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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tucanos discutem estratégia mineira

VEJA.COM - (Fernando Mello)

Os tucanos voltaram nesta semana seus olhos para Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país e onde o ex-governador Aécio Neves (PSDB) tem forte influência. Na quarta, Aécio e o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, se reuniram reservadamente em Belo Horizonte.

Lideranças tucanas ligadas a Aécio disseram que a estratégia é buscar uma agenda única do comando nacional da campanha de Serra e do governador Antonio Anastasia, ambos puxados pelo cabo eleitoral Aécio.

A chapa tucana tenta evitar que alguns municípios mineiros administrados por prefeitos da base de Aécio façam campanha pela adversária Dilma Rousseff (PT). O próprio Aécio tem dado o recado em eventos públicos, de que prefeitos que não apoiarem Serra serão punidos. Em 2002, por exemplo, o ex-governador de São Paulo foi candidato ao Planalto, mas foi abandonado por membros de seu próprio partido em Montes Claros, norte de Minas.

Desde a redemocratização, nenhum presidente conseguiu ser eleito sem vencer em Minas Gerais. Pesquisas internas mostram que Serra lidera no estado, mas detectaram o crescimento da candidatura de Dilma. A estratégia passa pela montagem de um palanque com muitos aliados para Anastasia. Esta semana, o PR, da base aliada, anunciou chapa com o PSDB, que ainda espera o apoio de PRB e PSB.

Mesmo que esses partidos estejam nacionalmente com Dilma, a expectativa é de que preguem voto em Anastasia e que o governador mineiro faça campanha para Serra. Por exemplo, em um evento que os aliados façam coro por Anastasia, logo na sequência o tucano pediria votos ao candidato de seu partido. Além disso, a aposta é em um tempo de TV grande para o governador de Minas.

A visita de Guerra a Aécio aconteceu às vésperas da convenção nacional do PSDB, que, no sábado, referenda o nome de José Serra para a disputa ao Palácio do Planalto, em evento a ser realizado em Salvador. Descartado o nome do mineiro para vice, a decisão deve ser anunciada até o dia 20 de junho.

Juntos, São Paulo e Minas Gerais têm cerca de 33% do eleitorado nacional, o que motiva cálculos de desempenho eleitoral. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do país, com 14,2 milhões de eleitores ou 10,7% do total. São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, com 30,3 milhões de eleitores.

Os tucanos acreditam que o cenário de 2010 pode ser positivo em Minas, a depender do empenho de Aécio, que tem dado sinais nesse sentido. Afinal, o ex-governador coloca seu prestígio em jogo na eleição de Anastasia e pode ser decisivo em uma vitória de Serra, o que lhe renderia frutos.

Entre 2002 e 2006, o PSDB ganhou 2 milhões de votos em Minas, uma variação de 92%. O PT ganhou 202 mil votos. O aumento não impediu que Lula tivesse uma vantagem de 1,1 milhão de votos em 2006. Aliados de Aécio e o governador dizem acreditar na possibilidade de uma boa vitória de Serra sobre Dilma Rousseff (PT) no estado. Chegou-se a cogitar uma vantagem de 2 milhões de votos.

Em junho, o PSDB quer aproveitar suas inserções regionais na TV. Os programas de 30 segundos em Minas serão ocupados principalmente por Anastasia, que aparece atrás de Hélio Costa (PMDB) nas pesquisas. Em São Paulo, o horário deve ser destinado principalmente a Serra e menos ao candidato ao governo, Geraldo Alckmin, que aparece isolado em primeiro lugar nas pesquisas.


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