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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Eleições 2010 - Brasil


O governador Aécio Neves não quer mais esperar.

Afirmou que, se o PSDB não escolher o candidato até dezembro, através de prévias ou outros meios, lançará sua candidatura ao Senado em janeiro.

O receio dos aliados de Aécio é o de que o governador José Serra possa recuar da decisão de se candidatar, caso a candidatura da ministra Dilma Rousseff cresça a ponto de ameaçar sua liderança nas pesquisas.

O presidente Lula começou a arregaçar as mangas para valer.

Enquadrou o PT nacional, aliou-se ao PMDB do Congresso e agora praticamente exige que os palanques estaduais dos dois partidos se submetam ao acordo nacional.

Há inúmeros problemas no PT e no PMDB, mas nada que chegue a ameaçar o acordo. Afinal, o PMDB sempre teve um pé em cada canoa. Nem pisca quanto a isso.

Faz o que quer nos estados enquanto fornece o candidato a vice de Dilma. Não tem como perder.

Com a economia voltando à estabilidade e algum crescimento -- todos concordam que o Brasil está saindo da crise --, o governo federal terá um punhado de boas notícias para o eleitorado brasileiro ao longo de 2010.

Naturalmente, isto é bom para a candidatura do governo e ruim para a candidatura da oposição.

Tudo isto se confirmando, a situação fica desconfortável para Serra. O governador pode decidir candidatar-se a uma reeleição muito mais segura do que se aventurar numa eleição presidencial, tendo o presidente Lula como principal marqueteiro e cabo eleitoral da adversária.

É aí que mora o perigo, raciocinam os aecistas. Se a oposição não se movimentar logo, anunciando o candidato, o campo fica inteiramente livre para a movimentação de Lula e Dilma.

Mas se em março a candidatura de Dilma tiver crescido a ponto de provocar a desistência de Serra, Aécio teme ser escolhido como candidato para perder.

Dada a "habilidade" da cúpula tucana para as articulações políticas, não é impossível que este cenário se concretize.

Por isso mesmo, o governador de Minas prefere sair para uma eleição garantida para o Senado. Aécio é o governador mais bem avaliado do país, adorado em Minas. Tem 49 anos, pode candidatar-se novamente a governador em 2014, enquanto espera sua vez. Ou disputar a presidência da República.

Até lá, muita coisa pode acontecer.

Serra, por sua vez, receia anunciar já a candidatura à presidência e ver sua administração em São Paulo paralisada pela ação dos sindicatos. É uma decisão difícil.

Mas política é assumir riscos. Eleição, então, é salto triplo sem rede.

Não dá para esperar ter tudo garantido. Aí não é eleição. É nomeação.

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