"Desfrute da viagem da vida. Você só tem uma oportunidade, tire dela o maior proveito."

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Do Blog de Reinaldo Azevedo


O PDT já avisou que está fora da eventual candidatura Ciro Gomes (PSB). O deputado que renunciou à, como direi?, cidadania cearense para ser paulista dificilmente conseguirá levar adiante a pretensão de se candidatar à Presidência. Acho que acaba disputando o governo de São Paulo mesmo. “Ah, mas o PT do estado já falou que não aceita”. PT do Estado? Quem é ele pra falar? Vai fazer o que Lula mandar. Quando o Babalorixá quer, ele muda até o sentido das palavras. Aloizio Mercadante sabe como a palavra “irrevogável” pode virar “revogável” do dia para… o dia. Ciro já fez o essencial segundo os planos de Lula: transferiu o domicílio eleitoral. Traiu os cearenses, mas manteve a sua fidelidade ao presidente.

O lulismo, aliás, é isso. O presidente leva a sério frase atribuída a De Gaulle: o primeiro dever do estadista é a traição — no caso dele, de princípios também. E quem vive com feras sente a inevitável necessidade de ser uma delas, como diria o poeta. Não que Lula tenha errado a trair muitos dos seus princípios: eram ruins mesmo. Ocorre que, quando trair princípios vira um… princípio, os bons também dançam. E seus auxiliares e aliados acabam adotando a linha abraçada pelo mestre. Adiante.

O importante é ter Ciro em São Paulo, com seu impressionante rol de delicadezas, a atacar o principal adversário do PT, ainda que numa campanha estadual. Alguns leitores se e me perguntam: “Mas por que Lula não quer Ciro candidato?” Porque há o risco real de ele ir para o segundo turno, não Dilma. O PT considera impensável não disputar o segundo turno.

“Mas, se Ciro ganhar, ele não será fiel a Lula e ao PT?”

Ora, meus queridos, como bem sabe o povo cearense, o primeiro dever de um estadista é a… traição!

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