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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Para Ciro Gomes, Aécio Neves é candidato mais forte do que José Serra

Ciro Gomes, o candidato multiuso do PSB, acha que o tucanato cometerá um erro se optar José Serra em detrimento de Aécio Neves.

Em avaliações feitas a portas fechadas, Ciro enxerga em Aécio um presidenciável bem mais forte do que Serra.

Chega mesmo a considerar o governador tucano de Minas como franco favorito na sucessão de 2010.

Em conversa reservada ocorrida há pouco mais de um mês, em Fortaleza, Ciro esmiuçou sua análise ao próprio Aécio.

Vai abaixo um resumo das reflexões do deputado cearense-paulista:

1. Efeito barata-voa: na opinião de Ciro, a oficialização da candidatura presidencial de Aécio levaria à desarrumação do consórcio governista.

Acha que partidos hoje abrigados sob o guarda-chuva e incomodados com a opção Dilma Rousseff migrariam para a alternativa pós-lulista personificada em Aécio.

2. Triângulo das Bermudas: para Ciro, Aécio é, hoje, o candidato que reúne as melhores condições de prevalecer nos três maiores colégios eleitorais do país.

Sai de Minas, o segundo colégio, com algo entre 70% e 80% dos votos. Entra no Rio, o terceiro colégio, com mais facilidade do que qualquer outro presidenciável.

Em São Paulo, o primeiro colégio, berço do tucanato, Aécio dependeria, segundo a análise de Ciro, de um bom acerto com Serra.

Acha que, carregado por um Serra candidato à reeleição, Aécio no mínimo dividiria São Paulo. Dependendo do empenho de Serra, poderia prevalecer no Estado.

3. Favas contadas: Na visão de Ciro, os três Estados da região Sul –Paraná, Rio Grande e Santa Catarina—são uma espécie de Waterloo do governo.

Ali, Ciro recorda, até Geraldo Alckmin, um tucano com sabor de chuchu, bateu Lula na refrega de 2006. Com Serra ou com Aécio, o fenômeno tenderia a se repetir.

4. Favas contadas 2: No Nordeste, afirma Ciro, ganha qualquer um que Lula indicar. Nessa região, ele acredita, tucano não se cria.

Porém, acha que Aécio reduz os efeitos da derrota nordestina com a boa votação que vai obter no Sudeste.

De resto, acha que Aécio, por mineiro, tenderia a apanhar menos no Nordeste do que o paulista Serra. Por quê?

Para Ciro, é grande a aversão dos nordestinos por qualquer opção presidencial que passe por São Paulo.

5. Discurso água-com-açúcar: Por último, Ciro acredita que a eventual entrada de Aécio na briga desarranjaria a estratégia esboçada por Lula.

Aécio é o menos oposicionista dos tucanos. Não encarna o anti-Lula. É, antes, o pós-Lula. Algo que dificultaria a polarização do tipo continuidade versus volta ao passado.

Por todas essas razões, Ciro acredita que Aécio, hoje empacado no quarto lugar das pesquisas, iria a 2010 com a fisionomia de um favorito.

Para desassossego de Aécio, a maioria do grão-tucanato prefere apegar-se à supremacia exibida por Serra nas pesquisas do que às incertezas de um vir a ser.

2 comentários:

  1. Acredito no potencial de Aécio Neves, que em um ano de governo conseguiu equilibrar as contas de Minas Gerais. Foi deputado federal e presidente da câmara dos deputados. Implantou um novo modelo de gestão em Minas que reduziu os gastos com o Estado e permitiu mais investimentos na população. O Brasil também merece um choque de gestão como esse. Ciro e Serra vão apoiar Aécio se ele for candidato: http://www.youtube.com/watch?v=08830QDgpHw

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  2. Acredito que Serra tem o poder de desarranjar também o acordo PT-PMDB, porque pode aglutinar à sua candidatura várias forças peemedebistas, a começar pelo partido em Minas, dominado em parte pelo ministro Hélio Costa. Costa já deu declarações de que iria com Aécio numa candidatura presidencial em nome da união de Minas.

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