"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Presidente do PT/MA acusado de desvio de verbas do Incra

Por Raimundo Garrone, O Globo

O presidente do PT no Maranhão, Raimundo Monteiro, foi acusado [ontem] pela Polícia Federal de comandar um esquema de desvio de verbas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Monteiro foi superintendente do órgão entre 2004 e 2005, quando deixou o cargo por conta das investigações iniciadas pela PF. Segundo ele, o afastamento aconteceu a seu pedido.

De acordo com o superintendente da PF no Maranhão, Fernando Segóvia, o presidente do PT-MA, o atual superintendente do Incra, Benedito Terceiro, e o delegado agrário Rubem Sérgio dos Santos eram os cérebros do esquema.

As investigações duraram cinco anos, quando o Incra disponibilizou quase R$ 500 milhões para o Maranhão em contratos que previam a construção e reforma de casas em assentamentos rurais.

Vinte e cinco assentamentos foram vistoriados no estado, e foram descobertos indícios de desvio de R$ 4 milhões. No município de Santa Luzia, nenhuma das 300 casas previstas foram construídas e em outros as casas estão inacabadas e com material de baixíssimo custo.

Um líder comunitário do assentamento Flechal, na cidade de Santa Luzia, chegou a ser morto ano passado porque procurou a polícia para denunciar que as casas não vinham sendo construídas. Na época, ele estava sendo obrigado por empreiteiros e técnicos do Incra a assinar notas fiscais atestando que as casas estavam prontas.

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Herança Maldita

Dilma paga contas do governo Lula e ajuste fiscal atinge PAC e investimento

Por Marta Salomon - O Estado de S.Paulo
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Governo já pagou R$ 3,4 bilhões de contas do ano passado e ainda restam quase R$ 30 bilhões; nenhum pagamento do PAC foi feito este ano.
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BRASÍLIAFoi nos novos investimentos - inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - o primeiro impacto do ajuste fiscal anunciado pelo governo Dilma Rousseff. Os Ministérios dos Transportes, da Educação e da Saúde, por exemplo, não deram nem o primeiro passo na execução dos gastos do PAC autorizados para 2011 até a última quarta-feira. Por ora, o governo tem se limitado a pagar as contas pendentes do governo Lula.

Análise de dados do Tesouro Nacional, pesquisados pela ONG Contas Abertas a pedido do Estado, mostra que resta quase intocado o orçamento de R$ 40 bilhões do PAC para este ano, com projetos que vão de rodovias à construção de Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs prometidas na campanha.

O governo já pagou R$ 3,4 bilhões de contas deixadas pelo ano eleitoral, mas ainda resta um saldo a quitar de R$ 29,9 bilhões. Esses números mostram que é quase impossível o cumprimento do compromisso do governo de não cortar o PAC.

Dono do principal orçamento entre os projetos do PAC, o Ministério das Cidades começou o ano com autorização legal para gastar R$ 17,1 bilhões. Desse total, comprometeu-se a gastar até 23 de fevereiro apenas R$ 422 mil. O ministro Mário Negromonte lida com a difícil escolha entre fazer novos investimentos em saneamento, habitação, urbanização de favelas ou pagar a conta deixada por Lula.

Não está descartada a possibilidade de despesas já contratadas serem canceladas, embora os integrantes do governo venham se recusando a falar publicamente sobre essa hipótese.

No Ministério das Cidades, o saldo de despesas antigas ainda pendentes de pagamento na quarta-feira era de R$ 13,4 bilhões, apesar de a pasta já ter desembolsado R$ 1,5 bilhão para quitar os "restos a pagar".

O limite de gastos de cada ministério será fixado na segunda-feira, por decreto da presidente Dilma Rousseff. Todo início de ano, o governo baixa decreto de programação financeira, estabelecendo limites de gastos por pasta. Desta vez, a área econômica promete inovar no simples bloqueio de gastos, com o que chama de "consolidação fiscal".

Anúncio de cortes na segunda-feira

No início do mês, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, anunciaram corte de R$ 50 bilhões no Orçamento de 2011. Desde então, o Planejamento coordena negociação com os ministérios para definir o que cortar. Depois de alguns adiamentos, o anúncio foi confirmado para segunda-feira, antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Até o decreto, os ministérios foram autorizados a gastar por mês uma parcela correspondente a pouco mais de 5% do Orçamento autorizado por lei.

O Ministério dos Transportes, vice-campeão em gastos do PAC, logo atrás do Ministério das Cidades, integra a lista dos que ainda não assumiram compromissos de gastar o dinheiro autorizado para este ano. A pasta já pagou R$ 1,6 bilhão de contas do governo Lula e ainda tem R$ 8,3 bilhões a quitar. Os Transportes têm previsão de gastos de R$ 15,5 bilhões este ano.

O peso das contas deixadas pelo governo Lula também domina os investimentos dos primeiros 54 dias de governo Dilma. Até quarta-feira, a União havia pago R$ 4.485 milhões de investimentos, mas apenas 0,05% correspondia a gastos novos: R$ 4.461 milhões eram "restos a pagar".

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Dilma sanciona mínimo de R$ 545 que passa a valer em março

Folha.com - Por Ana Flor - de Brasília

A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta sexta-feira a lei que fixa o valor do salário mínimo em R$ 545.

A publicação constará no "Diário Oficial" de segunda-feira, de acordo com a Casa Civil.


O valor passará a valer a partir de 1º de março.

A lei estabelece a política de reajustes do mínimo até 2015. A sanção foi sem vetos.

O Congresso encerrou a segunda parte da apreciação do texto enviado pelo governo na quarta-feira, quando o Senado aprovou o valor desejado pelo Planalto.

Na semana anterior, a Câmara já havia chancelado o valor, derrubando propostas de R$ 600 e R$ 560.

A AGU (Advocacia Geral da União) recomendou que a presidente sancionasse a lei, com um parecer que atestou o entendimento de que ela não desrespeita a Constituição.

O texto da lei é polêmico porque estabelece os reajustes do mínimo por decreto para os próximos três anos.

A oposição prometeu apelar ao STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar o que chama de "manobra" do governo para evitar que a cada ano a proposta de reajuste seja apreciada pelo Congresso.

Segundo partidos de oposição, com a lei o Congresso perde uma prerrogativa constitucional de debater o valor do mínimo e votá-lo anualmente. 

