"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Governo mostrou-se inidôneo na compra do PanAmericano


As fraudes na instituição vinham ocorrendo antes da compra feita pela Caixa

Brasília (DF) – O deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES) afirmou nesta quinta-feira que o governo federal errou ao comprar parte do Banco PanAmericano, um grupo privado que, segundo ele, “se mostrou inidôneo”. A instituição financeira, na avaliação do Banco Central, cometeu fraudes contábeis no balanço do ano passado.

“O governo PT protegeu o crime, usando dinheiro público para socorrer um grupo privado que se mostrou inidôneo”, lamentou. No ano passado, a Caixa Econômica Federal comprou 49% do controle e ficou com 36,56% do total das ações da instituição privada – operação no valor de R$ 739 milhões, realizada por intermédio da Caixa Participações (Caixapar). O Grupo Silvio Santos tem 37,6% de participação.

Após a divulgação da fraude, as ações do Banco Panamericano perderam ¼ do seu valor no último mês: saíram de R$ 9,01 para R$ 6,77. O que pode significar uma perda de 25% no valor do investimento feito pela Caixa.

As atividades do banco, que operava quase que exclusivamente como financeira, pareciam normais, mas o Banco Central detectou fraudes contábeis. O grupo controlado pelo empresário Silvio Santos, do SBT, vendeu carteiras de crédito para outros bancos, mas não contabilizava as vendas. O valor do rombo chegou a R$ 2,5 bilhões.
Com a manobra, capaz de levá-lo à falência, o PanAmericano recorreu ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – um fundo mantido pelos próprios bancos para cobrir perdas de correntistas em caso de quebra de alguma instituição. Nesta quarta-feira, fechada a transação, o Fundo anunciou o empréstimo dos R$ 2,5 bilhões, mesmo o PanAmericano não sendo um banco caracterizado por manter contas correntes.

CEGUEIRA ADMINISTRATIVA

O líder da minoria da Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), lembrou que a manobra foi descoberta um mês antes das eleições, mas ficou abafada até esta semana. “Como a Caixa não viu essas fraudes contábeis quando comprou 49% do banco? Antes de uma operação dessa natureza é feita uma varredura nas contas e mesmo assim a Caixa nada viu?”, estranhou.
Para Vellozo Lucas, o negócio mostra ainda a “promiscuidade” do governo petista com determinadas empresas privadas, pois o mesmo grupo Silvio Santos controla uma televisão. “Durante a campanha, a emissora montou uma fraude sobre a agressão sofrida pelo candidato José Serra, no Rio”, recordou. “Exatamente no momento que se negociava o empréstimo.” A emissora de Silvio Santos montou uma versão – já desmentida – dizendo que o tucano foi atingindo por bolinha de papel.

PREJUÍZO

Em função da fraude contábil, noticiada nesta semana, as ações do banco privado frequentaram o topo da lista das maiores perdas registradas no pregão da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), nessa quarta. Gustavo Fruet afirma que a queda desmente a justificativa do Banco Central, que afirmou que a operação de socorro não envolveu dinheiro público. “Primeiro, a Caixa Econômica comprou parte do banco privado a um custo de R$ 739 milhões. Se as ações despencam, é claro que o governo perde dinheiro”, avalia.

INVESTIGAÇÃO

Nessa quarta-feira, o líder e o vice-líder da Minoria na Câmara, Gustavo Fruet (PR) e Luiz Carlos Hauly (PR), respectivamente, apresentaram representação junto ao Ministério Público Federal pedindo a investigação e adoção de providências a respeito de eventuais irregularidades praticadas pelo Banco Panamericano e pela Caixa Econômica Federal (CEF).

Fonte: AGÊNCIA TUCANA


Nenhum comentário:

Postar um comentário