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segunda-feira, 12 de abril de 2010

“O BRASIL PODE MAIS” X “O LULA PODE TUDO”



O que tem a ver o “we can” do Obama com “o Brasil pode mais” de Serra, que tanto preocupou Lula, ao ponto do presidente em fim de carreira se apressar a bradar que ele faz mais e que ele é o “cara”? Os dois slogans são, sim, muito parecidos e minam Lula no seu ponto mais forte que, de agora em diante, será a sua grande fraqueza: o personalismo.

Lula construiu um mito muito parecido com o de Fidel e outros ditadores e só não enveredou por este caminho porque, no fundo, sempre foi um pelego covarde. Um “balaqueiro” que fala muito e não vai até o fim nunca. Não estava ele ontem amaciando, depois de ter ofendido a Justiça na última sexta-feira? A verdade é que o slogan adotado por Serra troca o individual pelo coletivo, envolve, compromete, inclui.

Lembram de Serra falando que o “Brasil não tem dono?” Lembram de Serra falando que quer ser o “presidente da união”? Não é a antítese de Lula, que se julga o donatário da capitania hereditária do Brasil? Qual será o slogan que vão adotar para Dilma, no momento em que a oposição consegue escapar do confronto plebiscitário? Vão olhar para trás e deixar o futuro nas mãos da oposição? Vão fazer uma campanha de ódio?

De que cartola vão tirar para Dilma um slogan como “é Lula de novo, com a força do povo?” Tudo o que for dito, se for para Lula transferir a sua “popularidade”, terá que ser personalista, uma espécie de “Dilma é Lula”. Uma espécie de “só ela é capaz”. Não é. Não tem história. Não tem nada que a sustente a não ser a palavra do presidente, baseada em quê? Em nada. A oposição tomou de Lula o coletivo, deixando para ele a fulanização da campanha. O presidente chegou a dizer, na semana que passou, que Dilma é melhor do que ele. Quem acredita? Lula caiu na própria armadilha.

Toda a vez que Lula tenta “empurrar” a filha encalhada, sempre que tenta “descontar a promissória”, tem que dizer que ele é o máximo. Só que o candidato não é ele. E não bastou Lula dizer que “Dilma é melhor de eu”, na última semana. Também afirmou que será um ex-presidente que vai continuar na ativa, sugerindo que vai continuar mandando, se Dilma for eleita.

O que temos é simples: “o Brasil pode mais” do Serra x “o Lula pode tudo” do próprio que, cada vez que é reforçado, mais coloca a candidata em um acanhado e derrotado segundo plano. Uma espécie de secretária biônica, de “laranja”, de testa-de-ferro.

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