Deu em 'O Globo' - de Gerson Camarotti e Fábio Fabrini:
Pré-candidato defendeu que União assuma mais responsabilidades no combate à violência
Em discurso no lançamento de sua pré-candidatura à Presidência, sábado, o ex-governador José Serra (PSDB) apresentou diretrizes do que será seu programa de governo.
Citando áreas que tradicionalmente pautam o debate nas campanhas, mirou algumas das principais deficiências do governo Lula e propôs medidas para superá-las.
Na educação, criticou a falta de oportunidades para adolescentes. Na segurança, defendeu que a União assuma mais responsabilidades no combate ao crime e, em meio à epidemia do crack, ofereça tratamento a dependentes.
O tucano também citou inadequações da política macroeconômica, dizendo que não pode continuar a perversa combinação de baixos investimentos em infraestrutura, frouxa rigidez fiscal e crescimento do déficit do balanço de pagamentos.
— No discurso, Serra deu uma primeira linha programática para o debate eleitoral. Ficaram claras as nossas diferenças com o atual governo. Por exemplo, a educação é uma questão central para nós, e o PT trata como um marketing — disse o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), ex-líder do governo tucano.
O pré-candidato identificou os principais problemas na condução da política econômica, com foco nas carências da infraestrutura.
Criticou o fato de que os investimentos governamentais proporcionais ao PIB no Brasil são dos mais baixos entre os países em desenvolvimento e defendeu que seja resolvido esse gargalo para não comprometer ou encarecer a produção e a exportação.
Serra disse que o PIB poderia crescer cerca de 50% mais se a infraestrutura fosse adequada.
Em relação à política monetária, o tucano reconhece virtudes atuais como a inflação baixa, a ampliação do crédito e reservas elevadas. Mas alertou para problemas como o desequilíbrio das contas públicas, o crescimento do déficit no balanço de pagamento e a elevada carga tributária.
Não adiantou, porém, qual linha será adotada em seu programa de governo.
— Serra fez um discurso crítico da situação atual do país, mas sem mostrar saídas. Mostrou, porém, como vai enfrentar o principal desafio: melhorar o gargalo da infraestrutura sem aumentar o gasto público. É preciso fazer o ajuste nas contas públicas e reduzir gastos, como o de pessoal. Não tem como reduzir a carga tributária sem isso — avaliou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
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