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Sobre Tiririca, Collor e Sarney: os que não sabem e os que jamais se esquecerão

Por Reinaldo Azevedo
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Há um certo clima de escândalo lógico no ar por Tiririca (PR-SP) fazer parte da Comissão de Educação e Cultura da Câmara. É… Trata-se de um escracho! Mas é maior do que ter o neolulista Fernando Collor (PTB-AL) na presidência da Comissão de Relações Exteriores do Senado e como membro emérito da Comissão de Reforma Política instituída por José Sarney, que, por sua vez, preside o Senado pela terceira vez?
Não estou sendo cínico, tampouco me conformando. Mas há o risco de Tiririca aprender alguma coisa… E os outros, que jamais esquecerão o que já sabem?


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Proporção de adolescentes pobres supera média da população brasileira

Do UOL NotíciasSão Paulo

No Brasil, 38% dos adolescentes brasileiros em situação de pobreza, superando o percentual de 29% da média da população, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância ).

De acordo com a pesquisa, 56% das crianças e dos adolescentes afrodescendentes são afetados pela pobreza.

A pesquisa também mostrou como a pobreza afeta os adolescentes por região do país. A região que concentra mais jovens em situação de pobreza é o semiárido nordestino, onde 67,4% dos jovens são pobres. Na região Amazônica, 56,9% das crianças e adolescentes estão na mesma condição. Mesmo nas regiões Sul e Sudeste, onde a pobreza é considerada menor do que nas demais regiões, crianças e adolescentes negros têm 70% a mais de chances de ser pobres do que os brancos.

A pobreza também é maior entre crianças e adolescentes com deficiência: segundo o Unicef, nesse caso, os jovens têm 12 vezes mais chances de ser pobres do que os demais.

Atualmente, 13 milhões de crianças e adolescentes vivem no Semiárido brasileiro, onde a população de 12 a 17 anos soma cerca de 5 milhões de pessoas. Outros 9 milhões de crianças e adolescentes moram na Amazônia Legal brasileira.

"Em consonância com o relatório mundial, a situação dos adolescentes no Brasil demonstra que atualmente as oportunidades para sua inserção social e produtiva ainda são insuficientes, tornando-os o grupo etário mais vulnerável em relação a determinados riscos, como o desemprego e subemprego, a violência, a degradação ambiental e redução dos níveis de qualidade de vida. As oportunidades são ainda mais escassas quando são levadas em consideração outras dimensões da iniquidade além da idade, como renda, condição pessoal, local de moradia, gênero, raça ou etnia", conclui o estudo.

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Rede Globo está fora da licitação de direitos de transmissão do Brasileiro

"Em nota oficial, empresa diz que condições impostas são incompatíveis para o modelo de TV aberta e pretende dialogar com os clubes."

Por GLOBOESPORTE.COM - Rio de Janeiro

A Rede Globo anunciou, de forma oficial, que não participará da licitação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol dos anos de 2012, 2013 e 2014. O comunicado, emitido na noite desta sexta-feira, também diz que a empresa pretende dialogar com os clubes para chegar a um formato de disputa pelos direitos de transmissão.

De acordo com a nota, a Rede Globo acredita que o modelo proposto na carta-convite enviada pelo Clube dos 13 inviabiliza 'qualquer perspectiva de um retorno compatível com os investimentos na compra dos direitos'.

Além da Globo, o Clube dos 13 também convidou Bandeirantes, Record, SBT e RedeTV a tomarem parte da licitação. A carta-convite com as condições da licitação foi enviada na quinta-feira, dia 24 de fevereiro.

Leia, abaixo, o comunicado da Rede Globo na íntegra.

Os dirigentes efetivamente preocupados com os legítimos interesses dos seus clubes e, acima de tudo, os torcedores são testemunhas dos volumosos investimentos que a Rede Globo tem feito ao longo desses anos, numa parceria pelo aprimoramento do nosso futebol, na busca de um espetáculo emocionante, com profissionalismo e qualidade.

Essa contribuição tem se traduzido no crescimento das receitas dos clubes, não só através das receitas obtidas com a venda dos direitos de transmissão, bem como com a comercialização de outros direitos, incluindo propaganda nos uniformes e publicidade nos estádios.

As exigências e modificações nos conteúdos das plataformas implicam na desestruturação de um produto complexo, que foi construído ao longo dos últimos 13 anos, inviabilizando assim qualquer perspectiva de um retorno compatível com os investimentos na compra dos direitos.

As condições impostas na carta-convite não se coadunam com nossos formatos de conteúdo e de comercialização, que se baseiam exclusivamente em audiência e na receita publicitária, sendo incompatíveis com a vocação da televisão aberta que, por ser abrangente e gratuita, é a principal fonte de informação e entretenimento para a maioria dos brasileiros.

Assim é, em respeito ao interesse do público, que a Rede Globo se sente impedida de participar desta licitação e pretende manter diálogo com cada um dos clubes para chegarmos a um formato para a disputa pelos direitos de transmissão que privilegie a parte mais importante desse evento: o torcedor.

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Reajuste do mínimo por decreto é constitucional, diz AGU

De Márcio Falcão, da Folha Online

Em parecer divulgado nesta sexta-feira, a AGU (Advocacia-Geral da União) defende que é constitucional a fixação, por meio de decreto presidencial, do valor do salário mínimo até 2015.
Segundo o texto, a medida não representa "inovação ou invasão de competência por parte do Executivo".
A previsão para que o Executivo reajuste o mínimo por decreto e não mais por lei aprovada pelo Congresso está no projeto de lei que fixou em R$ 545 o valor do mínimo neste ano.
O projeto foi aprovado nesta semana pelo Congresso e depende de sanção da presidente Dilma Rousseff. A oposição promete entrar no STF (Supremo Tribunal Federal) com ação de inconstitucionalidade para derrubar o mecanismo.
O parecer da AGU aponta que o reajuste por decreto não seria inconstitucional porque o Executivo dará continuidade ao que foi estabelecido pelo Congresso na lei atual, respeitando os critérios determinados na norma que contou com aval de deputados e senadores.
Pelo mecanismo, o aumento obedeceria a uma regra: reposição da inflação mais o índice de crescimento da economia de dois anos antes.

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FRASE DO DIA

Saímos da escola de samba e entramos no Teatro Municipal. Dilma demonstra um estilo quase oposto ao de Lula: fala pouco, não quebra agenda, tem menos jogo de cintura. Só espero que aprimore os avanços do governo Lula, sobretudo na área social, e faça o que ele não fez: reformas estruturais, como a política, a agrária, a tributária, etc.

