Lula meteu Ciro Gomes (PSB-SP) — chega a ser engraçado escrever este conjunto de letras: PSB-SP… — na tal comitiva que faz proselitismo à beira do São Francisco. O Babalorixá vai lá posar de Antônio Conselheiro pós-moderno, e o deputado ex-cearense aceita o seu destino. Nota: já houve, antes, “ex-deputado cearense”; deputado “ex-cearense” é uma inovação.
Podemos ser benevolentes com Ciro e achar que foi tudo combinado, mais um lance genial de Lula. Foi um golpe de destreza, sim, do presidente, mas Ciro é só o servo voluntário. O petista o forçou a mudar o domicílio eleitoral e fez de conta que concordava com a sua candidatura à Presidência. Com a outra mão, inviabilizou o apoio do PDT e do PC do B. E Flora ficou só!
Resta-lhe o papel de atirador. Está aí para mirar em José Serra, seja disputando, isolado, a Presidência, seja como candidato ao governo de São Paulo. Se o manda-chuva decidir, o PT engole a solução, mas não vai fazer campanha. Assim como Lula, o partido jamais transferiria o que dá para transferir de patrimônio político-eleitoral a sapo de fora. Uma saída pelo acostamento seria se candidatar ao governo de São Paulo, sim, mas pelo PSB, sem os petistas. Nessa hipótese, o ex-cearense é o Ciro de Lula, e Paulo Skaf vira o Ciro de… Ciro!
Lula, em suma, botou o rapaz em seu devido lugar e está deixando claro qual é a sua tarefa no jogo. É isso aí. Ciro já pode escrever um livro: “À beira do Rio São Francisco, sentei e xinguei”.
Comentário de Reinaldo Azevedo
Comentário de Reinaldo Azevedo
Nenhum comentário:
Postar um comentário