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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Relação de Sarkozy com Lula preocupa EUA, mostram documentos do WikiLeaks


RIO - As relações do presidente da França, Nicolas Sarkozy, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preocupam o governo de Barack Obama. Segundo o jornal "El País", documentos vazados pelo site WikiLeaks mostram que, no fim de 2009, a embaixada dos Estados Unidos em Paris alertou Washington para a frequência dos encontros de Sarkozy e Lula - nove vezes em dois anos - e o incremento das relações diplomáticas, políticas, econômicas e militares entre os dois países.

Um dos cinco veículos que há semanas tiveram acesso aos documentos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks, o "El País" informa que a advertência sobre as relações entre os dois presidentes está em uma mensagem da embaixada americana intitulada "França e Brasil: o começo de uma história de amor". Além da proximidade com Lula, a ambição de Sarkozy também preocupa os EUA.

"Sua impaciência na busca de resultados e seu desejo de levar a iniciativa (ainda que sem apoio de parceiros internacionais, nem de seu próprios assessores) nos obriga a canalizar suas propostas impulsivas de forma construtiva e com vistas ao longo prazo", adverte o embaixador dos EUA, Charles Rivkin, a seus superiores em Washington em um telegrama de dezembro do ano passado.

De acordo com o "El País", os telegramas diplomáticos americanos observam que Sarkozy não tem mecanismos de freio - políticos, pessoais ou ideológicos - para suas ambições globais. O presidente também é descrito pelo ex-embaixador americano, em 2007, como alguém que tem marcada tendência a corrigir erros de seus colaboradores, "inclusive seu primeiro-ministro (...) com estilo pessoal autoritário".

"Premia a quem segue suas ordens, e marginaliza a quem lhe apresenta uma opinião distinta ou comete erros, como aconteceu com a ministra da Justiça, Rachida Dati, e a secretária de Estado de Exteriores, Rama Yade", alerta a outra mensagem diplomática, de 2009.

Americanos apontam 'exibicionismo' da vida pessoal do francês

O jornal diz que em outro telegrama diplomatas americanos afirma que Sarkozy estava decepcionado por não ter sido o primeiro líder europeu convidado por Obama para ir a Washington. Antes da visita do presidente francês, a embaixada também afirma que o "exibicionismo de sua vida pessoal" afetou a popularidade do líder.

"Ao menos deixou de lado a vocação gaullista francesa de questionar a posição hegemônica de Washington nos assuntos internacionais", diz o documento.

As mensagens americanas também mostram que Sarkozy enfrentou problemas quando tentou levar sua atual mulher, Carla Bruni, em uma visita à Arábia Saudita. A ex-modelo era então noiva do presidente.

Fontes consultadas em Riad pela embaixada dos EUA em Paris informaram que o governo saudita comunicou ao Palácio do Eliseu que o protocolo não permitia que o chefe de Estado fosse ao país com uma mulher com quem não fosse casado. As fontes também se queixaram de Sarkozy ter evitado pratos da cozinha árabe e ter parecido chateado com a tradicional cerimônia de espadas apresentada em sua chegada.


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