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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

José ‘Sacrifício’ Sarney: ‘Cumprirei o último mandato’

Por Josias de Souza

Este 1º de fevereiro de 2011 iniciara sob o signo de duas certezas: nada é certo neste mundo, exceto a reeleição do Sarney à presidência do Senado.

Num colégio de 81 eletores, Sarney (PMDB-AP) arrastou 70 votos. Seu único e solitário rival, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) amealhou dez. Um feito.

Apresentado por Renan Calheiros (PMDB-AL), Sarney absteve-se de discursar antes da votação. Não precisava.

Raldolfe também não precisava. Sabia-se derrotado desde a véspera. Mas discursou por dez minutos. Falou sobre desvios e ética para uma platéia de surdos.

Computados os votos, Sarney foi ao microfone. Repisou algo que dissera na semana passada: a teprapresidência será um “sacrifício pessoal”.

Não disse palavra sobre a crise ética que roeu sua gestão em 2009. Não precisava. Enterrado vivo em 2010, o escândalo já nem exala cheiro.

Sarney falou de sua "paixão pela vida pública". Mencionou sua “doação” à política, “maior que a própria vida”.

Disse que, juntas, paixão e doação vão afastá-lo de seu “bem-estar social”. Ainda não se deu conta. Mas, fora do Congresso, o incômodo é muito maior.

Ouça-se um pouco mais de Sarney: "Tenho nesta posse o gosto da despedida, pois cumprirei meu último mandato [Será?!?!?]...”

“...Espero fazer toda a doação de mim mesmo para servir esta Casa, que é um pouco da minha vida, um pouco do meu amor..."

"Não desejava o encargo [agora conta a do papagaio!], dele não pude fugir [a platéia também não!], tendo o alto preço do exercício dessas funções [a Viúva paga]...”

“...Tenho visão desse compromisso com as instituições [hummmm...], com a independência do Poder Legislativo [heimmmm!?!?!]...”

Independência "...principalmente de nossa Casa, que jamais pode ser submissa a nenhum poder nem tampouco afastada do interesse nacional [ah, fala sério!]".

A certa altura, Sarney recordou sua condição de congressista mais antigo: 56 arrastados anos de mandato.

Só de Senado, Sarney tem 35 anos. É quase o tempo de vida de seu pseudoadversário. Randolfe tem 38 anos.

Uma evidência de que, para Sarney, o tempo já não existe. Só existe o passar do tempo.


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