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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lula agradece ‘lealdade e conselhos’ de Sarney

Por Adriana Vasconcelos - O Globo

Depois de ser alvo de várias denúncias, presidente do Senado indica dois ministros e mostra força no novo governo.

Durante o jantar que selou a nomeação dos cinco ministros do PMDB no futuro governo de Dilma Rousseff, o presidente Lula deu as explicações que alguns buscavam sobre o grande poder de influência do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), nesta composição.

Em um discurso de improviso, Lula rendeu suas homenagens a Sarney, a quem se referiu como seu "grande amigo e conselheiro", que nunca lhe faltou nos momentos mais difíceis de seus oito anos de mandato.

— Tenho muita honra de ser seu amigo. Nunca ninguém vai conseguir nos intrigar. Pude contar com sua lealdade e seus conselhos nos momentos mais difíceis de meu governo — reconheceu Lula na mesa principal do jantar oferecido pelo senador eleito Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Além da gratidão de Lula, outro fator que contribuiu para que Sarney emplacasse pelo menos dois maranhenses na equipe de Dilma — o senador Edison Lobão no Ministério das Minas e Energia e o deputado federal Pedro Novais na pasta do Turismo — foi sua influência política não só no Senado como na Câmara.

E a nomeação do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) para o Ministério da Previdência ainda está sendo vista como um golpe de mestre do próprio Sarney, já que tira o colega de seu caminho na disputa pela reeleição para a presidência do Senado em fevereiro.

Nas eleições de outubro passado, Sarney não só viu sua filha, Roseana Sarney, ser reeleita em primeiro turno para o governo do Maranhão como também comemorou a eleição de dois aliados como senadores: Edison Lobão e João Alberto.

E a coligação de Roseana elegeu ainda 13 dos 18 deputados federais da bancada maranhense. Além disso, Sarney também assegurou a reeleição de outro companheiro de partido no Amapá, o senador Gilvam Borges.

Jogando em dobradinha com o líder da bancada peemedebista, senador Renan Calheiros (AL), o poder de fogo de Sarney no Congresso Nacional se ampliou nos últimos anos para além do seu partido e das bancadas do Maranhão e do Amapá.

Tanto que Sarney e Renan passaram a ter uma interlocução privilegiada com Lula, que retribuiu o apoio salvando a ambos de perderem seus mandatos em processos por quebra de decoro parlamentar.

Há quem diga, contudo, que ter essa dupla na base aliada é fundamental para qualquer governo, muito menos pelos votos que controlam e mais pela capacidade que os dois teriam, como adversários, de criar problemas.


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