membros da oposição abandonaram a reunião da CPI em que prestaria depoimento o gerente da Petrobras Erardo Gomes Barbosa, substituído à última hora por outros funcionários da estatal.

Na ocasião, Alvaro Dias protestou contra a forma como os trabalhos da comissão vêm sendo conduzidos, com arquivamento sumário pelo relator, Romero Jucá (PMDB-RR), de todos os requerimentos apresentados por PSDB e DEM. Os membros da oposição disseram que "a CPI é uma farsa".

Da Redação / Agência Senado

Aécio diz que eleição não será plebiscitária

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, elevou hoje o tom das críticas, afirmando que o atual governo representa um retrocesso administrativo e criticando o que chamou de “cooptação” dos movimentos sociais como as centrais sindicais. “Não podemos inflar expectativas com programas feitos de improviso.O alargamento dos gastos do governo federal será o maior problema para o próximo governo.A principal armadilha é de que a próxima eleição é plebiscitária. Não é. O futuro que vai se apresentar é o futuro por causa de Lula, para alguns, ou apesar dele”, disse.

Comentário de Ricardo Noblat




O governador José Serra acerta quando se cala sobre se será ou não candidato à sucessão de Lula. Do alto das pesquisas de intenção de voto por que ele haveria de se tornar alvo desde já da fúria do PT e dos seus aliados?

Nada lucraria com isso. De resto, não há um só tucano emplumado que duvide da disposição de Serra para sair candidato.

À sombra, Serra tem trabalhado duro para pavimentar o caminho que poderá levá-lo a concorrer à presidência da República pela segunda e última vez. Se não concorrer ou for derrotado, dará adeus em definitivo ao sonho cultivado desde que começou a fazer política.

Lula perdeu três eleições consecutivas antes de vencer a primeira em 2002. Se depender dele, tentará um novo mandato em 2014. Estará com 69 anos – e Serra com 72.

A diferença de idade entre eles não é o que permite imaginar Lula eleito para um terceiro mandato e Serra metido em um pijama dentro de casa observando o crescimento da grama no seu jardim.

Lula deixará o cargo em janeiro de 2011 ostentando a privilegiada condição de o presidente mais popular da história do país. Falta ao PT outro nome capaz de disputar com ele a indicação para candidato em 2014. Quem ousaria?

A situação de Serra é bem distinta. Se fugir ao desafio de enfrentar Dilma Rousseff cederá a vaga a Aécio Neves, governador de Minas Gerais.

Mesmo que perca, é razoável que Aécio assegure o direito de concorrer em 2014. Terá apenas 54 anos. Terá ganhado com a derrota para Dilma a exposição nacional que hoje lhe falta. O PSDB não se dará ao luxo de desprezar uma estrela em ascensão. É um partido de poucas estrelas.

De 1989 para cá, Lula disputou todas as eleições presidenciais. Disputará mais uma. Onde se lê Dilma, leia-se Lula. O que Dilma tem até agora em intenções de voto foi o que Lula já lhe transferiu.

A transferência tende a aumentar. O brasileiro está satisfeito com a vida que leva. E reconhece que boa parte da satisfação decorre do desempenho de Lula e do seu governo. Eleitor satisfeito nunca votou para mudar. Nem aqui nem em parte alguma.

Há duas desgraças que Serra diligenciará para varrer do seu caminho – ele ou qualquer outro candidato. A primeira: trombar com Lula sem necessidade. Ou mesmo se for necessário. A não ser em caso extremo.

A segunda: passar a impressão de que uma vez eleito mudará o que o eleitor não quer que mude. Dilma dirá que representa a continuidade de Lula. Serra não poderá dizer isso, mas é tudo o que gostaria que o eleitor achasse dele.

Essa história de candidato “pós-Lula” inventada por Aécio é uma maneira mais refinada de afirmar: manterei tudo que Lula fez e ainda farei melhor. Serra pretende ir por aí.

