Aliados migram do PT para o PSDB em Minas

Veja.com - De Fernando Mello e Marina Dias

Após o PT nacional enquadrar o PT de Minas Gerais e impor a candidatura de Hélio Costa (PMDB) ao governo estadual, partidos que apoiam Dilma Rousseff nacionalmente começam a se afastar dos petistas mineiros e unir-se ao PSDB, que tem como candidato o governador Antonio Anastasia.

Nesta quarta, o presidente do PR de Minas Gerais, Clésio Andrade, propôs à Executiva do partido apoiar a candidatura de Dilma para Presidência, mas afirmou que não fará coligação majoritária para governador e senador, “liberando seus filiados para seguirem o caminho que lhes convier”. Na prática, é um sinal de que o partido apoiará Anastasia. Tanto que Andrade autorizou a coligação proporcional para deputado federal com o PSDB. “Os deputados deste partido apoiarão o candidato a governador pelo PSDB”. Clésio Andrade seria o vice, caso o PT tivesse referendado a candidatura de Fernando Pimentel ao governo.

O deputado federal e presidente do PT-MG, Reginaldo Lopes, defendia a candidatura de Pimentel, mas precisou aceitar a decisão nacional pelo nome de Hélio Costa. “É evidente que, quando fizemos uma reunião da base, achávamos que era importante que o PMDB participasse, para que essa candidatura [em Minas Gerais] nascesse também dos partidos aliados. Mas isso é coisa do passado, pois prevaleceu o projeto do PT nacional”, afirmou à VEJA.com.

Sobre o provável apoio do PR ao PSDB, o petista é categórico: “Acho que agora cabe ao PMDB buscar o apoio do PR e dos outros partidos, não cabe mais ao PT, porque o PT não lidera mais a cabeça de chapa”, declarou. O deputado ainda afirmou que iria ligar para o presidente do PR mineiro para ter mais informações. “Vou ligar para o Clésio”, disse.

Nesta quarta, o presidente do PSB de Minas, deputado estadual Wander Borges, já se reuniu com Anastasia, mas o partido não anunciou posição oficial. “Agora estamos intensificando as negociações com os partidos: PRB, PTB, PDT e PSB. Isso fortalece demais a candidatura do Anastasia. São deputados com mandato e que estarão em campo”, diz o deputado Lafayette Andrada, secretario-geral do PSDB-MG . “Está se formando um grande bloco em torno do Anastasia.”

Um observador do cenário mineiro diz que o acordo PT-PMDB “implodiu” palanques de Dilma em Minas. No caso do PR, são 92 prefeitos no estado, a grande maioria ligada aos deputados, que farão coligação com os tucanos. Isso significa que esses deputados e prefeitos farão campanha ao lado de Anastasia.