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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Marisa Serrano e Aécio Neves defendem oposição determinada

Não vamos fazer aquela oposição raivosa exercida pelo PT ao governo FHC, diz o senador


Brasília (DF) – A senadora Marisa Serrano (MS), vice-presidente do PSDB, assim como o senador eleito por Minas Gerais, Aécio Neves, alertaram, nesta quinta-feira (04), sobre a rearticulação da oposição ao governo federal. O ex-governador mineiro, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, também defendeu a reestruturação do PSDB.

“Estamos aqui para fiscalizar e denunciar o que está errado. A oposição deve ser firme. Nunca usamos como lema o ‘quanto pior melhor’, nem fazemos oposição raivosa. Não fazemos essa oposição que Lula tem nos atribuído”, afirmou Marisa Serrano.

“Não vamos fazer aquela oposição raivosa exercida pelo PT ao governo FHC, votando contra tudo. O próprio PT deve ter aprendido com isso. O Brasil está maduro para ter outro tipo de oposição”, observou Aécio Neves. O novo senador acrescentou que estará à disposição do governo para discutir questões como as reformas da previdenciária, política, tributária, assim como a própria reforma do Estado

Os tucanos ressaltaram que as oposições deverão ter uma atuação ainda mais rigorosa. “Fazer oposição consistente será o nosso desafio. Mesmo minoritários caberá a nós assegurar o valor das instituições, a liberdade de imprensa, tudo num processo de fiscalização responsável em prol do país”, destacou Serrado.

Já o líder mineiro defende um novo pacto federativo, a criação de critérios para cargos de confiança, a profissionalização do funcionalismo público com enxugamento violento dos cargos de confiança. Aécio Neves disse à Folha de SP que há espaço para a discussão do voto distrital e da política externa, baseada em relações com países que defendam a democracia, os direitos humanos e respeitem os interesses comerciais brasileiros.

Onda Azul

A vice-presidente do PSDB, ao comentar o resultado das eleições, ressaltou que a oposição, composta por PSDB, DEM e PPS, vai administrar 52% do eleitorado brasileiro. “Só o PSDB ganhou o governo em oito estados e representará, a partir de janeiro, 64,2 milhões de pessoas, ou seja, 47,5% do total de eleitores de todo o Brasil. O Brasil azul ganhou força!”, disse.

De acordo com Marisa e Aécio, a campanha de José Serra energizou a militância de oposição e vitalizou a participação política em todo o país. A senadora lamentou a falta de aprofundamento das propostas e a falta de criação de uma agenda de longo prazo para o Brasil.

Para aproveitar os bons resultados e o momento histórico pelo qual passa o PSDB, Aécio Neves defendeu que o partido crie uma comissão de “notáveis” para discutir o futuro, sem “constrangimento” com o passado. Abaixo, alguns pontos da entrevista ao jornalista Valdo Cruz, da Folha de São Paulo:

“O PSDB precisa de mudanças diante das últimas três derrotas, em que sempre esteve em conflito com seu passado?

Avalio que estamos no momento de refundar o PSDB para recuperar nossa identidade partidária. Por isso, estarei propondo ao partido que, daqui até maio, quando teremos nossa convenção partidária, possamos refazer e atualizar o nosso programa partidário.
Vou sugerir um grupo de três notáveis do partido para coordenar essa refundação do PSDB, conduzir conversas com setores da sociedade, instituições organizadas, para que nesse período possamos construir um novo programa partidário.

Quem seriam os três notáveis?

O presidente Fernando Henrique, o candidato Serra e o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati.

Qual a linha dessa refundação?

Que fale da nossa visão sobre privatização sem constrangimentos. Temos de mostrar como foi importante para o país as privatizações das telecomunicações, da Embraer, da Vale. Ao mesmo tempo assegurar, de forma clara, que existem empresas estratégicas do Estado que não estarão sujeitas a qualquer discussão nessa direção, como o Banco do Brasil, a Petrobras.

O sr. quer acabar com as armadilhas eleitorais em que o partido caiu nas últimas eleições?

Temos de falar disso com altivez, reconhecendo e assumindo o nosso legado. Não existiria o governo do presidente Lula com seus resultados se não tivesse havido os governos Itamar Franco e Fernando Henrique”.


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