Frei Betto, ex-assessor especial de Lula

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Estupidez constitucional

Carlos Alberto Sardenberg - O Estado de S.Paulo

Parece que esse reajuste do salário mínimo vai parar no Supremo Tribunal Federal (STF). E vai sair uma bela confusão. Ocorre que qualquer dos três valores em discussão (ou R$ 545, ou R$ 560, ou R$ 600) é inconstitucional, na letra da lei.

Está na Constituição: "art. 7.º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim".

Considerem uma família de quatro pessoas, casal e dois filhos, morando em São Paulo ou em outra região metropolitana, e está na cara que nem o valor mais alto cobre todas aquelas necessidades. Estimativas até moderadas indicam que o salário mínimo constitucional deveria alcançar algo como R$ 2.500.

Para se ter uma ideia do que significa isso, é preciso fazer algumas comparações. Primeira e mais importante: o salário médio dos trabalhadores das seis principais regiões metropolitanas, medido pelo IBGE, chegou a exatos R$ 1.515,10, em dezembro último.

Ou seja, o "salário mínimo constitucional" é quase 70% superior ao salário médio efetivamente pago na economia real. Assim, se o STF mandar pagar os R$ 2.500, vai ser uma festa nacional: a imensa maioria dos trabalhadores terá um gordo reajuste imediato.

E muitas famílias ficarão em situação mais do que confortável. O mínimo tem de ser nacional, um mesmo valor no País inteiro. E precisa atender às necessidades descritas na Constituição. Logo, é preciso fazer a conta para as famílias que moram nas áreas em que o custo de vida é o mais caro.

Resultado: os R$ 2.500 vão dar em cima para os trabalhadores de São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília, e vão sobrar para os moradores, por exemplo, do interior do Piauí, onde tudo é muito mais barato, do aluguel a um prato de comida.

Se um residente nas cidades maiores gasta uns R$ 200 por mês apenas com condução, aquele do interior vai a pé.

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Estelionato eleitoral

"O destaque [do início do governo Dilma] é o estelionato eleitoral. Há quatro meses falavam em investir num monte de coisas, milhões de casas, milhões de creches, de quadras esportivas, de estradas, de ferrovias. A realidade é que está tudo parado, a herança maldita deixada por Lula é gigantesca em razão do descontrole dos gastos, dos maiores juros do mundo, da desindustrialização."
José Serra

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Aécio quer mais proximidade com as centrais? É mesmo, é? A troco de quê?


O senador Aécio Neves (PSDB-MG) conseguiu bom espaço na “mídia” defendendo uma maior aproximação do PSDB com as centrais sindicais… Ah, tá! Se um dia Aécio for presidente, é até possível que ele goze da inimputabilidade que hoje agracia os petistas. Justiça seja feita, ele é um dos políticos que podem falar o que bem entendem sem que lhe perguntem como fará isso ou aquilo ou qual é a lógica interna do que diz. Qualquer pergunta mais incisiva levanta a suspeita de que aquele que indaga está a serviço de Serra…

“Aproximação com centrais” não é questão de vontade, de disposição subjetiva, mas de agenda. O PSDB tem o que ceder a elas mais do que o próprio PT pode fazê-lo? Lula lhes concedeu, por exemplo, uma fatia do Imposto Sindical. E as entidades não precisam prestar contas de um dinheiro legalmente regulado. O que mais Aécio poderia lhes dar? A honra, não vale!

Quais outras concessões, necessariamente à esquerda, Aécio faria que o PT não pudesse fazer com mais facilidade? Mas a “mídia” engole a tal disposição de “aproximação com as centrais” sem se dar conta de que isso demanda questões muito objetivas: qual é a pauta?

Caso o PSDB opte por esse caminho, vai tentar disputar mercado nos locais onde o PT já se consolidou como poder. Mais do que isso: no caso da CUT, não há diferença entre partido e central.

Tudo bem! Não se trata de uma agenda política mesmo. É só ocupação do espaço noticioso. Amanhã, inventa-se outra pauta.


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Vem aí Dilma dois: menos gabinete e mais holofotes

Por Josias de Souza

Antes que sua presidência faça aniversário de cem dias, Dilma Rousseff esboça nova tática. Hoje enfurnada, planeja achegar-se mais amipude ao meio-fio.

Vai abaixo nota veiculada na coluna Painel, editada pela repórter Renata Lo Prete, na Folha:
Dilma, fase 2: Com a votação do salário mínimo prestes a ser concluída e os cortes orçamentários já em fase de detalhamento, Dilma Rousseff vai inaugurar nova etapa de sua Presidência.
Encerrado o ‘ciclo de organização’, como define um auxiliar, ela deverá ‘aparecer mais’. Reuniões internas perderão parte de seu espaço na agenda para eventos públicos, viagens e entrevistas.
Além do Fórum de Governadores do Nordeste, amanhã, Dilma irá a Salvador no início de março. Os políticos, que começavam a reclamar da reclusão da presidente, ganharão um pouco mais de atenção.
No horizonte, os cem dias no cargo, que devem coincidir com as primeiras pesquisas de popularidade.

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Direto ao Ponto



Vista de longe, a ascensão do deputado João Paulo Cunha à presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara parece uma patifaria a mais na rotina de obscenidades que transformou o Congresso numa Casa do Espanto. Se um José Sarney preside o Senado, se reuniões de líderes frequentemente lembram rodas de conversa em pátio do presídio, se o corregedor da Câmara chegou ao posto por ter sido o melhor aluno do professor de bandalheiras Severino Cavalcanti, não há nada de espantoso na entrega do comando da mais importante comissão a um parlamentar acusado de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no processo sobre o mensalão que corre no Supremo Tribunal Federal.
Sim  a escolha feita pela bancada do PT não surpreendeu ninguém: essa gente não não desperdiça chances de debochar dos brasileiros honestos. Mas a exumação festiva do presidente da Câmara do Mensalão não foi um ultraje qualquer, alerta a contemplação menos ligeira do episódio. Associada a meia dúzia de infâmias recentes, a afronta atesta que está na fase dos arremates a ofensiva, concebida em parceria pelo governo e pelo Congresso, destinada a constranger o STF e livrar do merecidíssimo castigo a quadrilha que protagonizou o maior escândalo da história da República.
Leia mais, aqui

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Protógenes vai se casar com neta de banqueiro


O delegado e deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), chefe da Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, deve ser casar com Roberta Luchsinger, herdeira do banco Credit Suisse. Ela é neta do banqueiro Peter Paul Arnold Luchsinger, que já teria abençoado a união. Em processo de separação de sua primeira mulher, Queiroz conheceu a noiva durante sua campanha eleitoral.


