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quarta-feira, 31 de março de 2010

Serra e o ativismo governamental

Por Paulo Renato Souza
Secretário estadual da Educação do governo Serra


O governador Serra deixa o cargo para atender às exigências da legislação eleitoral no momento em que a maioria absoluta dos paulistas avalia seu governo como bom e ótimo e seu nome lidera todas as pesquisas presidenciais, estando em ascensão na preferência dos brasileiros. O admirável é que este feito aconteceu apesar de Serra, em respeito à lei, ter-se recusado a fazer campanha antecipada, enquanto a candidatura do lulo-petismo está nas ruas há quase dois anos e se beneficia do uso ilegal da máquina federal. De onde vêm a densidade e a popularidade de José Serra?

Certamente são decorrentes de toda sua vida pública, sempre pautada por princípios republicanos. Mas também são frutos do sucesso do seu governo, um marco em São Paulo, tal o salto dado nos investimentos públicos – eles já ultrapassam os 20 bilhões de reais ao ano - e na elevação da qualidade em serviços que se constituem direitos universais do cidadão, como saúde e educação.

São Paulo tem hoje a maior obra viária do país, o Rodoanel, o governo estadual investiu pesadamente em transportes de massa (metrô, trens e veículos leves sobre trilhos), e houve forte expansão do ensino técnico profissionalizante, médio e superior. Na saúde, o sistema estadual conta com a aprovação da ampla maioria dos seus usuários, enquanto na educação começam a surgir os primeiros resultados de uma política inovadora focada na aprendizagem do aluno e na valorização do desempenho das escolas e dos professores. A marca do atual governo foi o ativismo governamental, condição necessária para o desenvolvimento e a geração de empregos - duas obsessões de José Serra.

Nada disto seria possível, claro, se Serra não tivesse sido precedido por Mário Covas e Geraldo Alckmin, responsáveis pelo saneamento das finanças do Estado e pela introdução de um padrão administrativo baseado no zelo pelo dinheiro público. Mas existiram outras virtudes na atual gestão para as quais chamo a atenção. Obras do porte do Rodoanel foram tocadas sem denúncias de superfaturamento e obedecendo exigências ambientais compensatórias, numa demonstração de que é possível compatibilizar desenvolvimento e meio-ambiente.

Em tempos de exacerbação do patrimonialismo, o governo Serra distanciou-se do que aconteceu na esfera federal e pautou-se por outros valores. O governador também construiu maioria parlamentar em aliança com outros partidos, mas o fez sem lotear a máquina do Estado e sem qualquer recurso a métodos “heterodoxos” como o mensalão. Em São Paulo, as Secretarias e as empresas estatais não são feudos do clientelismo e nem moeda de troca para angariar apoio parlamentar. A ética, portanto, não foi sacrificada em nome da “governabilidade”.

Sou testemunha do seu compromisso com uma educação pública de qualidade. Em seu governo foi consolidada a convicção de que a formação e o estímulo ao bom desempenho dos professores são condições indispensáveis para o salto tão reclamado pela sociedade. De forma pioneira, o governo paulista criou a Escola de Formação de Professores do Estado de São Paulo, instituiu um bônus para premiar o desempenho coletivo dos profissionais de cada escola e criou também o programa “Valorização pelo Mérito”, através do qual haverá a valorização salarial do professor, de acordo com o seu esforço e desempenho individual. Tudo isto começa a impactar na sala de aula, na aprendizagem do aluno.

Legitimamente, nosso governador atende ao apelo de servir melhor aos brasileiros e começa a por o pé na estrada em sua nova caminhada. Conheço José Serra há quarenta anos e fomos parceiros em diversas empreitadas - no governo Montoro, no governo de Fernando Henrique e na atual administração estadual. Sei, portanto, o quanto sua biografia foi construída em absoluta sintonia com os valores democráticos e humanistas e o quanto ela o capacita para a empreitada a que se dispôs. Serra voltará a fazer história, assim como o fez em São Paulo onde o ativismo governamental marcou a sua gestão. Creio que a frase que o define é: SERRA FAZ ACONTECER."





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