O PT decidiu encarar a eleição como um confronto entre o Brasil pontilhado de crises de Fernando Henrique e o Brasil ladeira à cima de Lula. Votar em Serra é desejar a volta do Brasil das crises e do desemprego em alta. Votar em Dilma – bem, não vale a pena repetir.

O PSDB se empenhará em transformar a eleição em um confronto entre um candidato com larga experiência política e administrativa e uma candidata que não era nada até outro dia. Que virou candidata por vontade exclusiva de uma única pessoa.

Serra pergunta a seus botões: que vantagem levaria se partisse logo para a briga contra Dilma? É o que interessa a Dilma: polarizar cedo com ele para crescer.

A próxima tende a ser uma eleição curiosa. O PT olhará Serra e enxergará Fernando Henrique com todos os seus eventuais defeitos.

De sua parte, o PSDB olhará Dilma e enxergará o PT dos muitos escândalos, do aparelhamento e do inchaço da máquina do Estado, da cooptação por meio de grana dos movimentos sociais e da cumplicidade com o MST que invade e depreda fazendas.

Foi na eleição de 2002 que estreou Lulinha “paz e amor”. Na de 2010 estreará Serrinha “paz e amor” – pelo menos no que depender dele.

O ex-metalúrgico enfezado estará de volta.

sábado, 7 de novembro de 2009

MARANHÃO - Política

Velhas promessas, novas mentiras

Do Blog do Cardoso

A propaganda do Governo do Estado, bem produzida, por sinal, oferece mais de 200 mil empregos.

Para quem não recorda dos dois mandatos de Roseana Sarney, imagina ser verdade. Pensa até que amanhã as indústrias estarão com as portas abertas, a refinaria Premium funcionando a pleno vapor, as siderúrgicas queimando, a Suzano exportando e outros setores bamburrando.

Foi assim nos dois mandatos. Quem não lembra da Kao-I, aquele pólo de confecção de Rosário?

O governo anunciava a criação de 4.500 empregos diretos quando a fábrica de camisas estivesse funcionando e mais 3.000 na fase de construção.

Um chinês pilantra, com o aval do governo estadual espalhava que cada trabalhador ganharia em média R$ 150, quando o salário mínimo da época era de apenas R$ 70.

A população de rosário logo deixou a roça e a pesca. Nem de longe imaginava no golpe que iria cair.

O governo investia pesado na propaganda. Criaram uma cooperativa e logo pediram empréstimos ao Banco do Nordeste do Brasil. Tudo com o aval do governo estadual.

O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, também caiu no golpe. Veio inaugurar a fábrica, que no dia seguinte fechou as portas.

Semanas depois abriu as portas. Os empregos não chegaram a 500, mas os débitos se avolumaram e até hoje os membros da falida cooperativa devem ao BNB.

O chinês pilantra, preso depois por outros golpes fora do Maranhão, vendeu as máquinas de costura, a única coisa que tinha para oferecer e enganar a população de Rosário.

O governo de Roseana Sarney, meses antes, havia anunciado o Projeto Salangô, que beneficiaria mais de mil famílias de pequenos produtores rurais, em São Mateus.

A propaganda era do projeto era intensa; até porque quando mais publicidade, mas o sistema Mirante de Comunicação fatura verba pública dos cofres do Estado.

As terras, que serviriam para plantação irrigada, foram adquiridas pelo governo a preços superfaturados.

O Tribunal de Contas da União detectou o superfaturamento da ordem de R$ 14 milhões. O projeto resultou em nada.

Um grupo empresarial do Sul do país manifestou desejo de instalar um fábrica esmagadora de soja em São Luís.

Mais propaganda e milhares de novos empregos. O investimento privado denominado Ceval mal começou, teve que mudar para Teresina.

Motivo: alguém do governo queria que a Ceval doasse metade das suas ações para um empresário parente de gente mais forte do próprio governo.

O certo é que os dois mandatos de Roseana Sarney acabaram e sequer 2 mil novos empregos foram criados.

Quando a governadora saiu, ostentávamos o título de estado mais pobre da federação, o pior IDH, o maior índice de analfabetismo e o maior número de desempregado. Alguém aposta que será diferente?