Nada mal...

O banco Credit Suisse, da futura mulher de Protógenes, emprega 48 mil pessoas e teve lucro de 7,8 bilhões de francos suíços, em 2010.

Júnior a caminho

A noiva de Protógenes estaria grávida, segundo apurou o repórter Sergio Pardellas, de IstoÉ, mas a família ainda não confirma.


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Para Aécio, votação do mínimo teve 'viés autoritário'

Senador tucano diz que irá trabalhar para derrubar proposta de reajuste por decreto presidencial


O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que quer se firmar no Congresso como uma das principais lideranças da oposição, fez ontem duras críticas à forma como o aumento do salário mínimo foi apresentado e aprovado na Câmara. Ele afirmou que o governo conduziu de forma "autoritária" a discussão, sobretudo ao incluir no texto da proposta a prerrogativa de definição dos próximos pisos por decreto.

"Esta é a primeira relação da presidente eleita com o Congresso. Acho que o governo tem todo o direito de defender sua proposta para salário mínimo, mas tem de fazer isso como prevê a Constituição: anualmente e por lei", afirmou. "É uma violência enorme essa tentativa de subjugar o Congresso, buscando aprovar a partir de agora a majoração do salário mínimo via decreto."

Segundo Aécio, além de contrariar "violentamente" a Constituição, essa forma "foge à lógica". "Chamou muito a atenção uma declaração durante esta semana do ministro das Relações Institucionais. Quando indagado como seria a votação, ele disse? a ordem é votar?. Um governo que assume dando ordens ao Congresso Nacional traz consigo um viés autoritário que não é bom para a democracia."

O Executivo argumenta que não há inconstitucionalidade na proposta aprovada na Câmara, pois a regra de definição do valor do salário mínimo é automática (que incorpora a soma da inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores).

Jogo

"O que está em jogo não é a aprovação deste ou daquele valor. Há algo muito mais relevante em jogo, que é o papel do Poder Legislativo. Ou vamos cumprir o nosso papel constitucional de legislar, inclusive sobre essa matéria, ou vamos permitir já na largada deste novo governo que o Congresso Nacional mais uma vez se agache perante o Poder Executivo. É extremamente grave isso que está em jogo", afirmou Aécio, após participar de visita do governador de Minas, Antonio Anastasia, à sede da Light, no Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Serys Slhessarenko (PT-MT), ex-senadora do PT ameaçada de expulsão

"O PT é o meu partido, é a minha história"
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Por Ricardo Noblat
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Depois de 23 anos de militância, de três mandatos consecutivos de deputada estadual e um de senadora, Serys Slhessarenko (PT-MT) denunciou no seu twitter que está ameaçada de expulsão do partido.
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Em maio do ano passado, Serys perdeu para o deputado Carlos Abicalil o direito de ser candidata à reeleição. Na ocasião, em discurso no Senado, chamou o PT de partido "desleal".
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Abicali perdeu a eleição. Havia duas vagas de senador. Ele foi o terceiro mais votado. Como prêmio de consolação, no último dia 2 foi nomeado secretário de Educação Especial do Ministério da Educação.
Serys foi candidata a deputada federal. Perdeu. De "prêmio", pode acabar expulsa.
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- Não sei o que alegam para me expulsar - disse Serys ao blog há pouco.
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Abicali controla o Diretório Regional do PT no Mato Grosso. Que ontem recebeu o pedido de expulsão de Serys.
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O desabafo da ex-senadora postado no seu twitter:
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* Olá amig@s, estou afastada porque tô muito enrolada com a mudança, colocando tudo em ordem, mas não poderia deixar de desabafar...
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* Já não bastava terem me tirado o direito de ser candidata à reeleição, ter sido apunhalada pelas costas, terem me traído...
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* Agora querem me expulsar do partido que ajudei a construir, que ajudei a tornar um partido importante e respeitado em [Mato Grosso].
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* O PT é o meu partido, é a minha história.
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* Estou chocada... O PT é destruído, encolhe, por uma direção ditatorial e despótica e eu que sou a infiel. O interesse partidário é abandonado.
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* Nunca usei, nem usarei o partido para satisfazer interesses pessoais... O Partido é maior, é o PARTIDO DOS TRABALHADORES.... Alguns esquecem.
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* Estou decepcionada... Desculpem o desabafo, mas ver um grupelho, uma facção querendo tomar o partido à força, não dá. PT é democrático.
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* Só me contaram do processo, não sei quem assinou. Para falar a verdade não me interessa, são pessoas que reduzem o partido.
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* O PT precisa sair desta situação. Em 1990, quando assumi como deputada, ser petista era ser um bicho esquisito, torciam o nariz para nós.
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* Mas aguentei firme, lutei por estabelecer o partido, compor seus quadros, juntos com companheiros e companheiras que só pensavam no partido.
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* Pensavam em tornar o partido em uma trincheira na batalha pela justiça social, em defesa dos trabalhadores, dos mais pobres, dos excluídos.
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* É dolorido ver o partido sendo utilizado como trampolim, como um instrumento de prática da vaidade e do egocentrismo.
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* Infelizmente já posso dizer que estou ficando acostumada com a atitude destes "companheiros e companheiras.
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* Tenho orgulho da militância petista, da história petista, de termos conseguido nos tornar um partido forte.
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* O PT é um partido honrado, com um programa sério e que chega aos 31 anos mais forte que nunca. Iinfelizmente alguns cresceram o olho.
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* O que ocorre comigo não é partidário, é humano, é a busca do poder pelo poder, e isso não é partido que promove, é o próprio ser humano.
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O PODER

"FRASE DO DIA"
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Um governo que assume dando ordens ao Congresso Nacional traz consigo viés autoritário e isso não é bom para a democracia.

Senador Aécio Neves (PSDB-MG), sobre a votação do novo salário mínimo

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A trajetória do PT (Editorial)

Política - O Estado de S. Paulo

Quando foi fundado, o Partido dos Trabalhadores (PT) se proclamou agente das transformações políticas e sociais que, pautadas pelo rigor da ética e pelo mais genuíno sentimento de justiça social, mudariam a cara do Brasil. Trinta e um anos depois, há oito no poder, o PT pode se orgulhar de ter contribuído - os petistas acham que a obra é toda sua - para melhorar o País do ponto de vista do desenvolvimento econômico e da inclusão social.

