"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Na TV, FH diz que PSDB precisa de uma chacoalhada

O Globo - Leila Suwwan

SÃO PAULO - Personagem "escondido" e criticado durante a campanha eleitoral do ano passado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se tornou a estrela do programa do PSDB e pede uma "chacoalhada" em seu próprio partido que, segundo ele, precisa se aproximar do povo e ter menos "pompa". Em uma espécie de bate-papo com uma plateia de jovens, FH faz uma revisão dos principais temas da corrida presidencial e, numa espécie de desabafo, se diz pessoalmente decepcionado com Lula, devido à "complacência com a corrupção" e as "alianças com setores muito atrasados".

" É preciso dar uma chacoalhada nos partidos, começando pelo meu, pelo PSDB"

Em dez minutos, o programa partidário tenta colar a imagem de renovação e competência à sigla, clamando como vitória a conquista de oito estados (SP, MG, PR, TO, GO, AL, PA, RR). Todos os governadores eleitos aparecem com destaque e José Serra, presidenciável derrotado, surge nas imagens referentes a São Paulo, ao lado de Alckmin. O senador Aécio Neves, por sua vez, surge nas cenas sobre Minas Gerais, ao lado do governador eleito Antonio Anastasia. Perto do fim do programa, o presidente da sigla, o deputado Sérgio Guerra, defende o desempenho eleitoral de Serra, que perde espaço no partido.

- É preciso dar uma chacoalhada nos partidos, começando pelo meu, pelo PSDB. Nós precisamos estar mais próximos das pessoas, do povo, com menos pompa, com coisas mais diretas - diz FH, que também defende a maior participação de mulheres no partido, para que "o PSDB deixe de ser um partido só de homens".

Quando é questionado por um dos jovens no "talk-show" sobre suas "decepções" com a era Lula, o ex-presidente tucano faz uma espécie de desabafo:

- Eu conheci o Lula no ABC, em São Bernardo, o Lula inovador - diz FH. - Acho que ele foi conservador. Ele aceitou muitas coisas que não eram boas de aceitar, alianças. Todo mundo faz alianças, eu também fiz, mas ele ficou até o fim, até promoveu mais alianças com setores muito atrasados do Brasil. E permitiu que houvesse uma certa complacência com a corrupção. Esse lado me decepcionou, talvez mais com a pessoa do que com o presidente.

Serra, que não ganha destaque no programa, teve direito a uma defesa pública, feita por Sérgio Guerra.

- Com a liderança de Serra, tivemos 44 milhões de votos. É uma parte expressiva da população que não concorda em continuar tudo do jeito que está. Lutamos contra um adversário que abusou do poder econômico e zombou da Justiça Eleitoral - diz Guerra. Ele tenta ainda desfazer a idéia de que o PSDB é um partido elitista e que tenta dividir o país, conforme foi difundido por setores do PT durante a campanha. - Somos todos um só povo, uma só nação. Nós não queremos dividir o Brasil, nós queremos um país melhor de verdade.
Além de FH e Guerra, há depoimentos do senador Álvaro Dias (PR) e do deputado Duarte Nogueira (SP), prometendo uma oposição consciente, com combate à corrupção e a defesa de reformas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário