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segunda-feira, 15 de março de 2010

PT em São Paulo é um "desastre", diz Ciro

Por MALU DELGADO
enviada especial da Folha ao Rio

O deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes (PSB), 52, é popular no Rio de Janeiro. Num táxi, discute com o motorista a filiação de Romário ao PSB e escuta, atento, a recomendação de lançar Zico, "que nem precisaria de campanha". Com a verve nordestina típica e uma a truculência à mídia arrefecida --ou dominada depois de disputar duas campanhas à Presidência--, um Ciro Gomes "mais sereno", como ele se auto-classifica, falou à Folha sobre a sucessão presidencial e em São Paulo.

A tal serenidade não impede Ciro de ser ácido. Ele admite que sua candidatura ao governo de São Paulo seria artificial. Defende que o PT e o PSB lancem no Estado dois candidatos ao governo. Só mesmo "se o mundo se acabar" e não tiver outro jeito, ele encararia a sucessão paulista. O PSDB paulista, afirma, amarga uma eficiência medíocre o o PT, dispara, "é um desastre" no Estado, por conta da crise de credibilidade após o escândalo do mensalão e do caso dossiê em 2006 --quando petistas negociaram a compra de um dossiê contra políticos do PSDB em meio à sucessão.

Com 12% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, Ciro se mantém candidato a Presidência e diz que age "em sintonia com Lula e com a direção do PSB". Afirma que só ele teria condições, se eleito, de propor um diálogo entre o PSDB e o PT, a saída política para o país. E faz uma certa profecia: a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, cometerá algum erro na campanha, pois é a mais vulnerável e inexperiente entre os candidatos.

Ao final da entrevista, com o gravador já desligado e cercado por correligionários do PSB num hotel no Rio, Ciro confessa que se não for candidato à Presidência e nem disputar o governo de São Paulo, deixará a política.

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