Mas nada no Brasil mudou tanto, nessas três décadas, como a cara do próprio PT. O antigo bastião de idealistas, depois de perder pelo caminho todos os mais coerentes dentre eles, transformou-se numa legenda partidária como todas as outras que antes estigmatizava, manobrada por políticos profissionais no pior sentido, e, como nem todas, submissa à vontade de um "dono", porque totalmente dependente de sua enorme popularidade. Esse é o PT de Lula 31 anos depois.

Uma vez no poder, o PT se transformou em praticamente o oposto de tudo o que sempre preconizou. O marco formal dessa mudança de rumo pode ser considerado o lançamento da Carta ao Povo Brasileiro, em junho de 2002, a quatro meses da eleição presidencial em que pela primeira vez Lula sairia vitorioso.

Concebido com o claro objetivo de tranquilizar o eleitorado que ainda resistia às ideias radicais e estatizantes do PT no âmbito econômico, entre outras coisas a Carta arriou velhas bandeiras como o "fora FMI" e passou a defender o cumprimento dos contratos internacionais, banindo uma antiga obsessão do partido e da esquerda festiva: a moratória da dívida externa.

Eleito, Lula fez bom uso de sua "herança maldita". Adotou sem hesitação os fundamentos da política econômico-financeira de seu antecessor, redesenhou e incrementou os programas sociais que recebeu, barganhou como sempre se fez o apoio de que precisava no Congresso e, bafejado por uma conjuntura internacional extremamente favorável, bastou manejar com habilidade os dotes populistas em que se revelou um mestre para tornar-se um presidente tão popular como nunca antes na história deste país.

E o balzaquiano PT? O partido que pretendia transformar o País passou a se transformar na negação de si mesmo. E foi a partir daí que começaram as defecções de militantes importantes, muitos deles fundadores, decepcionados com os novos rumos, principalmente com os meios e modos com que o partido se instalou no poder. O mensalão por exemplo.
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Os anais da recente história política do Brasil registram enorme quantidade de depoimentos de antigos petistas que não participaram da alegre festa de 31.º aniversário do partido - na qual o grande homenageado foi, é claro, ele - porque se recusaram a percorrer os descaminhos dos seguidores de Lula. Um dos dissidentes é o jurista Hélio Bicudo, fundador do PT, ex-dirigente da legenda, ex-deputado federal, ex-vice-prefeito de São Paulo. Em depoimento à série Decanos Brasileiros, da TV Estadão, Bicudo criticou duramente os partidos políticos brasileiros, especialmente o PT: "O Brasil não tem partidos políticos. Os partidos, todos, se divorciaram de suas origens. E o PT é entre eles - digo-o tranquilamente - um partido que começou muito bem, mas está terminando muito mal, porque esqueceu sua mensagem inicial e hoje é apenas a direção nacional que comanda. Uma direção nacional comandada, por sua vez, por uma só pessoa: o ex-presidente Lula, que decide tudo, inclusive quem deve ou não ser candidato a isso ou aquilo, e ponto final".

Bicudo tem gravada na memória uma das evidências do divórcio de seu ex-partido com o idealismo de suas origens. Conta que, no início do governo Lula, quando foi lançado o Bolsa-Família, indagou do então todo-poderoso chefe da Casa Civil, José Dirceu, os objetivos do programa. Obteve uma resposta direta: "Serão 12 milhões de bolsas que poderão se converter em votos em quantidade três ou quatro vezes maior. Isso nos garantirá a reeleição de Lula".

De qualquer modo, há aspectos em que o PT é hoje, inegavelmente, um partido muito melhor do que foi: este ano, com base na contribuição compulsória de seus filiados, pretende recolher a seus cofres R$ 3,6 milhões. Apenas 700% a mais do que arrecadava antes de assumir o poder.

O PT está completamente peemedebizado.

A volta por cima


A porta se abriu, e os esqueletos do PT estão saindo do armário.
 
Vários envolvidos em escândalos cabeludíssimos começam a voltar ao cenário político.

O primeiro foi Antonio Palocci. Acusado de formação de quadrilha, falsificação de documento público, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, prevaricação, quebras de sigilo bancário e funcional, além de denunciação caluniosa, foi se livrando de todas as acusações e hoje é o poderosíssimo chefe da Casa Civil da Presidência da República.

Manda mais do José Dirceu quando ocupava o mesmo cargo, antes de ser cassado por corrupção e acusação de chefiar a quadrilha do mensalão.

O seguinte na fila é João Paulo Cunha. Réu no STF, acusado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato – apropriação de recursos por funcionário público –, o nobre parlamentar, mensaleiro confesso, tentou voltar à presidência da Câmara.

Não conseguiu, mas não saiu perdendo. Foi escolhido para presidir a mais importante comissão permanente da Câmara dos Deputados: a Comissão de Constituição e Justiça, que já foi presidida por parlamentares da estirpe de Oliveira Brito.

Outros tempos, outra moral, outros costumes.


Sob nova direção

Por Roberto Jefferson
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A grande imprensa, que vem fazendo comparações entre os governos Lula e Dilma, tem um prato cheio a partir da vitória do Planalto na votação do novo salário mínimo. Na época de Lula, as votações de projetos polêmicos se arrastavam por semanas, até meses, e o governo aceitava pressões e chantagens para sair vitorioso. Já Dilma marcou seu caminho: quer votar projetos a toque de caixa, se arriscando inclusive a perder. Não perdeu, e mesmo sem se envolver pessoalmente nas negociações, impôs seu estilo. No Senado, não será diferente.


Jobim deve sair e Aldo Rebelo é o mais cotado


São iminentes a demissão do ministro Nelson Jobim (Defesa) e sua substituição pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que estabeleceu bom relacionamento com a caserna quando presidiu a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara. Jobim tem sido aconselhado a se antecipar, deixando o cargo. Ele foi praticamente afastado das negociações, após sua posição na compra dos caças da FAB, estimada em R$ 20 bilhões, foi rejeitada pela presidenta Dilma.

Opção francesa

Nelson Jobim opinou pela compra dos aviões franceses Rafale, mas Dilma surpreendeu ao reabrir negociações com os demais países.

