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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sarney é MST desde criancinha

Sarney é MST desde criancinha

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ganhou essa semana um aliado peso-pesado: José Sarney.

Para o espanto de senadores, ouvintes da rádio Senado e telespectadores da TV Senado, o presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP), subiu a tribuna do Plenário, disparou um discurso de apoio ao MST e se colocou como o inimigo público número um do requerimento, com a assinatura de 29 senadores e 183 deputados, pedindo a criação da CPMI do MST.

A boca pequena no cafezinho do Plenário, senadores e jornalistas tentavam descobrir as reais intenções de Sarney. Alguns achavam que a atitude do senador era uma tentativa de lustrar sua biografia arranhada pelas denúncias contra ele e seu clã.

Para outros, o discurso de Sarney “pró-MST” havia sido estimulado pelo Palácio do Planalto, que não quer a referida CPMI, pois teme se ver envolvido em função da quantidade de recursos públicos que transferiu e continua transferindo para entidades ligadas ao MST.

De concreto, além do discurso, Sarney adiou de quinta-feira (24) para a semana que vem a leitura do documento sobre a CPMI. Uma vez lido em plenário, o inquérito parlamentar é considerado criado, aguardando apenas a instalação dos trabalhos.

Com o adiamento da leitura do pedido, protocolado há duas semanas pela a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), já começaram a retirada de assinaturas do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a legalidade de repasses federais a entidades ligadas ao MST. Para invalidar a iniciativa, é preciso que outros 11 deputados e dois senadores excluam seus nomes do documento. Dois deputados já o fizeram: Ciro Nogueira (PP-PI) e Camilo Cola (PMDB-ES).

Em sua cruzada “pró-MST”, o senador Sarney lembra em sua coluna semanal na Folha de S.Paulo, desta sexta-feira (25), que criou o Ministério da Reforma Agrária, afirmando que se tratava de um “nome maldito à época”.

Sarney combate a “demonização” e a “criminalização” do MST.

“A solução que está sendo escolhida é das comissões de inquérito, de enfrentamento, de criminalização dos movimentos sociais, de demonização do MST. Esse caminho é errado. Os excessos desses grupos devem ser combatidos, mas não se pode desconhecer que estamos a repetir no campo o que se vê nas cidades. Os marginalizados são seduzidos pela guerrilha ou por atos de desespero, passando pelo crime e pelo tráfico de drogas. Veja-se alguns países da América Latina. Se perdemos a guerra nas cidades não vamos perdê-la no campo. É preciso evitar o confronto e a falsa solução da demonização. Os movimentos sociais ajudam a resolver o problema”.

Resta perguntar aos dirigentes do MST, principalmente ao João Pedro Stédile, se eles aceitam serem defendidos por Sarney, haja vista, que o combatem ferozmente no Maranhão.

Embasbacados, os líderes da oposição ao governo Lula classificam o movimento “pró-MST” de Sarney de “atitude patética”.

- O presidente do Congresso deveria se poupar e não ter uma atitude patética como essa. O governo está tendo o controle direto da pauta do Congresso, disse o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).

Pelo visto, Sarney retribui ao apoio irrestrito de Lula. Pranteado em inúmeras declarações a seu favor em face das denúncias veiculadas pela mídia e ao gude preso que deu na bancada petista do Senado para que se perfilasse ao lado de Sarney no Conselho de Ética do Senado.
Quando Lula quer, até Sarney vira “pró-MST” desde criancinha.

O problema é saber como fica o movimento com este novo advogado de defesa.

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