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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Comitê do PT usa notas frias para pagar sua equipe


A pré-campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) remunera jornalistas e técnicos por meio de notas fiscais frias, emitidas por uma microempresa sem funcionários, cuja sede fica num apartamento residencial, informa reportagem de Rubens Valente, publicada nesta sexta-feira pela Folha.

As notas são emitidas pela Cinco Soluções, aberta em 3 de março em nome de Jeová Alves de Sousa Jr., 27, que disse trabalhar no meio publicitário, em nome da Lanza Comunicação, do jornalista e consultor Luiz Lanzetta. A Lanza é contratada pelo diretório nacional do PT, em Brasília.

Sousa Jr. negou que sua empresa funcione como simples emissora de notas fiscais. Disse que faz para a Lanza "revisão de textos jornalísticos" e, para tanto, contrata colaboradores, cujos nomes preferiu não revelar.

OUTRO LADO

A explicação de Sousa Jr. contradiz afirmações feitas pelo dono da Lanza, Luiz Lanzetta. Por telefone, de Buenos Aires, disse que não conhece a Cinco ou Jeová. "Quem é o cara? Não conheço, nunca ouvi falar."

Ele confirmou que os funcionários que trabalham para a Lanza no Lago Sul não têm registro em carteira ou contratos como autônomos.

"Não estou contratando ninguém em carteira [de trabalho]", disse, por conta do "curto espaço" de tempo da pré-campanha, mas "tem que ter uma formalização".

"Todo mundo que tem que receber, tem que formalizar a relação. Não pago ninguém sem nota", disse.

A "formalização" seria a apresentação de nota fiscal de pessoa jurídica. Contudo, afirmou, "só não pode ser uma nota fria".

Indagado sobre o que seria uma nota fria, respondeu: "Comprar nota de empresa que não existe... Empresas que vendem notas, por aí".

Procurado, o diretório nacional do PT não respondeu às perguntas da Folha até a conclusão desta edição.

LANZA

O jornalista e consultor Luiz Lanzetta pediu semana passada o desligamento da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) a presidente. A sua empresa, a Lanza, era usada pelo PT para contratar a maioria dos integrantes da equipe de comunicação dilmista.

Ele pediu o afastamento depois de ler uma entrevista do delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa à revista "Veja", acusando-o de ter proposto a montagem de um esquema de espionagem contra tucanos, Lanzetta oficializou sua saída enviando uma carta a Helena Chagas, coordenadora da assessoria de imprensa de Dilma.


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