Nova estratégia

Dilma estabeleceu a estratégia de condicionar a compra à abertura do mercado do país fornecedor dos caças às exportações brasileiras.

Outro estilo

Jobim estava habituado a Lula, que acatava “pacotes fechados” dos seus ministros. Dilma estuda as sugestões e questiona os auxiliares.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Câmara aprova mínimo de R$ 545, mas emendas podem mudar valor

Deputados ainda vão votar propostas de R$ 560 e de R$ 600.
Projeto precisa passar pelo Senado antes ir à sanção presidencial.

Iara Lemos e Débora Santos
Do G1, em Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou em votação simbólica (pelos líderes das bancadas) na noite desta quarta-feira (16) o projeto de lei do Executivo que estabelece diretrizes para a valorização do salário mínimo entre 2012 e 2015 e fixa em R$ 545 o valor do novo mínimo.

A proposta do governo para reajuste do mínimo até 2015 tem como base para os reajustes o índice da inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.

Duas emendas que serão votadas na noite desta quarta na forma de destaques para votação em separado ainda podem alterar o valor previsto no projeto do governo (R$ 545). Uma das propostas, do DEM , prevê a elevação do valor para R$ 560. A outra, do PSDB, estabelece um salário mínimo de R$ 600. Os deputados votarão nominalmente cada um, por meio eletrônico.

A votação dos destaques será precedida de um debate sobre as duas emendas. Em cada caso, um deputado se manifesta por três minutos contra e outro, também por três minutos, a favor de cada destaque. A previsão é de que cada votação de destaque leve cerca de uma hora.

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Réu do mensalão comandará a comissão de ‘Justiça’

Lula Marques/Folha

João Paulo Cunha (PT-SP), um dos réus do processo do mensalão, vai comandar a comissão de Constituição e ‘Justiça’, a mais poderosa da Câmara.

Cunha disputava a cadeira com outro petista, Ricardo Berzoini. Nesta quarta (16), o líder do PT, Paulo Teixeira anunciou a celebração de um acordo.

Em jogo, um mandato de dois anos. Decidiu-se pelo rodízio: um ano para Cunha, outro para Berzoini.

A João Paulo Cunha coube exercer a presidência da comissão ao longo de 2011. Justamente o ano em que o Supremo julgará o caso do mensalão.

Assim, na hipótese de condenação, o presidente-réu da comissão de 'Justiça' se tornará, antes do Natal, um sentenciado do Poder Judiciário.


DEM fecha acordo e Agripino virou ‘candidato único’

José Cruz/ABr

Como previsto, o DEM fechou nesta quarta (16) um acordo que acomoda as duas alas que guerreavam pelo comando do partido.

Pelo acerto, o DEM vai à convenção de 15 de março com uma “chapa única”, encabeçada pelo senador José Agripino Maia (RN).

Para viabilizar-se como candidato único à presidência do DEM federal, Agripino cuidou de azeitar a chapa.

Abriu espaço para expoentes do grupo rival, liderado pelo ex-senador Jorge Bornhausen e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

O ex-senador Marco Maciel, que se insunuava na disputa como adversário de Agripino, vai à presidência do conselho político do DEM.

Feitas as composições, Agripino ocupará a cadeira de presidente, em substituição a Rodrigo Maia (RJ), com maioria de cinco votos na Executiva.

A celebração do acordo retira de Kassab o pretexto da divergência, que o prefeito invocava para justificar a saída do partido, tida por iminente.

"Não há onde buscar divergências”, disse Agripino. “Desejamos que ele [Kassab] permaneça, e esse foi o nosso esforço".


Por mínimo de R$ 545, governo ameaça barrar cargos e demitir ministro do PDT

Líderes governistas fazem mapeamento de todos os dissidentes da base, que não poderão ocupar cargos nem fazer indicações para estatais; Carlos Lupi poderá deixar a pasta do Trabalho caso seu partido insista na aprovação do valor de R$ 560.

Por Denise Madueño e Eugênia Lopes, de O Estado S.Paulo

BRASÍLIA - Numa ofensiva para garantir a aprovação do salário mínimo de R$ 545 nesta quarta-feira, 16, na Câmara o governo mapeou os nomes dos dissidentes na base, cujas indicações políticas para cargos no segundo e terceiro escalões e nas estatais federais serão barradas, e também avisou ao PDT que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, poderá perder o cargo se o partido, que integra a coalizão governista, mantiver a disposição de votar a favor de R$ 560.

Os líderes aliados estão confiantes na vitória dos R$ 545 com cerca de 300 votos e esperam uma dissidência de 76 votos na base aliada, segundo cruzamento realizado ontem. Na avaliação tanto de governistas quanto de oposicionistas, o mínimo de R$ 560 deverá contar com o apoio de 150 a 180 deputados. "A situação é confortável", disse o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

A presidente Dilma Rousseff decidiu jogar pesado com os aliados para evitar um eventual processo de rebelião na base a favor do mínimo de R$ 560. O temor era que esse valor acabasse "contaminando" os governistas.

Vaccarezza reuniu os líderes num almoço na casa do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), para baixar a ordem unida na votação de hoje: o governo manterá os R$ 545 até o fim, sem dar um real sequer a mais.

"O governo não pode fraquejar nem dar sinais que pode dar mais que os R$ 545. Se abrir a porteira, não tem como segurar: é o estouro da boiada e vai todo mundo junto para os R$ 560", resumiu o deputado Hugo Leal (PSC-RJ).

A base está preparada para fazer cobranças em troca da fidelidade ao Palácio do Planalto. Nesta terça, peemedebistas alardeavam que esperam apenas a votação do mínimo para cobrar de Dilma a demissão de Lupi.

"Se ela não demitir, ela não poderá cobrar mais nada de ninguém", disse um peemedebista. O partido vai usar a votação de hoje como um argumento para conquistar novas nomeações no governo Dilma.

"Se o PDT votar pelos R$ 560, o Lupi vai voltar a vender jornal", brincou o deputado Sílvio Costa (PTB-PE). Antes de entrar na política, Lupi era dono de banca de jornal no Rio de Janeiro. Outro pedetista que corre o risco de ficar fora do governo é o ex-senador Osmar Dias (PR), que pleiteia um cargo numa estatal de energia (Itaipu ou Eletrosul).

