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terça-feira, 18 de maio de 2010

Tasso recebe Serra e promete ‘corpo e alma’

Estratégia da campanha tucana no Ceará será desmistificar o PAC e atrair descontentes e magoados do PSB

Deu em O Globo - Isabela Martin e Letícia Lins:

Oito anos depois de trocar o apoio à candidatura presidencial de José Serra pela do amigo Ciro Gomes, o senador Tasso Jereissati (PSDB) agora assume no Ceará o papel de principal cabo eleitoral do pré-candidato tucano à Presidência.

Ele está sendo o anfitrião e cicerone dos dois dias de visita de Serra ao estado, iniciada ontem pelo Cariri, na região Sul, e que prossegue hoje, em Fortaleza.

Sem candidato ao governo pelo PSDB, Tasso emprestará a Serra o seu palanque para o Senado. E diz que eleger Serra é até mais importante do que sua própria reeleição:

— Estou empenhado de corpo e alma na campanha do Serra. Não só por mim, mas pelo futuro do Brasil. Acho que mais oito anos de Dilma (Rousseff, do PT) para o país será uma tragédia. Em primeiro lugar, porque a Dilma não controla o PT. É o Lula quem controla — disse Tasso, dobrando o tempo em que Dilma governará, caso eleita.

Tasso já montou a estratégia para engordar a preferência dos cearenses por Serra: aproximar o tucano cada vez mais das lideranças políticas do interior, desmistificar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e atrair o que ele chamou de "descontentes" e "magoados" do PSB, com o alijamento do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) da disputa pela Presidência.


O senador pretende alegar que o PAC não saiu do papel na região, ao contrário das obras que foram iniciadas durante a gestão de Serra como ministro, fosse na Saúde ou no Planejamento.

Por isso, na programação de ontem foi incluída uma visita do tucano ao Hospital São Vicente, no município de Barbalha, próximo a Juazeiro. Segundo Tasso, o hospital foi iniciado na gestão de Serra no Ministério da Saúde, e é um dos melhores da rede pública no Ceará.

Apesar de agora lutar pela eleição de Serra, em 2002 Tasso deixou o tucano de lado. Ele justificou a traição ao partido alegando que a eleição de Ciro era melhor para o Ceará. A derrota de Serra foi fragorosa na região (7,60% contra 39,63% de Ciro no primeiro turno).

Nesta disputa, o quadro está diferente. A decisão dos tucanos cearenses de apoiar Serra foi tomada antes mesmo de Ciro ser tirado da disputa presidencial. O líder do PSDB na Assembleia explica que o partido evoluiu.