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quinta-feira, 11 de março de 2010

No palanque petista, os nomes das páginas policiais

Campanha de Dilma será coordenada por mensaleiros e por aloprados

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), pré-candidata governista à Presidência da República, se cerca de um poderoso time: são nomes que também já estamparam as páginas policiais. Mas as escolhas feitas pela ministra seguem à risca a conhecida estratégia eleitoral adotada pelo petistas de desvio de recursos ou superfaturamento de obras.

Na sua campanha, Dilma percorrerá o país ao lado de José Dirceu e José Genoino, suspeitos de esquema de desvio de dinheiro que abasteceu campanhas petistas. Além deles, Hamilton Lacerda, o assessor do senador Aloizio Mercadante pego com mala de dinheiro no caso dos aloprados, ao tentar comprar um falso dossiê contra tucanos, está de volta à sigla e pronto para prestar seus serviços à ministra.

Nesta semana, um novo caso de corrupção revelou como será o tom da campanha governista. O Ministério Público de São Paulo trouxe à tona que o recém-escolhido tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é o mentor de um esquema que desviou recursos da Cooperativa Habitacional do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Bancoop) para irrigar os cofres do partido.

Para o deputado federal Antonio Carlos Pannunzio (SP), a corrupção tornou-se o critério balizador do PT. "O partido não respeita a opinião pública e sua cúpula entende que precisa desses experts em arranjar dinheiro de todos os tipos de origens: saques, roubos e contribuições de companheiros como Hugo Chávez", lamenta.

DESVIO DE R$ 100 MILHÕES

Escalado para arrecadar recursos para a campanha governista, Vaccari foi afastado por Dilma após o escândalo ganhar as páginas das revistas e dos jornais. Se o esquema continuasse às escondidas, como ocorria, dificilmente a ministra abriria mão do responsável por lesar cerca de 400 famílias que compraram imóveis na planta, pagaram prestações inflacionadas, mas não receberam suas propriedades.

Ao analisar mais de oito mil extratos bancários da cooperativa, o promotor de Justiça José Carlos Blat concluiu que o fraudulento esquema pode ultrapassar o total de R$ 100 milhões, relativos ao período de 2001 a 2008, como diz matéria do Estado de S. Paulo na edição desta terça-feira.

Na avaliação do deputado Alfredo Kaefer (PR), o problema começou o mensalão. "Faltou ao Ministério Público mais firmeza e à justiça ter investigado os fatos", explica. "Nesse caso da Bancoop, a raposa foi escalada para tomar conta do galinheiro. O Vaccari já estava definido como tesoureiro da campanha governista. Daí, pode imaginar o que vai acontecer", questiona o tucano.

Denúncias

Levantadas pelo Ministério Público de São Paulo, as primeiras denúncias de irregularidades na cooperativa surgiram há três anos. Na época, o órgão abriu inquérito criminal para apurar crimes como superfaturamento de obras, apropriação indébita, desvio de verba e formação de quadrilha. No ano seguinte, uma testemunha disse que os recursos desviados financiaram clandestinamente a campanha de Lula em 2002.

A revista Veja teve acesso aos autos do inquérito. Segundo a revista, a Bancoop sacou em dinheiro vivo de suas contas pelo menos R$ 31 milhões. Outros cheques, somando R$ 10 milhões, favoreceram uma empreiteira formada por diretores da entidade. De acordo com editorial do Estado de S. Paulo, a cada escândalo, "mais se aprende sobre a destreza com que a bandidagem petista se apossa do dinheiro alheio" para chegar ao poder e ali se manter.

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