O PDT é o único partido da base que promete votar unido contra o valor do governo. O deputado Paulinho Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, sentiu a pressão do Planalto e ficou sozinho na defesa do valor de R$ 580.

Este era o valor inicial proposto por Paulinho e pelas centrais. "Já peleguei. Estou agora defendendo os R$ 560", disse. A estratégia dele é tentar fortalecer esse valor que conta com o apoio do DEM, do PDT e do PV.

Para tentar cooptar o voto de Paulinho e o apoio da Força Sindical, o ministro da secretaria geral da Presidência, Gilberto Carvalho, propôs a aprovação do mínimo de R$ 545 em troca da correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. A própria presidente Dilma Rousseff também se reuniu com Lupi para exigir a fidelidade da bancada de 27 deputados na Câmara.

Argumentos

Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, foram ontem à Câmara dar explicações sobre os motivos que levaram o governo a fixar o mínimo em R$ 545. Pela manhã, o secretário Executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, participou de debates com as bancadas, incluindo os partidos de oposição.

No PSDB, a defesa do mínimo de R$ 600 foi feita pelo economista Geraldo Biasoto Júnior. Na tribuna, ele deu detalhes de como o partido chegou a esse valor, defendido pelo candidato tucano derrotado à Presidência da República José Serra.

O PSDB, o DEM e o PPS não esperam defecções a favor do governo hoje. As eventuais dissidências devem ser computadas nas ausências dos deputados e não nos votos a favor do governo. O PV se declara independente e anuncia que vai votar pelo mínimo de R$ 560. Com apenas três deputados, o PSOL promete apresentar emenda defendendo o mínimo de R$ 700.

No PT, a expectativa é que só o deputado Eudes Xavier (CE), vote contra o governo. No PMDB, são esperadas 17 dissidências. Depois de perder a indicação para a presidência da Autoridade Pública Olímpica, o PC do B ensaiou votar contra o governo.


Peluso dispensa funcionária que usou twitter do STF para ironizar Sarney


O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, determinou a dispensa da funcionária terceirizada que publicou no titter oficial do STF uma piadinha citando a aposentadoria de Ronaldo e indagando quando o presidente do Senado, José Sarney, vai pendurar as chuteiras. Peluso telefonou a Sarney pedindo desculpas. O presidente do Senado reagiu com bom humor, pedindo que a funcionária não fosse punida, mas Peluso não perdoou a atitude dela.


Coluna de Cláudio Humberto

Votação do mínimo será um teste de fidelidade

O projeto que estabelece o salário mínimo em R$ 545 mensais será usado pela presidenta Dilma Rousseff para verificar, afinal, o tamanho do apoio parlamentar ao seu governo. Ela proibiu os articuladores políticos, sob a coordenação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), de ceder a pressões por cargos ou para liberar emendas. “Vamos ver com quem o governo pode contar no Congresso”, disse a um senador.

Corpo-a-corpo

O vice Michel Temer arrumou um pretexto para entrar no corpo-a-corpo pelo mínimo de R$ 545: fará palestra na CCJ da Câmara, nesta quarta.

Fatura liquidada

O governo dispõe de “gordura” para ceder um pouco mais, na definição do valor do salário mínimo, mas não vê necessidade de “queimá-la”.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Governo irredutível: R$ 545; CUT já fala em ‘R$ 560’

Do Blog de Josias de Souza

Dilma Rousseff reuniu-se com ministros e líderes governistas. Discutiram a estratégia para a votação do salário mínimo, na quarta (16).

Terminado o encontro, o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e o líder Cândido Vaccerezza foram aos microfones.

Reafirmaram o já sabido: o governo não arreda o pé do mínimo de R$ 545. Não há ‘Plano B’, disse Luiz Sérgio. "Acreditamos que os aliados não faltarão ao país".

Vaccarezza ecoou: "Não há nenhuma discussão no governo que altere o valor de R$ 545. Ele é fruto de um acordo e o governo será firme”.

Ao listar as legendas já fechadas com a posição oficial, Vaccarezza citou, além do PT: PMDB, PR e PP.

Deixou de fora partidos como PDT, PSB e PCdoB. Disse que, nesses casos, seguem as conversas. Nesta terça (15) haverá uma reunião.

Também na terça, ministro Guido Mantega (Fazenda) vai ao plenário da Câmara. Defenderá os R$ 545 em sessão que terá a presença das centrais sindicais.

Em São Paulo, o presidente da CUT, Artur Henrique Silva, antes aferrado ao mínimo de R$ 580, achegou-se aos R$ 560, já absorvidos pela Força Sindical.

"Os R$ 560 embutem 3% a título de aumento real, antecipando parcela dos 13% previstos para 2012", disse ele. "Defendo o acordo com o governo”.

Vaccarezza, porém, manteve o timbre de ameaça que utilizara no final de semana: "Quem votar nos R$ 560 está votando contra o governo".

Demonstração de força

Da Coluna de Augusto Nunes
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“Minha relação com ela está ótima. Se estivesse desprestigiado não estaria aqui. Não mando recado, no Rio Grande não é assim”.

Nelson Jobim, ministro da Defesa, em viagem oficial a Buenos Aires, ao garantir que vai continuar tentando fechar negócio com fabricantes de caças franceses, explicando que, no governo Dilma Rousseff, só figuras do primeiro escalão com muito prestígio são autorizadas a viajar de graça para a Argentina.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Arrocho fiscal Gastos aumentaram R$ 282 bi no governo Lula e conta sobrou para Dilma

O Globo - Por Regina Alvarez e Patrícia Duarte
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BRASÍLIA - O quadro fiscal preocupante, que exigirá um aperto inédito de R$ 50 bilhões nos gastos públicos este ano, é parte da herança deixada para a presidente Dilma Rousseff pelo antecessor e mentor Luiz Inácio Lula da Silva. A farra de gastos no segundo mandato de Lula tem um preço, que já começou a ser pago pelo atual governo. A herança inclui inflação e taxa de juros em alta, uma carga tributária abusiva, um Orçamento engessado por despesas permanentes com pessoal, benefícios previdenciários e a impossibilidade de ampliar os investimentos. Estudo do economista Fernando Montero, da Convenção Corretora, mostra que os gastos cresceram R$ 282 bilhões no governo anterior (descontada a inflação): 78,4% desse aumento ocorreu no segundo mandato.

Só entre 2006 e 2010, as despesas do governo federal aumentaram R$ 221 bilhões, o que evidencia a guinada na política fiscal acentuada nos dois últimos anos de mandato, quando a crise global ofereceu ao governo uma justificativa para ampliar os gastos.

- O aumento da carga tributária, combinado com o crescimento do PIB ( Produto Interno Bruto) e a redução do superávit primário deram ao governo Lula um poder enorme para gastar - observa Montero.

Especialistas apontam a situação das contas públicas e os elevados gastos herdados do governo anterior como o maior problema econômico de Dilma neste início de mandato.

O cenário desfavorável na área fiscal influencia negativamente outras variáveis, como inflação e os juros -, embora, no caso dos preços, fatores externos também exerçam forte pressão, como a alta das commodities no mercado internacional.

Alcides Leite, especialista em contas públicas e professor da Trevisan, frisa que o aumento dos gastos correntes nos últimos anos, acima da expansão do PIB, impediu uma expansão mais robusta dos investimentos. E lembra que uma oferta maior de bens e serviços poderia minimizar a pressão inflacionária. Sem os investimentos, o país sente os efeitos no bolso, com preços maiores, já que a demanda continua bastante aquecida pela melhora de renda da população.

- É preciso sobrar mais dinheiro para investimentos. E tem de começar pelo ajuste fiscal (corte nos gastos de custeio) - recomenda.


Inflação voltou a preocupar em 2010

O corte de R$ 50 bilhões anunciado semana passada pelo governo é um primeiro passo, na visão do especialista, desde que os investimentos sejam preservados.
A curva de inflação no segundo mandato de Lula esteve sempre em alta, mas começou a preocupar em 2010, quando fechou em 5,91%, bem acima do centro da meta fixada pelo governo (4,5%). Entre as razões dessa escalada está o aquecimento da economia, turbinada pelo aumento dos gastos do governo no ano eleitoral.
Para 2011, a previsão é de inflação de 5,66%. Por isso, o Banco Central voltou a elevar a taxa básica de juros em janeiro, após cinco meses, para 11,25% ao ano. E deve continuar puxando a Selic para cima, até que a inflação esteja sob controle. O processo encarece as linhas de crédito, inibindo o consumo, com reflexos sobre o crescimento da economia.

Leite considera que o governo Lula teve um bom comportamento na área fiscal até a crise internacional de 2008 e 2009, quando as contas se deterioram. De 2003 a 2008, o superávit primário (economia feita pelo setor público para pagamento de juros) praticamente dobrou, chegando a R$ 101,696 bilhões e as metas foram cumpridas.

Em 2009, a meta não foi alcançada, mas os especialistas aceitam a justificativa do governo, que adotou medidas anticíclicas para enfrentar a crise internacional, como a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados de automóveis.

Em 2010, o governo se valeu de truques e artifícios para turbinar as receitas, abrindo espaço para a ampliação dos gastos do Orçamento. Na capitalização da Petrobras, fez uma manobra contábil que garantiu ao caixa um reforço de R$ 32 bilhões. Ainda assim, não conseguiu cumprir a meta de superávit primário pela segunda vez consecutiva. Economizou o equivalente a 2,78% do PIB, quando precisava chegar a 3,1%.

Dilma herdou uma carga tributária recorde, equivalente a 34,4% do PIB, e, no primeiro ano de mandato, não terá como promover qualquer tipo de desoneração, como planejava. O aperto fiscal, imposto pelo crescimento excessivo dos gastos correntes no governo anterior, impede Dilma de qualquer ação para melhorar o sistema tributário do país e a vida das empresas.

- Baixar imposto é exercício fácil, mas o governo precisa fechar as contas. Por isso, não pode abrir mão de arrecadação. Só quando houver redução de gastos, poderá se desenhar uma reforma tributária - diz o tributarista Ilan Gorin.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O jantar no Alvorada


O jantar oferecido por Dilma Rouseff a Lula ontem no Alvorada não foi exatamente alto astral. Por dois motivos:

1)o agravamento da doença de José Alencar: temia-se que alguma notícia ruim surgisse duarante o jantar.

2)o clima de nostalgia reinante, sobretudo por parte de Marisa Silva: a volta ao palácio onde morou oito anos lhe trouxe alguma melancolia, segundo relato de alguns presentes.


Paciência & perseverança


Coluna do

Augusto Nunes

“O PMDB apoiou durante dois anos o governo Lula, no primeiro mandato, sem cargos. Não podemos agora ficar nesse revanchismo”.

Valdir Raupp, senador da base alugada, setor PMDB, guichê de Rondônia, presidente do diretório regional do partido, lembrando à tropa do cheque que, depois de dois anos de investimento, vieram seis de lucro, que vão se estender até 2014 se a turma controlar a ansiedade.


Exemplo vem de casa


Político não gosta de corte de gasto, mas quando se trata de frear a inflação, responsável por um triste capítulo da história econômica e social do Brasil, não se deve medir sacrifícios. Se a redução é necessária para contê-la, vamos a ela. Defendo até o corte de emendas parlamentares, pois está se falando de um ajuste modelar, e o exemplo vem de casa. É isso que distingue base de apoio (que só quer o bom) de base solidária. Que, porém, exige reciprocidade da parte do Executivo: que o Legislativo seja tratado com respeito, sem estigmas.

Peça de ficção, ainda

Assim que assumiu, Dilma encomendou um dever de casa aos ministros: que identificassem em suas pastas onde poderiam cortar gastos. Na 1ª reunião ministerial, em 14 janeiro, a presidente reforçou que o arrocho seria a palavra de ordem no 1º ano de sua administração, fixando o início de fevereiro como limite para que os ministros definissem em que rubricas a tesoura poderia passar.

Diante do prazo dado para identificar gorduras, soou vago o anúncio dos cortes orçamentários feito ontem pela equipe econômica.

O corte ainda parece uma peça de ficção.

Temer garante a Dilma: PMDB apoiará o mínimo


O vice Michel Temer garantiu ontem à presidenta Dilma Rousseff que seu partido, o PMDB, apoiará a proposta do governo para o salário mínimo de R$ 545,00. Dilma temia com os deputados do partido, que, insatisfeitos com as negociações para cargos de segundo escalão, ameaçavam rebelião. Mas Temer fez o deputado Henrique Alves (RN), líder do PMDB, garantir o apoio dele à proposta do governo.

Garantia pessoal

Dilma somente se convenceu do apoio do PMDB ao salário mínimo que ela definiu quando Temer ofereceu sua “garantia pessoal”.